terça-feira, 29 de outubro de 2013

Sterna sandvicensis, Garajau

Taxonomia
Aves, Charadriiformes, Sternidae.

Tipo de ocorrência
Invernante.

Classificação
QUASE AMEAÇADO - NT* (D1)
Fundamentação: Espécie com população reduzida (inferior a 1.000 indivíduos maturos).

No entanto, por ser um taxon visitante não reprodutor cujas condições não se estão a deteriorar nem fora nem no interior da região, o que leva a admitir um risco de extinção mais reduzido em Portugal, desceu uma categoria na adaptação à escala regional.

Distribuição
Espécie com distribuição muito alargada. A área de nidificação compreende zonas costeiras da América do Norte e do Sul, Caraíbas e Eurásia. A subespécie nominal Sterna sandvicensis sandvicensis nidifica em zonas costeiras da Europa Ocidental (França, Bélgica, Holanda, Dinamarca e Grã-Bretanha), mar Báltico, mar Negro, mar Cáspio, mar de Azov e Mediterrâneo Ocidental (Hagemeijer & Blair 1997). As populações da Europa Ocidental invernam sobretudo entre a Mauritânia e a África do Sul. As populações do mar Negro, mar Cáspio e mar de Azov invernam sobretudo no mar Negro e Mediterrâneo Oriental (Hagemeijer & Blair 1997).

Os indivíduos que invernam em Portugal distribuem-se ao longo da costa continental, ocorrendo sobretudo na Ria de Aveiro, estuários do Tejo e Sado, Ria de Alvor e Ria Formosa.

População
Não existem estimativas concretas da população invernante. As observações de vários ornitólogos nas diferentes zonas húmidas costeiras sugerem uma população de cerca de 1.000 indivíduos (J Ministro, NM Lecoq, L Gordinho, J Petronilho, J Neto, com. pess.), não havendo evidências que tenha declínio continuado. No entanto, desconhece-se se esta população sofre flutuações acentuadas, como acontece noutras espécies desta família.

Durante o período de passagem pós-nupcial, chegam a observar-se concentrações de mais de 1.000 indivíduos em zonas húmidas do litoral (Farinha & Costa 1999).

As população ocidental desta espécie, invernante na costa da Península Ibérica, apresenta-se em aumento (Wetlands International 2002). Esta tendência, juntamente com o facto de se admitir que o habitat não esteja em declínio em Portugal, levou a assumir um risco de extinção da população invernante no nosso território mais reduzido, tendo descido uma categoria na adaptação à escala regional.

Em termos de estatuto de ameaça a nível da Europa, a espécie é considerada Depauperada, tendo a população nidificante apresentado um declínio histórico acentuado (BirdLife International 2004).

Habitat
Esta espécie inverna ao longo da orla costeira, nomeadamente em estuários e zonas húmidas costeiras.

Factores de Ameaça
Desconhece-se a dieta da espécie ao longo da costa, bem como o possível impacto que actividades como aquacultura e pesca artesanal poderão ter nos recursos alimentares desta espécie. Não estão apontadas ameaças particulares para os locais de refúgio.

Medidas de Conservação
As maiores concentrações de garajau-comum ocorrem em Áreas Protegidas. São necessários censos que localizem concretamente todas as áreas de ocorrência ao longo da orla costeira. Estudos que identificassem as principais zonas de alimentação e descanso, bem como as suas características seriam úteis para propor medidas de gestão adequadas.

in Livro Vermelho dos Vertebrados


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