terça-feira, 17 de abril de 2012

Myotis bechsteinii, Morcego de Bechstein

Taxonomia
Mammalia,  Chiroptera,  Vespertilionidae.
 
Tipo de ocorrência
Residente.
 
Classificação
EM PERIGO - EN
Fundamentação: A espécie tem uma população pequena (inferior a 1.000 indivíduos maduros), e uma extensão de ocorrência e área de ocupação reduzidas (inferiores aos valores charneira de 20.000 e 2.000 km2 respectivamente) e fragmentação elevada; admite-se um declínio continuado da qualidade do habitat.

Distribuição
Esta espécie ocorre na Europa Ocidental e Central e na Ásia Menor, até ao Cáucaso e extremo Norte do Irão (Schlapp 1999).

Em Portugal, o morcego de Bechstein só foi encontrado na Região Centro, mas provavelmente ocorre também no Norte (Palmeirim et al. 1999).

População
A espécie é considerada rara em praticamente toda a sua área de distribuição (Schlapp 1999), sendo uma das espécies de morcegos mais raras em Espanha (Blanco  &  González  1992).

É também uma das espécies mais raras no nosso país, cuja população é certamente inferior a um milhar de indivíduos. Não há dados que permitam avaliar a sua tendência populacional.

Habitat
Na Europa do Norte e Central, esta espécie hiberna em abrigos subterrâneos, como minas e grutas. Parece criar quase exclusivamente em cavidades de árvores (Cervený & Burger 1989, Kerth et al. 2000). No entanto, em Inglaterra, foi referida uma colónia de criação num sótão e outra numa caixa-abrigo (Schofield & Morris 2001). Caça em zonas florestadas ou, menos frequentemente, em pastos  nas imediações de zonas florestadas (Schofield & Morris 2001).
 
Factores de Ameaça
A diminuição das florestas de folhosas bem desenvolvidas, com redução das áreas de alimentação e da disponibilidade de abrigos (pela eliminação de árvores antigas com cavidades), pode influenciar  negativamente esta espécie.

O uso generalizado de pesticidas poderá ser uma ameaça, dado que potencialmente causa a diminuição da diversidade de presas e a contaminação dos morcegos por ingestão de insectos contaminados.

Medidas de Conservação
Dada a reduzida informação que existe sobre esta espécie no país, a sua conservação depende do desenvolvimento de acções de investigação para melhorar o conhecimento da distribuição, do efectivo e das tendências populacionais, que permitam avaliar a situação da espécie e planear medidas de conservação.

No entanto, sabe-se que a correcta gestão das zonas florestais de folhosas, com a preservação de árvores antigas, é essencial para esta espécie. Deve ser considerada a possibilidade de instalar caixas-abrigo em áreas de habitat favorável mas que não disponham de árvores com cavidades.

A racionalização do uso de pesticidas e a realização de acções de sensibilização poderão também beneficiar esta espécie.
 in Livro Vermelho dos Vertebrados

Sem comentários: