quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Directório Raiz

Se fossemos comparar um disco rígido com um livro, as páginas seriam os clusters, a FAT serviria como as legendas e numeração das páginas, enquanto o directório raiz seria o índice, com o nome de cada capítulo e a página onde ele começa.

O directório raiz ocupa mais alguns sectores no disco, logo após os sectores ocupados pela FAT. Cada arquivo ou directório do disco rígido possui uma entrada no directório raiz, com o nome do arquivo, a extensão, a data de quando foi criado ou quando foi feita a última modificação, o tamanho em bytes e o número do cluster onde o arquivo começa.

Um arquivo pequeno pode ser armazenado em um único cluster, enquanto um arquivo grande é “quebrado” e armazenado ocupando vários clusters.

Neste caso, haverá no final de cada cluster uma marcação indicando o próximo cluster ocupado pelo arquivo. No último cluster ocupado, temos um código que marca o fim do arquivo.

Quando um arquivo é eliminado, simplesmente é removida sua entrada no eliminado raiz, fazendo com que os clusters ocupados por ele pareçam vagos para o sistema operativo.

Além do nome, cada arquivo recebe também uma extensão de até três caracteres, como “EXE”, “DOC”, etc. Através da extensão, o sistema operativo sabe que um determinado arquivo deve ser executado ou aberto usando o Word, por exemplo.

A extensão não tem nenhuma influência sobre o arquivo, apenas determina como ele será visto pelo sistema operativo. Se você abrir o Notepad, escrever um texto qualquer e salvá-lo como “carta.exe”, por exemplo, conseguirá abrir e editar este arquivo sem problemas, mas se você chamar o arquivo clicando duas vezes sobre ele dentro do Windows Explorer, o sistema operativo verá a extensão “EXE” e tentará executar o arquivo, ao invés de tentar abri-lo usando o Notepad, como faria caso o arquivo tivesse a extensão “TXT”.

Depois da extensão, existe mais um byte reservado para o atributo do arquivo, que pode ser “somente leitura”, “oculto”, “sistema”, “volume label”, “diretório” ou “arquivo”. O atributo permite instruir o sistema operativo e demais aplicações sobre como lidar com o arquivo.

O atributo “somente leitura” indica que o arquivo não deve ser modificado ou eliminado. Se você tentar eliminar ou modificar um arquivo somente leitura pelo DOS, receberá a mensagem “Access Denied”. Tentando apagar o arquivo através do Windows Explorer você receberá um aviso explicando que o arquivo é somente para leitura, perguntando se você tem certeza que deseja eliminá-lo. O atributo “sistema” possui uma função parecida, indicando apenas que, além de ser oculto, o arquivo é utilizado pelo sistema operativo.

Para indicar que um arquivo não deve ser visto em circunstâncias normais, usamos o atributo “oculto”. Para ver os arquivos ocultos deverá usar o comando “DIR /AH” no DOS, ou marcar a opção “Mostrar todos os arquivos” no menu Exibir/Opções do Windows Explorer.

Para nomear uma disquete ou a uma partição de um disco rígido, usamos o atributo “volume label”. O nome dado é armazenado em uma área reservada do directório raiz.

De todos os atributos, o mais importante é o atributo de “directório”, pois ele permite a existência de subpastas. As pastas, mesmo quando vazias, são vistas pelo sistema operativo como arquivos. Dentro deste arquivo ficam armazenadas informações sobre o nome da pasta, atributos como somente leitura, oculto, etc., a posição da pasta na árvore de directórios (C:\Windows\System, por exemplo) e informações sobre quais arquivos ou subpastas estão guardados dentro da pasta, assim como a localização destes arquivos no disco.

Como o directório raiz ocupa um espaço equivalente a apenas 16 KB no disco rígido (32 sectores), podemos ter apenas 512 entradas de arquivos ou diretórios. Cada subpasta funciona mais ou menos como um novo directório raiz, permitindo que tenhamos mais arquivos no disco. Como uma pasta (por na verdade ser um arquivo como outro qualquer) pode ocupar o espaço que quiser, não temos a limitação de 512 arquivos, como no directório raiz.

Qualquer arquivo com o atributo “directório”, passa a ser visto pelo sistema operativo como uma pasta, mas a tentativa de transformar um arquivo qualquer em pasta não daria certo, pois apesar de em essência as pastas também serem arquivos, elas possuem um formato específico. Seria como tentar “transformar” um arquivo do AutoCAD num documento do Word apenas alterando sua extensão.

Uma curiosidade sobre as subpastas é que elas só passaram a ser suportadas a partir da versão 2.0 do DOS. Os utilizadores do DOS 1.0 tiveram que conviver durante algum tempo com um sistema que permitia armazenar arquivos apenas no diretório raiz, com a consequente limitação de 512 arquivos no disco rígido.

Finalizando, o atributo “arquivo” indica um arquivo que raramente é modificado, ou é uma cópia de backup de algum arquivo importante. Muitos programas de backup verificam este atributo quando fazem um backup incremental (quando são salvos apenas os arquivos que foram alterados desde o último backup). Neste caso, o programa de backup retira o atributo após salvar o arquivo.

Ao ser alterado por algum outro programa, o arquivo novamente recebe o atributo, permitindo ao programa de backup saber quais arquivos foram modificados.

Para alterar os atributos de um arquivo através do Windows Explorer, basta clicar sobre ele com o botão direito do mouse e abrir a janela de propriedades. Para alterar os atributos através do DOS basta usar o comando “ATTRIB”. A sintaxe do comando ATTRIB é:

+ : Para ativar um atributo
- : Para desativar um atributo
R : somente leitura
A : arquivo
S : sistema
H : oculto

Como em: “ATTRIB +R Reuniao.Doc” para transformar o arquivo em somente leitura ou “ATTRIB -H Io.Sys” para desocultar o arquivo

in Manual de Hardware Completo
de Carlos E Marimoto


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