quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Terminologia e jargão escutista (1911 - 1942)

Adaíl – Sinónimo de chefe ou dirigente da UAP.
Adaíl-Mor – Chefe máximo da UAP.
Aduar – Sinónimo de acampamento ou bivaque, de raiz árabe, designação utilizada pelos elementos da UAP.
Adueiro – Rapaz entre os 13 e os 17 anos pertencente à UAP, etariamente equivalente ao escoteiro, escuta ou guia. Conforme o grau de aprendizado técnico, podia ser Adaíl-Aprendiz, Adaíl-Pronto ou Adaíl-Perfeito, correspondentes a escuteiro ou guia de 3ª, 2ª ou 1ª classe.
Alcateia – Colectivo de lobitos, pertencente à 1ª Divisão da AEP e 1ª Secção do CNS/CNE, que agrega um número variável de pequenos grupos (bandos) de rapazes com idades compreendidas entre os 6 e os 12 anos.
“Alerta” – Divisa dos escutas do CNS/CNE.
Aquelá (alias Akêlá, Pai Lobo ou Mãe Loba) – Designação porque é conhecido o chefe da alcateia, inspirada numa personagem do Livro da Selva, de Rudyard Kipling.
Avezinha – Menina entre os 6 e os 10 anos pertencente à 1ª Secção da AGP que, após período probatório e de prestação de provas efectua a sua promessa em cerimónia de investidura.
Bando – Célula da alcateia, composta por 4 a 8 lobitos; célula do ninho, composta por 4 a 8 avezinhas.
Bivaque – Actividade escutista de curta duração (máximo de 24 horas); espécie de barrete dobrado e comprido, parte integrante do uniforme das alcateias do CNS/CNE durante as décadas de trinta e quarenta.
“Boa Caça” – Cumprimento, incentivo ou voto trocado entre escuteiros.
Boy-Scout – Termo inglês forjado por Robert Baden-Powell, qualificativo do praticante do escutismo; literalmente tradutível em português como “rapaz-batedor”; boy-scout, ou simplesmente scout foi o primeiro termo a ser utilizado em território português, a que se seguiu a sua substituição por escoteiro (1913), adueiro (1914) e escuta (1934).
Brigada – Sinónimo de patrulha, utilizado pelo CNS/CNE para diferenciar as unidades marítimas das terrestres.
Cadete – Sinónimo de Lobito; sinónimo de 1ª Divisão, correspondente aos originais Wolf-Cubs, posteriormente designada Alcateia; guia sénior da AGP, em preparação para dirigente.
Chefe – Sinónimo de adaíl, dirigente ou comissária, indivíduo maior de 18 anos encarregado da administração, formação técnica, moral ou religiosa de uma alcateia, grupo, tribo ou clã; na AEP é-se Escoteiro-Chefe.
Clã – Grupo de escutas séniores, integrando a 3ª Secção do CNS/CNE, composto por um número variável de pequenas unidades (patrulhas) de rapazes com idades compreendidas entre os 15 e os 21 anos.
Comissária – Sinónimo de chefe ou dirigente dos órgãos superiores da AGP.
Comissário – Termo utilizado até Maio de 1942 para designar um chefe ou dirigente superior (local, regional ou nacional) da AEP e CNS/CNE.
Companhia – Termo utilizado pela AGP, sinónimo de unidade ou grupo de Guias.
Compromisso de Honra – Sinónimo de promessa; fórmula alternativa proferida pelo aspirante laico da AEP, sobre a bandeira nacional e associativa, no momento da sua investidura.
Conselho de Guias – Colectivo constituído pela reunião semanal da chefia, guias e sub-guias de uma unidade, com o objectivo de deliberar acerca de assuntos relativos à mesma.
“Da Melhor Vontade” – Divisa do lobito do CNS/CNE.
Director – Designação utilizada até Outubro de 1934 para qualificar o dirigente eclesiástico católico responsável pela orientação espiritual de uma unidade ou grupo do CNS/CNE.
Director-Mor – Designação utilizada, até Outubro de 1934 para identificar o responsável eclesiástico máximo na hierarquia do CNS/CNE, posteriormente alterada para Assistente-Nacional; cargo ocupado pelo Arcebispo de Braga.
Dirigente – Sinónimo de chefe, adaíl ou comissária, indivíduo maior de 18 anos encarregado da administração, formação técnica, moral ou religiosa de uma alcateia, grupo, tribo ou clã.
Distintivo – Sinal exterior destinado a diferenciar um grupo ou elemento dos restantes, informando acerca da pertença e estádio de evolução do mesmo.
Divisão – Termo utilizado pela AEP, sinónimo de nível ou grupo etário; equivalente à designação de secção no CNS/CNE e AGP; a 1ª divisão integra alcateias, a 2ª divisão grupos de escoteiros juniores e a 3ª divisão grupos de escoteiros seniores.
Escoteiro (AEP), Scout (CNS) ou Escuta (CNE) – O mesmo que escuteiro; rapaz entre os 10 e os 21 anos pertencente a uma patrulha e grupo de uma associação nacional portuguesa, que após período probatório e de prestação de provas efectua o seu compromisso de honra ou promessa em cerimónia de investidura; pode ser júnior (dos 10/12 aos 15/16 anos ) ou sénior (dos 15/17 aos 19/21
anos).
Escoteiro da Pátria ou Cavaleiro da Pátria – Prova última no sistema progressivo do escuteiro da AEP e CNS/CNE, respectivamente; insígnia atribuída ao escuteiro com provas de primeira classe completas, acrescidas de duas outras de conhecimento de Portugal e um cúmulo de seis aptidões ou especialidades diferentes, a par do reconhecimento hierárquico de extraordinárias qualidades humanas.
