segunda-feira, 13 de setembro de 2010

O papel do adulto no escutismo

Não sendo as finalidades Educativas fórmulas mágicas, para atingirem o seu pleno valor pedagógico, necessitam de um ritmo, um doseamento, um desenvolvimento, que não pode ser acção das nossas crianças, dos nossos adolescentes ou dos nossos jovens. Não há educação possível sem um certa relação com um adulto – É essa a razão de ser da presença dos Adultos no Escutismo. 
A vida de uma criança adolescente ou jovem, é pobre em confronto com os adultos, o Pai sai de manhã até à noite «para o seu trabalho, para a fábrica, ou para o escritório» e este período de tempo para a criança adolescente ou jovem, um mistério. Frequentemente o adulto que ele encontra, esmagado por uma sociedade altamente hierarquizada, quer parecer alguém aos seus olhos. Tem tendência para considerar as crianças, os adolescentes ou os jovens inferiores a ele, e o diálogo é completamente falseado. Os adultos que as crianças encontram regularmente, estão muitas vezes em relação a elas numa situação que torna difícil uma verdadeira discussão, uma certa cumplicidade, pela qual a criança o adolescente ou o jovem teria realmente a impressão de estar a comunicar com um adulto. No entanto, a criança o adolescente ou o jovem tem necessidade dessa comunicação, gosta dela, e ela desenvolve-o, exercitando as suas capacidades de raciocínio ou de luta, permitindo-lhe as suas convicções ou pôr-se a si próprio em causa. 
O Escutismo propõe a homens e mulheres serem este adulto que aceita ser plenamente ele próprio, mesmo vivendo em relação com as crianças, os adolescentes ou os jovens. Para isso não se trata de saber tudo, de ter feito estudos complicados, de ser um especialista em pedagogia, não. Trata-se de algum modo de ser um homem/mulher – criança como dizia Baden Powell, quer dizer, de ser plenamente homem/mulher, mas também em comunhão com as crianças, os adolescentes ou os jovens. Ter a capacidade de maravilhar-se, jogar, descobrir, vibrar, lutar, saber estar com eles, no meio deles e não ao lado, acima ou estranho ao seu mundo. 
Baden Powell disse-nos acerca do Dirigente/Educador:
  1. Deve possuir em si o espírito de um rapaz, precisa de colocar-se espontaneamente ao mesmo nível dos rapazes com quem contacta.
  2. Deve compreender os principais traços psicológicos das diferentes fases da vida de um rapaz.
  3. Deve ter mais atenção a cada um dos rapazes do que ao seu conjunto.
  4. Deve desenvolver entre os rapazes um espírito de unidade, para alcançar os melhores resultados.

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