terça-feira, 10 de julho de 2012

Calidris ferruginea, Pilrito-de-bico-comprido

Taxonomia
Aves, Charadriiformes, Scolopacidae.

Tipo de ocorrência
Invernante.
 
Classificação
VULNERÁVEL - VU*  (D)
Fundamentação: População muito reduzida (admitindo-se que seja inferior a 250 indivíduos maturos). No entanto, por ser um taxon visitante não reprodutor cujas condições não se estão a deteriorar nem fora nem no interior da região, o que leva a admitir um risco de extinção mais reduzido em Portugal, desceu uma categoria na adaptação à escala regional.

Distribuição
Nidifica na Sibéria. Inverna predominantemente na África subsariana, península arábica, até à Australásia (del Hoyo et al. 1996).

Em Portugal Continental ocorre principalmente em zonas húmidas costeiras do território nacional, nomeadamente na Ria Formosa (Farinha & Costa 1999).

População
Esta espécie tem sido monitorizada nas zonas estuarinas desde a década de 1970. A análise destes censos até 2000 mostra que, embora nos primeiros anos a sua abundância seja pequena e irregular, na década de 1990 o número de indivíduos aumentou; verifica-se que na última década a sua abundância tem permanecido estável, tendo oscilado entre 50 e 350 indivíduos (Sousa 2002b).

As populações ocidentais apresentam-se em aumento (Wetlands International 2002).

Esta tendência, juntamente com o facto de se admitir que o habitat não esteja em declínio em Portugal, levou a assumir um risco de extinção da população invernante no nosso território mais reduzido, tendo descido uma categoria na adaptação à escala regional.

Em termos de estatuto de ameaça a nível da Europa, o pilrito-de-bico-comprido não foi avaliada uma vez que nesta região a espécie ocorre sobretudo como migrador de passagem, tendo apenas uma população residual invernante na Península Ibérica (BirdLife International 2004).

Habitat
Principalmente em zonas entre-marés e em salinas.
 
Factores de Ameaça
Perda ou degradação de habitat (por acção do Homem), nomeadamente pelo abandono ou degradação de salinas, a transformação de salinas em aquacultura marinhas e a destruição ou degradação das zonas entre-marés.

Medidas de Conservação
A maior parte das áreas estuarinas utilizadas por esta população durante o inverno estão incluídas em áreas com estatuto legal (Reservas naturais, Zonas de Protecção Especial, Sítio Ramsar). Várias outras zonas foram designadas como Zonas Importantes para as Aves recentemente (Costa et al. 2003). No entanto, é necessário assegurar a conservação do habitat e a minimização dos factores de ameaça referidos, nomeadamente a promoção da salinicultura. Importa obter estimativas fiáveis do efectivo populacional e melhor conhecimento da sua distribuição.

Notas
Em Portugal Continental a espécie ocorre também como migrador de passagem.
in Livro Vermelho dos Vertebrados

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