sábado, 5 de janeiro de 2013

Essência e Finalidade

ESSÊNCIA:
Natureza de uma coisa

FINALIDADE:
As coisas explicam-se e compreendem-se melhor expressando a sua finalidade A ESSÊNCIA dos Cursilhos é a ESSÊNCIA do cristão:
  • O nuclear
  • O central
  • O modular
  • O básico, o que chamamos:

O FUNDAMENTAL CRISTÃO
O que é o Fundamental cristão?

Não é uma doutrina que se tem que saber, é uma realidade que se tem que viver em conexão viva com a vida ela mesma, desde o que a vida é, interiorizando as realidades que mais apontam ao vértice do cristão, para ir encarnando-as no quotidiano. Tratando de compreender e assimilar que o Evangelho, não é a simples opção pela virtude, mas sim tentar, com honradez exercer sempre a virtude de optar por Cristo e pelo homem.

Deus em Cristo nos ama. Deus me ama a mim.

Ser cristão, mais que outra coisa, é sentir-se amado por Deus, e viver assombrando-se dele, já que o mais genuinamente cristão é deixar-se amar por Deus.

A atitude interna que esta realidade gera, quando se crê de verdade, e se vive em plenitude, fermenta e contagia. Mas para captá-la, para experimentá-la, para ir encontrando o Deus que é amor, tal como é, é necessário tratar de apresentar-nos perante Ele tal como somos.

Deus me ama. É a verdade mais verdadeira e o melhor bem.

O único valor que o valoriza todo, e que jamais se desvaloriza, porque é calcular o valor do que vale, do que verdadeiramente vale, ao câmbio que não muda.

É a realidade mais viva, mais real e mais dinâmica.
E o móbil, a orientação e o ritmo da realização mais eficaz, mais personalizada e mais plena. Esta realidade, ao ser captada, compreendida, vivida, convivida e partilhada pela pessoa, a faz rotunda, clara diáfana, com força para suscitar um dinamismo que todo o pode potenciar.

Impulsa as pessoas, os acontecimentos e as coisas, até à sua mais radical originalidade, até à sua mais desbordante plenitude e até à sua mais dinâmica criatividade.

Isto nos faz vê-lo todo, desde a visão de Deus, e portanto de maneira optimista, alegre e confiada. É uma maneira nova de ver as coisas de sempre.

O Cursilho foca o cristão desde esta realidade.

Parte de solução que a pessoa pode dar a partir de si mesma, desde o seu interior, desde já. Pede-se aos que tenham ouvidos para ouvir, uma atitude consequente, possível, imediata, concreta, ou seja: realizável desde agora mesmo, por ele mesmo e desde já. Mais que nada, o que se tenta conseguir é saber adoptar uma atitude positiva perante a vida.

A mensagem, o espírito do Cursilho, é um eixo que temos de dar à nossa história, e por ela à História, não somente uma realidade realizada na história.

Não é uma mudança no sistema, é uma mudança de sistema.

Trata-se de descobrir outra visão, sem dúvida mais profunda e mais autêntica.

Salvando a enorme distância, vem a ser algo parecido ao que diz o Senhor no Evangelho: "Foi-lhes dito que...", "mas eu vos digo..."

Porque, para entendê-lo, para captá-lo, há que passar do conceito do "mandamento" de amar a Deus, à Boa e perene Nova de que Deus nos ama.

Também há que ter em conta que, desde crianças, nos vem dizendo que temos de crer, amar e esperar em Deus, quase sempre sem termos comunicado antes, a Grande Noticia de que Deus, em Cristo, crê em nós, nos ama, e até espera com ilusão que lhe correspondamos.

Desde pequenos, nos vem dizendo que, se fazemos algo mal, Deus nos vê, e a ideia que temos tido é a de um Deus policia que nos está espiando, mas a realidade é muito diferente, o Senhor mais que ver-nos, nos olha, e nos olha com interesse, com ilusão, com amor, como um pai olha o seu filho, ou como um avô olha os seus netos, existe entre ELE e os homens, uma relação privilegiada e abrangente.

Quando estas realidades são captadas, elaboradas e concretizadas com inteligência, e levadas à vida de cada um, por cada um, com ilusão, tenacidade e coração, vão sendo órbita e canal da melhor realização pessoal e da necessidade inevitável que todo o mundo tem de uma acertada integração social.

O que viveu a experiência de um Cursilho, e o entendeu, não costuma deixar de aproveitar-se dos meios precisos e concretos que se lhe brindam: a Reunião de Grupo e a Ultreia, que quando se praticam tal e como exige a sua finalidade, e pelo que tem e contém de espírito e de verdade, servem não somente para conservar o ânimo e o empurrão descoberto, redescoberto e experimentado nos três dias do Cursilho, mas sim para dinamizá-lo, activá-lo e expandi-lo, desde o seu ser e seu estar de pessoa em exercício, na sua circunstância concreta, isto é, onde Deus a colocou; algo, evidentemente mais difícil, que querer representar papéis de "cristãos comprometidos" que quase sempre são cristãos comprometedores, vendedores obstinados de orações, reuniões, e obras pias que, ao não estar dinamizadas pela fé, a convicção, o entusiasmo e la pressão evangélica que todo o cristão, para ser cristão, tem de conter e expressar, perde de vista o alvo que se propôs um dia, e logo se é experimentando o que alguém certeiramente chamou "o cansaço dos bons".

Para tratar que o entusiasmo que suscita o Cursilho não fique encalhado no aborrecido arsenal do pio, perdendo ou malbaratando ao interessado as suas qualidades humanas, ao fim de mais ou menos tempo, o Pós-cursilho procura antes que outra coisa, que cada um trate de ser ele mesmo, e que procure ir descobrindo-se e conduzindo-se pelo caminho do seu viver, dando graças a Deus pelas suas qualidades, e sabendo oferecer as suas limitações, que sempre costumam dar-se ao redor das circunstâncias crucificantes que cada um tem que suportar.

A interiorização, pela graça consciente que vive, quer viver ou lhe dói não viver, aprofundada pela sua reflexão pessoal e o contacto vivo, amistoso e periódico com os irmãos, faz que vá percebendo a sua pessoa, fazendo-o mais pessoa, o Cristo vivo, normal e próximo que, todo o cristão está chamado a transparentar no seu viver.

Quando na vida normal alguém, alguns ou muitos, podem experimentar em si mesmos e nos que vivem próximo deles, que Cristo vive, que está vivo, que pode avivá-lo todo e que com ELE a bordo das suas pessoas, a vida é bonita, as pessoas são importantes e vale a pena viver, vai-se aprendendo também a ver a Cristo nos demais homens, sejam ou não cristãos.

Vivendo e partilhando com os irmãos as verdades que no Cursilho conheceram e que experimentam na vida, vai-se compreendendo que o cristão é o fermento evangélico que, situado e activado no mais pessoal da pessoa, forma e acrescenta a sua convicção, a que, conforme vai alcançando as zonas pessoais do humano de cada um, as desperta e consciencializa fazendo-se decisão.

Nos dói o mundo como está, e quisemos que fosse como Cristo quer. A nossa tarefa – sabemo-lo bem - não está em saborear e desfrutar do descoberto, mas sim em fazê-lo possível a muitíssimos mais. Também sabemos, que a pessoa convencida e decidida é a única que pode convencer, e decidir e até entusiasmar os demais.

Não podemos esquecer que o Movimento de Cursilhos não está pensado para o melhor conforto dos que se dizem "bons", e que talvez se crêem sê-lo, mas sim para conseguir que os que se dizem "maus", e que quase nunca o são tanto como a gente crê: os não informados, os mal informados e os desinformados, possa chegar-lhes de maneira simples, concreta e atractiva, a Grande Noticia de que Deus, em Cristo, está vivo e os ama.

Eduardo Bonnín

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