sábado, 15 de setembro de 2012

Percurso normal do Cursilho à Reunião de Grupo

A mesma natureza do Movimento de Cursilhos de cristandade exige que por ocasião de um Cursilho na diocese, a responsabilidade seja dividida, não só pelos que vão como Dirigentes ao mesmo, mas também por todos aqueles que sentem uma preocupação e um autêntico desejo de ir sendo base do cristianismo. São estes, e precisamente os que mais se destaquem de entre eles, os que convém que assistam em prudente número ao último rolho do Cursilho. Para poder, depois dele, na parte experimental do rolho de "Reunião de Grupo", intervir para conhecer, pressionar e incentivar as pessoas que vão ter com eles à primeira Reunião de Grupo.

Reunião de Grupo que deverá passar por alto, por delicadeza, alguns extremos e que deverá fazer finca-pé em outros para poder calibrar exactamente o impacto que o Cursilho produziu neles. 

Se a clausura é o que deve ser, o que supõe que todos os que intervenham saibam o que tem que ser, ela constitui o primeiro troço do percurso, em cujo caminho irá perpetuando o seu viver o fundamental cristão. Daqui a importância na selecção e eleição dos que vão falar, os quais convém sejam os dirigentes antes mencionados, o que assegura que o trânsito do Cursilho à Ultreia seja fácil, normal e esperançoso.

Quando na Ultreia há o clima adequado, os novos cursilhistas cairão pelo seu próprio peso numa Reunião de Grupo formada por vários dos que possibilitaram o Cursilho, bem com a sua prestação pessoal ou com a sua gestão e oração. 

É então quando os novos cursilhistas verão como são levadas à prática as verdades tão vigorosamente expressadas no último rolho sobre a Reunião de Grupo. Verdades que os impulsionaram no caminho esperançoso e jubiloso do viver em Graça.

Através das sucessivas Reuniões de Grupo irão admirando os que são mais santos que eles, os quais os influirão decisivamente ajudando-os a ir encontrando por si mesmos asua autêntica Reunião de Grupo "com quem querem".

A admiração conducente à amizade capaz de juntar uma autêntica Reunião de Grupo é a que procede naturalmente do estar unidos por um mesmo porquê, não por um como. Este porquê é o que dá a maravilhosa diversidade de cada um na mais evangélica unidade de todos.

Como todo o humano, o processo pode interromper-se pela abundância de mais ou por falta de menos. O excessivo "mimo apostólico" pode aborrecer tantas coisas como um olímpico desinteresse.

Há quem crê que o desviver é não deixar viver e há quem pensa que por si mesmas se resolvem as coisas. O caminho certo exige uma profunda preocupação e um discreto desinteresse.

Às vezes se guilhotinou inconscientemente a possibilidade de uma autêntica Reunião de Grupo pelo zelo descentrado dos que, por ter intervindo de alguma maneira no encontro com Cristo no Cursilho, crêem ter direitos adquiridos sobre o recém-chegado.

Os que se sentem pais espirituais do novo cursilhista podem cair na tentação de querer dirigir e monopolizar o seu crescimento apostólico. Em vez de impulsionar pela sua via normal (amizade, circunstâncias, etc.), o pressionam constantemente para dirigi-lo por uma via que eles lhe prefabricaram e que a sua suficiência considera, de um modo indubitável, a melhor. E assim, em vez de deixar que coajam no Senhor as sus próprias amizades, lhe oferecem a sua como única e insubstituível.

Apresentam-lhe um programa de "actividades" que o impedem que por si mesmo descubra as realidades. Lhe dão feito e mastigado o que somente encontrando-o ele mesmo pode pô-lo no percurso do fundamental cristão.

Deste modo, o novo cursilhista, em vez de amadurecer ao ar livre da liberdade, é como se o fizesse em condições artificiais, com temperatura regulada por outros, a qual dificilmente será a que lhe convém. Este cultivo em estufa é ambiente propicio para o nascimento e desenvolvimento de toda a classe de bichos raros que deformam o crescimento e fazem impossível que o homem vá adquirindo verdadeira maturidade e plenitude no vital e autêntico desenvolvimento cristão.

Eduardo Bonnín

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