quarta-feira, 2 de maio de 2012

Myotis blythii, Morcego-rato-pequeno

Taxonomia
Mammalia, Chiroptera, Vespertilionidae.
 
Tipo de ocorrência
Residente.
 
Classificação
CRITICAMENTE EM PERIGO - CR (B2ab(ii,iii,iv,v))
Fundamentação: A espécie tem uma área de ocupação reduzida (inferior a 10 km2) e fragmentação elevada; admite-se um declínio continuado da área de ocupação, da qualidade do habitat, do número de subpopulações e do número de indivíduos maduros. A população é muito pequena (inferior a 2.500 indivíduos maduros), tendo as suas maiores subpopulações poucas centenas de indivíduos.

Distribuição
Esta espécie está referida para o Sul da Europa e para a Ásia, até aos Himalaias (Topál 1999). No entanto, Ruedi & Mayer (2001) consideram que as populações europeias e asiáticas pertencem a espécies distintas. Caso se confirme que as populações europeias constituem uma espécie distinta, esta terá uma distribuição geográfica muito reduzida.

Em Portugal, apenas são conhecidas colónias no Algarve e em Trás-os-Montes, mas é esporadicamente encontrada em grutas e minas de outras regiões do País (Palmeirim et al. 1999).

População
A população portuguesa do morcego-rato-pequeno é constituída por menos de dois milhares de indivíduos agrupados, tanto durante a época de criação como de hibernação, num número muito reduzido de colónias.

Trata-se de uma das espécies mais raras em Portugal e na Europa (Palmeirim et al. 1999).  

Encontra-se em claro declínio em diversas regiões da sua área de distribuição europeia e asiática (Topál 1999). Em Portugal observa-se também um declínio acentuado da sua população (Rodrigues et al. 2003).

Habitat
Quase exclusivamente cavernícola, pode abrigar-se em edifícios (Palmeirim et al. 1999). Parece caçar preferencialmente em espaços abertos, tais como prados, estepes e pastagens (Arlettaz 1999).

Factores de Ameaça
O reduzido efectivo da espécie, associado à baixa fertilidade característica dos morcegos, torna-a particularmente frágil. Também o carácter colonial desta espécie, que se concentra num número reduzido de locais, aumenta a sua vulnerabilidade.

A destruição dos abrigos e a sua perturbação, em particular durante os períodos de criação e hibernação, têm-se revelado como as maiores ameaças às populações desta espécie.

Também a alteração dos habitats de caça e o uso indiscriminado de pesticidas surgem como potenciais ameaças.

Medidas de Conservação
Recomenda-se a elaboração e implementação de um Plano de Acção para a conservação desta espécie, que compreenda a protecção legal dos abrigos e o encerramento das suas entradas nas épocas críticas do ano, bem como a gestão do habitat nas áreas envolventes aos seus principais abrigos, medidas para a racionalização do uso de pesticidas e a continuação do programa de monitorização das suas populações. Deverão também ser realizadas acções de sensibilização de modo a diminuir a perturbação resultante da presença humana em cavidades subterrâneas.

Sendo uma espécie pouco conhecida no nosso país, a definição de medidas de conservação requer a urgente realização de estudos para um melhor conhecimento da distribuição, do efectivo e das tendências populacionais e identificação das causas do declínio.
 in Livro Vermelho dos Vertebrados

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