sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Os processadores da Via

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Pelo que parece, a Via não se limitou a comprar a Centaur e a Cyrix, mas vem realmente investindo pesado para conseguir um lugar ao sol para seus processadores.

O C3 actual combina um desempenho no máximo medíocre, com um baixo consumo eléctrico e baixo custo, mas a Via não pretende parar por aqui.

Entre os processadores anunciados no último roadmap está o C5X, uma versão aprimorada do C3 actual que trará um desempenho “menos fraco” em ponto flutuante e o CZA, um processador que será compatível com placas para Pentium 4 e, segundo a Via, será lançado em versões a partir de 3.0 GHz.
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O foco da Cyrix continuará sendo o de processadores de baixo custo, por isso não espere nenhum fenómeno em termos de desempenho entre os membros das novas famílias, mas sim projectos bastante enxutos. Para ter uma ideia mais clara, basta fazer uma comparação rápida entre o tamanho físico do C3 (52 milímetros quadrados) em comparação com o Athlon Thunderbird (117 milímetros) ou o Pentium 4 Willamette (217 milímetros). Como o custo de produção do processador é proporcional à sua área, é fácil entender toda a coragem da Via ao usar o slogan “Computing for the masses”.

Além do baixo custo, outro ponto muito enfatizado é o baixo consumo eléctrico dos chips. Os C3 actuais, com core Erza, que são fabricados através uma arquitectura de 0.13 mícron (apesar do coprocessador aritmético e algumas outras partes serem produzidos numa técnica de 0.15 mícron) são equipados também com um sistema inteligente de gestão de energia, o LongHaul.


Assim como o LongRun dos chips Crusoé, o LongHaul permite que que o processador alterne dinamicamente sua frequência de operação, oferecendo apenas o solicitado pela aplicação.
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Graças ao sistema de gestão e ao baixo consumo do chip, o C3 consegue atingir níveis de consumo próximos dos do Crusoé.

Um C3 de 850 MHz por exemplo, consome 9 Watts com o sistema de gestão desabilitado (o que já é pouco, considerando que um Pentium III de 850 MHz consome mais de 30) mas consome apenas 4.75 Watts utilizando o Business Winstone com o LongHaul habilitado, ou ainda menos nos momentos em que o processador está ocioso.

Enquanto vemos os processadores Athlon e Pentium 4 próximos da marca dos 100 Watts, falar em processadores de 5 watts ou menos é como cair em outra dimensão. Sem dúvida, existem áreas onde processadores tão económicos levam vantagem. O nosso desktop, por exemplo, está até hoje com um Celeron 600. Não é o melhor desempenho do planeta, mas é um processador muito económico para os padrões actuais e existe a opção de usá-lo a 900 MHz quando preciso de mais desempenho. No meu caso um Via de 3 GHz por um preço razoável seria uma opção atractiva, já que não sou um grande fã de jogos, nem costumo utilizar CAD nem aplicações gráficas pesadas.
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Outra arma da Cyrix é um novo encapsulamento chamado EBGA, onde o processador é soldado directamente na placa mãe, o que ajuda a criar sistemas integrados de baixo custo. Esse não é exactamente o sistema que nós costumamos elogiar, pois para trocar o processador é preciso trocar praticamente tudo, já que o som, vídeo, modem etc. também virão integrados na placa mãe na maioria dos casos, mas será sem dúvida uma solução barata. Além disso, nada pode ser pior que a invasão das M598 + K6-2 + 32 MB...

O C5X deverá ser lançado na segunda metade de 2002 e terá uma área de 78 milímetros quadrados, com 256 KB de cache L2, contra os 64 KB do actual.

A maior parte dos transístores adicionais serão usados no cache, mas ainda restarão alguns para melhorar o coprocessador aritmético, que é um ponto realmente crítico nas versões actuais. O C3 é equipado com um coprocessador aritmético simples que processa uma instrução por ciclo (como o K6-2), porém que opera à metade da frequência de operação do processador. É muito pouco se comparado com as três instruções por ciclo do Athlon.

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A Via não divulgou maiores detalhes sobre a arquitectura do novo coprocessador, mas pela  quantidade de transístores adicionados, é provável que tenham elaborado um coprocessador capaz de executar uma instrução por ciclo, mais ou menos equivalente ao do K6-2. Continuaria sendo muito menos que o encontrado no Athlon e no Pentium 4, mas já seria uma grande evolução.

O C5X não será capaz de atingir frequências muito altas, mesmo com uma arquitectura de 0.13 mícron. A Via pretende lançar versões de até 1.5 GHz até o final de 2002. Naturalmente será apenas uma opção de baixo custo, já que o Athlon e o Pentium 4 já estarão então na casa dos 3.0 GHz.

Existirão duas versões de baixo custo, o C5XL, que virá com apenas 64 KB de cache L2 e o C5YL, uma versão simplificada do processador, que será ainda mais barato e será capaz de atingir frequências mais altas.
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Não está muito claro sobre qual será o mercado do C5YL, já que ele será lançado apenas no segundo semestre de 2003 e em versões a partir de 1.5 GHz, bem pouco para a realidade que teremos daqui a dois anos. O nosso palpite é que ele será destinado principalmente para handhelds e webpads.

Finalmente, teremos para 2004 o CZA, que será fabricado numa técnica de 0.10 mícron e será compatível com as placas mãe para Pentium 4. Com versões a partir de 3.0 GHz, ele competirá com as versões antigas do Pentium 4 (que então já deverá estar na casa dos 5.0 GHz).

Novamente será um processador de baixo custo, mas com um desempenho mais que suficiente para a grande maioria das aplicações, sem consumir os absurdos de energia que o Pentium 4 e Athlon consumem.
in Manual de Hardware Completo
de Carlos E Marimoto
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