sexta-feira, 4 de abril de 2014

Avaliar as suas imagens – histogramas

Existem dois tipos de histograma.
A maioria das câmaras dispõe de
um histograma que mostra apenas
os valores gerais da luminosidade.
Algumas criam histogramas RGB,
que mostram o nível de brilho de
cada uma das três cores –
vermelho, verde e azul.
Os programas de edição de imagem mais profissionais permitem o uso de um histograma como um guia, na edição das suas imagens. No entanto, como a maior parte das correcções de uma imagem podem ser diagnosticadas ao olhar para o histograma, é mais útil usá-lo quando ainda estamos numa situação em que podemos recapturar a imagem. É por esta razão que muitas câmaras mostram o histograma, logo na primeira visualização da imagem ou no modo de reprodução. Algumas câmaras permitem até a visualização do histograma enquanto compõe a cena, para que o possa usar como guia para seleccionar os parâmetros da câmara.

Avaliar histogramas
Como já vimos, qualquer pixel de uma imagem pode ter um de 256 níveis de brilho, desde o negro puro (255) até ao branco puro (0). O histograma mostra quais os níveis de brilho que existem na imagem e de que forma estão distribuídos. O eixo horizontal do histograma representa a escala de brilho, de 0 (sombras), à esquerda, a 255 (altas luzes) à direita. Este eixo é como uma linha com 256 espaços, em cada um dos quais são empilhados píxeis com a mesma luminosidade. Como estes são os únicos valores que podem ser capturados pela câmara, a linha horizontal, também representa o potencial máximo da gama tonal.

O eixo vertical representa o número de píxeis existentes em cada um dos 256 valores de luminosidade. Quanto mais alta for a linha que parte do eixo horizontal, mais píxeis existem nesse nível de brilho.

Ao ler um histograma, está a olhar para a distribuição dos píxeis. Aqui estão alguns aspectos que deve ter em conta:
  • As fotografias são melhores quando têm alguns píxeis em todas as posições, visto que a gama tonal está a ser abrangida na sua totalidade.
  • Em muitas imagens, os píxeis estão agrupados, ocupando apenas uma parte da gama tonal disponível. Estas imagens têm pouco contraste, porque a diferença entre as partes mais claras e mais escuras da imagem não é tão grande quanto poderia ser. No entanto, esta situação pode ser corrigida num programa de edição de imagem, ao usar comandos que espalham os píxeis, para que estes cubram a totalidade da gama tonal. Estes controles permitem ajustar as áreas de sombras, meios-tons e altas luzes independentemente, sem afectar as outras áreas da imagem. Isto permite escurecer ou iluminar áreas seleccionadas de uma imagem sem perda de detalhes. Os únicos píxeis que não podem ser ajustados desta maneira são os que têm um dos valores de brilho extremos – branco ou preto puros.
Aqui estão algumas questões a considerar quando ajusta o histograma ao
tirar uma fotografia.
  • Se o histograma tem mais píxeis no lado esquerdo (sombras) do gráfico, deve aumentar-se o valor de exposição, através da sua compensação (abordada no próximo capítulo).
  • Se o histograma tem mais píxeis no lado direito (altas luzes) do gráfico, deve usar a compensação da exposição para a reduzir.
A imagem original (em cima) é monótona e o seu histograma indica
que apenas uma parte da gama tonal está a ser utilizada. Na
imagem de baixo, foi usado um programa de edição de imagem
para expandir a gama tonal. É possível ver a mudança tanto na
imagem como no histograma.
Aviso de altas luzes
Uma das situações a evitar é sobre-expor as altas luzes de tal maneira, que
a imagem perca informação ou detalhes. Para o ajudar, muitas câmaras mostram um aviso de altas luzes quando reproduzem as imagens. As áreas que estão tão sobre-expostas, que não têm detalhe, piscam ou são delineadas com cor.

Píxeis sem informação
Quando um histograma mostra píxeis nos extremos da escala de luminosidade (nas posições 0 e 255), quer dizer que os detalhes que existiam nessas áreas foram perdidos, e estas ficaram sem informação.

Estes extremos só se devem apresentar em reflexos (altas luzes) e pequenas zonas de sombra. A qualidade da imagem diminui quando existem extensas áreas sem informação.

Na imagem de topo podemos ver através do histograma
que alguns dos pixéis são branco puro, e como tal não têm
informação. Não pode fazer mais nada para recuperar
estes pixéis. No entanto, se fotografar uma nova imagem,
com uma exposição diferente, consegue recolocar o
histograma na zona central e assim evitar este problema.
Repare na imagem de baixo.
Para evitar a perda de informação, e melhorar a distribuição dos valores tonais em próximas fotografias, usa-se a compensação da exposição. Aumentar a exposição faz com que os píxeis se movam para a área das altas luzes do histograma (extremo direito). Diminuir a exposição faz com que os píxeis se movam no sentido contrário. A menos que pretenda obter áreas de brancos ou negros puros, deve usar a compensação da exposição para que não existam píxeis sem informação (com valores 0 ou 255) na imagem. Isto dá-lhe depois a oportunidade de corrigir a imagem no seu programa de edição.

Estas fotografias foram tiradas usando uma diferença de um stop entre elas, usando a compensação da exposição. À medida que o valor de exposição aumenta, os píxeis movem-se para o lado direito do histograma. É possível ver as alterações no tempo de obturação, feitas na compensação da exposição, no movimento das lâminas da ventoinha. A imagem em que o tempo de obturação foi mais curto, está mais escura e as lâminas parecem paradas. À medida que se aumentou o tempo de obturação, para aumentar o valor da exposição, as imagens vão ficando mais luminosas e é visível o movimento das lâminas.

Amostras de histogramas
O aspecto de um histograma depende da cena fotografada e na forma de expor. À excepção dos histogramas que mostram áreas sem informação, não existem bons ou maus histogramas. A qualidade de um histograma depende daquilo que pretende obter. De facto, pode preferir confiar na sua reacção visual à imagem, em vez de na informação demasiado numérica mostrada num histograma. No entanto, mesmo que nunca o utilize, é possível aprender muito sobre fotografia digital, ao compreender aquilo que um histograma pode dizer sobre uma imagem. De seguida são mostrados alguns histogramas referentes a boas fotografias, bem como um pequeno resumo daquilo que nos revelam.


A maioria das tonalidades desta imagem de uma traça castanha colocada sobre um cartão cinzento são de um valor médio. É esta a razão pela qual existem muitas linhas verticais agrupadas no meio do eixo horizontal do histograma.


Esta traça castanha sobre um cartão cinzento tem a maioria dos seus tons no centro do histograma.

Esta cena de nevoeiro em high-key (dominada por tons luminosos) tem uma maioria de tons na zona das altas luzes. Na realidade, não existem tonalidades escuras nesta imagem. Esta usa apenas pouco mais que metade da gama dinâmica da câmara.
A linha vertical à esquerda da área dos cinzentos médios, mostra a quantidade de píxeis que existem na moldura cinzenta uniforme, que foi adicionada num programa de edição de imagem.

A maioria dos tons desta cena em low-key (dominada por tons escuros) situa-se na área de sombras, existindo também outro grande agrupamento perto do cinzento médio. Existem muitos valores de luminosidade que têm apenas alguns píxeis.

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