sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

O Athlon XP

A AMD vive um grande problema. Apesar do Athlon ter um desempenho bem superior ao de um Pentium 4 da mesma frequência, a maioria dos utilizadores simplesmente não sabe disso.

Com isso, a AMD é obrigada a vender os Athlons de 1.33 e 1.4 GHz a preços iguais ou até mais baixos do que o Pentium 4 de 1.4 GHz, mesmo que que eles tenham um desempenho próximo do Pentium 4 de 2.0 Ghz, que custa 4 vezes mais. Apesar das críticas, é inegável que a Intel acertou em cheio do ponto de vista comercial, construindo um processador capaz de atingir frequências muito altas, apesar de perder numa comparação clock por clock.
Mesmo que a AMD tradicionalmente trabalhe com margens de lucro bem menores que a Intel, seria difícil acreditar que eles sejam capazes de continuar vendendo tão barato os seus processadores topo de gama.
 
Já que não é possível produzir Athlons que operem a frequências tão altas quanto o Pentium 4, a AMD resolveu colocar em prática uma estratégia diferente, tentando vendê-los com relação ao seu desempenho. Sim, decidiram ressuscitar o velho índice Pr, usados nos antigos 5x86, K5 e Cyrix 6x86.
O padrão, que a AMD vem tentando estabelecer com a ajuda de outros fabricantes, foi baptizado como True Performance Initiative, e que visa criar um conjunto de testes e benchmarks de vários fabricantes e levando em consideração o desempenho do processador em várias aplicações, que possa servir como uma medida confiável de desempenho para processadores.
 
Por enquanto o padrão ainda não está definido, por isso a AMD definiu os índices de desempenho baseados em uma série de benchmarks populares actualmente, mantendo ainda uma certa folga em relação ao Pentium 4. A intenção é que o Athlon possa vencer com folga as versões equivalentes do Pentium 4.
Para completar, o Athlon Palomino mudou de nome, e foi lançado como “Athlon XP” ao invés de Athlon 4, que era o nome já utilizado nas versões para notebooks, apanhando boleia do lançamento do novo sistema da Microsoft.
 
O Athlon XP foi lançado, em versões de 1.33, 1.4, 1.46 e 1.5 GHz, vendidas com base no seu desempenho em relação ao Pentium 4.

A versão de 1.33 Ghz por exemplo é vendida como modelo 1500+, indicando que tem um desempenho igual ou superior ao de um Pentium 4 de 1.5 GHz.
 
A versão de 1.4 GHz é vendida como modelo 1600+, a de 1.46 como 1700+, a de 1.5 GHz como 1800+. Logo será lançada também a versão de 1.6 GHz encarnará o modelo 1900+.
Do ponto de vista do desempenho, a numeração está mais do que correta, pois salvo algumas raras excepções, um Athlon de 1.4 GHz bate com folga um Pentium 4 de 1.6 GHz. Em várias aplicações chega a bater até mesmo um de 2.0 GHz. O ponto neste caso é a confusão que esta nova nomenclatura irá causar. Um utilizador leigo vai achar que o vendedor o enganou ao descobrir que seu Athlon 1800+ na verdade opera a apenas 1.5 GHz. Felizmente, as placas mãe com BIOS recentes, que já são capazes de reconhecer correctamente os novos processadores mostram tanto o índice de desempenho quanto a frequência real de operação, o que deve diminuir este problema.
O Anandtech publicou uma série de benchmarks que demonstraram não apenas que o XP apresenta um ganho considerável em relação aos Athlons Thunderbird, graças ao suporte às instruções SSE, mas que o Athlon XP Pr 1800 (1.53 GHz) é capaz de derrotar com folga não apenas um Pentium 4 de 1.8 Ghz, mas também o de 2.0 GHz.
 
De 14 benchs, o Pentium 4 de 2.0 GHz foi capaz de ganhar em apenas 4: compactação de áudio em MP3, com o LAME Encoder, Quake III a 640 x 480, SPECviewperf 6.1.2 – DX-06 e SPECviewperf 6.1.2 – Light-04, sendo que apenas no último o Pentium 4 conseguiu mostrar uma vantagem acima de 2%.
O melhor resultado do Athlon XP foi no Serious Sam 1.02, onde conseguiu uma vantagem de 35%. 

O Toms Hardware publicou um set de benchmarks um pouco diferente, mas novamente com a supremacia do XP. Os destaques ficam para o Evolva, onde o XP ficou 17% na frente . No Sandra o Pentium 4 ganhou por quase 15% em inteiros, mas perdeu em ponto flutuante onde mudou apenas o percentual (10% com o i850 e 15% com o Via P4x266). Outro bench onde o Pentium 4 + i850 ficou bem foi no teste de barramento com a memória do Sandra, graças claro ao uso de memórias Rambus. 
Note que o teste feito pelo Anandtech, utilizou uma placa mãe com o i850 e memória Rambus, a plataforma onde o Pentium 4 se sai melhor. O Toms Hardware fez testes com placas i850 e Via P4x266. Em nenhum dos dois testes foram usadas as placas com o i845, que serão as mais comuns nos próximos meses, mas onde o Pentium 4 tem seu desempenho bastante fragilizado pelo uso de memórias SDRAM comuns.

Por outro lado, os testes foram feitos com o Pentium 4 Willamette, que tem apenas 256 KB de cache L2. Logo estarão à venda os Pentium 4 de 0.13 mícron, baseados no core Northwood, que trarão 512 KB de cache. Como as placas baseadas no i845 serão logo substituídas por placas com suporte à memórias DDR baseadas no i845D ou no SiS645, o desempenho do Pentium 4 pode acabar sendo um pouco superior ao mostrado nos testes actuais.
Outro anúncio de apoio veio da Microsoft que já vinha namorando com a AMD desde a época do desenvolvimento do X-Box, que viria equipado com processadores AMD Duron se a Intel não tivesse aparecido na última hora com uma oferta imbatível do Celeron.

Foi anunciado que as duas empresas farão uma campanha de marketing conjunta, tentando alavancar a venda dos dois XPs, o “Experience” da Microsoft e o “Extreme Performance” da AMD.

in Manual de Hardware Completo
de Carlos E Marimoto

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