terça-feira, 26 de abril de 2011

Anser anser, Ganso-bravo

Taxonomia
Aves, Anseriformes, Anatidae.

Tipo de ocorrência
Invernante.
 
Classificação
QUASE AMEAÇADO – NT*  (D2)
Fundamentação: Espécie que ocorre num número muito reduzido de locais (inferior a 5), apresentando uma área de ocupação inferior a 20 km2. No entanto, por ser um taxon visitante não reprodutor cujas condições não se estão a deteriorar nem fora nem no interior da região, o que leva a admitir um risco de extinção mais reduzido em Portugal, desceu uma categoria na adaptação à escala regional.
 
Distribuição
É o mais comum dos gansos no Paleárctico Ocidental, onde possui uma distribuição alargada.

A espécie distribui-se na Eurásia, desde a Islândia até ao Noroeste da China e para sul até ao Norte de África, Índia e China Meridional. Durante o Inverno, ocorre no Sudoeste e Noroeste da Europa, Norte de África, Iraque e Sul do Cáspio, até Sul da Ásia (Cramp & Simmons 1977).

Alguns indivíduos da população migradora do noroeste da Europa passam o Inverno em Portugal. Ocorrem com regularidade nos Estuários do Tejo e do Sado e na Lagoa dos Patos junto à barragem de Odivelas, embora seja no Estuário do Tejo que ocorre a quase totalidade dos efectivos invernantes. Ocasionalmente ocorre igualmente em número reduzido na Ria de Aveiro e na Ria Formosa. A área efectivamente ocupada pela espécie é muito restrita (inferior a 20 km2)
 
População
Os efectivos recenseados desta espécie nos últimos dez anos registam valores entre os 1.500  e  os  5.000  indivíduos  (Rufino  1993,  Costa  &  Guedes  1996,  Costa  &  Rufino 1993, 1996 e 1997; Encarnação V & Guedes RS dados não publicados). A análise dos censos anuais de aves aquáticas invernantes indica uma tendência populacional de reduzido crescimento (Sousa 2002b), que acompanha de resto a tendência registada também na restante população europeia (Wetlands International 2002) .

Em  termos  de  estatuto  de  ameaça  a  nível  da  Europa,  a  espécie  é  considerada  Não Ameaçada (BirdLife International 2004). As populações que invernam no NW e SW da Europa apresentam tendência de aumento (Wetlans International 2002). Esta tendência, juntamente com o facto de se admitir que o habitat não esteja em declínio em Portugal, levou a assumir um risco de extinção da população invernante no nosso território mais reduzido, tendo descido uma categoria na adaptação à escala regional.

Habitat
Procura estuários, charcos, zonas inundadas e lagos. Utiliza para alimentação forragens em terras cultivadas, campos de restolho, pastagens, pântanos e águas pouco profundas, doces e salinas.
 
Factores de Ameaça
Entre os factores de ameaça desta espécie destacam-se a drenagem e destruição de zonas húmidas, assim como a poluição da água por efluentes domésticos, industriais e agrícolas.

Medidas de Conservação
A preservação desta espécie requer a conservação das zonas de descanso e alimentação.
É particularmente importante assegurar a manutenção de áreas pantanosas e de prados que proporcionem alimento, adjacentes ás zonas de descanso.

Por outro lado, é uma espécie que beneficiará da melhoria da eficácia do controlo e tratamento das descargas de efluentes.

Importa também assegurar a monitorização dos efectivos invernantes.
in Livro Vermelho dos Vertebrados

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