Especialidades – Insígnias atribuídas a um lobito, escuteiro ou guia, após a prestação de provas de destreza específica, como por exemplo ciclista, cantor ou alfaiate.
Evoluções – Conjunto de preceitos e comportamentos do escuteiro em situação de marcha ou formatura móvel.
Flor de Lis – Símbolo mundial do escutismo, escolhido por Robert Baden-Powell por reportar à pureza e aos ideais da cavalaria medieval.
Fogo de Conselho – Cerimonial nocturno de reunião de uma unidade em torno de uma fogueira, com intuitos de entretenimento e reflexão.
Formatura – Posicionamento formal escutista sob voz de comando, de desenho variável, similar ao utilizado no mundo castrense.
Grupo – Sinónimo de unidade; identifica o colectivo que integra um número variável de patrulhas de escuteiros.
Guia – Líder de bando, alcateia, patrulha, grupo ou tribo; criança ou jovem entre o 6 e 21 anos pertencente à AGP.
Guia Sénior – Rapariga pertencente a uma companhia da AGP, com idade compreendida entre 16 e 21 anos.
Insígnia – Sinal externo composto por figuras ou desenhos.
Inspector-Mor – Termo utilizado até Outubro de 1934 para designar o Secretário-Nacional do CNS/CNE.
Instrutor – Epíteto de todo o especialista, escuteiro ou não, que ministrava até 1942 instrução técnica de vária natureza a patrulhas ou grupos de escuteiros; epíteto do escuta, da guia (com mais de 18 anos) ou do chefe do CNS/CNE e AGP que veiculam conhecimentos de natureza técnica ou auxiliam a chefia de um grupo ou patrulha.
[Escuteiros] Isolados – Categoria de patrulhas que, por se encontrarem em pontos do território onde não existiam grupos ou regiões associativas constituídas, dependem do nível hierárquico superior à distância.
Jamboree – Acampamento internacional periódico de escuteiros criado por Robert Baden-Powell; ocorrido pela primeira vez em Olympia, Inglaterra, em 1920, visa a promoção do escutismo e o reforço do sentimento de fraternidade entre escuteiros de diferentes nações; expressão idiomática norte-americana, tradutível em português como “folia barulhenta”.
Lobito – Rapaz entre os 6 e os 12 anos, pertencente a um bando e alcateia de uma associação escutista portuguesa, que após período probatório e de prestação de provas efectua o seu compromisso de honra ou promessa em cerimónia de investidura.
Lobo – Primeira designação utilizada pelo CNS/CNE, na primeira década de existência, para qualificar o jovem pertencente à 2ª Secção; sinónimo de escoteiro, adueiro, scout ou escuta.
“Mens Sana In Corpore Sano”
– Mote da UAP.
Ninho – Colectivo de avezinhas, integra um número variável de pequenos grupos (bandos) de meninas entre os 6 e os 10 anos.
Noviço – Escuteiro que transitou para outra secção ou divisão, mas que ainda não renovou a sua promessa ou fez a sua investidura.
Ordem de Serviço – Acto oficial emanado por um grupo, núcleo, região ou associação.
Pata-Tenra – Nome porque também é conhecido o aspirante ou o escuteiro inexperiente.
Patrulha – Célula de um grupo ou unidade de escuteiros, composta por 6 a 8 rapazes.
Pioneirismo – Trabalho técnico do escuteiro; arte de fazer nós e construções.
“Por Bem” – Divisa Geral da UAP.
Promessa – Fórmula proferida pelo aspirante a escuteiro da AEP, CNS/CNE ou AGP, fiel a uma crença religiosa, sobre a bandeira nacional e associativa, no momento da sua investidura.
Secção – Termo utilizado pelo CNS/CNE e AGP, sinónimo de nível ou grupo etário; equivalente à designação de divisão na AEP; no CNS/CNE, a 1ª secção integra alcateias, a 2ª secção grupos de scouts/escutas juniores e a 3ª secção grupos de scouts/escutas seniores ou Clãs (na década de vinte e trinta os termos Lobitos, Lobos e Velhos Lobos, respectivamente, são também utilizados); na AGP a 1ª secção integra ninhos, a 2ª secção companhias de Guias e a 3ª secção companhias de Guias Séniores.
“Sempre Alerta” – Divisa das guias da AGP.
“Sempre Alerta para Servir” – Divisa dos dirigentes do CNS/CNE.
“Sempre Pronto” – Divisa dos escoteiros da AEP.
“Sempre Pronto para Servir” – Divisa dos escoteiros-chefes da AEP.
Tribo – Sinónimo de unidade de escoteiros, juniores ou seniores, da AEP. No CNS/CNE, a palavra “tríbu”, usada no mesmo sentido, é também informalmente referida no seu órgão oficial.
Tribunal de Honra – Colectivo de guias, sub-guias e respectiva chefia de unidade reunidos no intuito de julgar um acto de um escuteiro que tenha atentado contra a lei, promessa ou o regulamento a que se obrigou.
Unidade – Sinónimo de grupo; identifica o colectivo que integra um número variável de patrulhas de escuteiros.
Velho Lobo – Designação utilizada pelo CNS/CNE, na primeira década de existência, para qualificar o jovem pertencente à 3ª Secção; sinónimo de escuta sénior; também utilizada para designar, nos primeiros anos da associação, o chefe de alcateia.

in LUSITÂNIA SACRA XVI
A INTRODUÇÃO DO ESCUTISMO EM PORTUGAL
 de ANA CLÁUDIA S. D. VICENTE
 

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