Cada objectiva é definida pela sua distância focal e pela sua abertura máxima. A distância focal (expressa em milímetros) determina o ângulo que é coberto pela objectiva, a "ampliação". Uma distância focal mais curta inclui um ângulo maior no enquadramento, uma distância focal mais longa amplia o que se está a ver, reduzindo o ângulo de cobertura. A abertura máxima corresponde à quantidade máxima de luz pode passar através da objectiva. Assim, quanto maior for a abertura máxima, menor será o tempo durante o qual se deverá expor a película com a mesma luz . Considera-se que uma objectiva é rápida se tiver uma abertura máxima maior ou igual a 2.8 e lenta se essa abertura for igual ou inferior a 5.6.
Actualmente, o tipo mais comum de objectivas são as chamadas zoom, que cobrem um intervalo de distâncias focais. A objectiva zoom mais vulgar deve ser a 35-80mm, que cobre todas as distâncias focais entre os 35mm e os 80mm. Até aos anos 90, este tipo de objectivas oferecia uma qualidade óptica muito inferior à que se obtinha com objectivas de apenas uma distância focal. Hoje já não é assim e podem-se comprar excelentes objectivas zoom. No entanto, proliferam no mercado produtos baratos que sacrificam a qualidade óptica e, sobretudo, a abertura máxima. A qualidade paga-se e basta ver a diferença de preço entre um zoom 80-200mm f/2.8 e outro 80-200mm f/4-5.6...
A escolha de uma objectiva não se resume a distância focais e aberturas máximas. Antes de mais, temos que decidir se preferimos ter um sistema de focagem manual ou automática. Se optarmos pela focagem automática, podemos ainda ponderar a hipótese de comprar uma das novas objectivas com estabilização electrónica da imagem (IS - Image Stabilisation da Canon ou VR - Vibration Reduction da Nikon), sistema que permite quebrar a regra já referida segundo a qual não se deve segurar à mão a máquina para tempos de exposição superiores ao inverso da distância focal da objectiva. Com uma objectiva de 300mm equipada com este sistema pode-se fotografar com nitidez com exposições de até 1/30 de segundo. Sem a estabilização, qualquer exposição mais longa que 1/300 resultaria numa redução visível da nitidez.
Para uma distância focal igual à diagonal do filme, a perspectiva é igual à da nossa visão. Em filmes de 35mm (onde cada fotograma tem 24mm x 36mm), essa distância "normal" é de 43,27mm. Por convenção, chamam-se "normais" à objectivas entre 50 e 60mm. Abaixo desse intervalo temos as grandes angulares, que expandem a perspectiva, e acima as teleobjectivas, que comprimem a perspectiva. Antes da era dos zooms, cada corpo de máquina costumava vir com um objectiva de 50mm razoavelmente rápida (f/1.8 ou mesmo f/1.4), mas hoje em dia o mais comum é recebermos com uma máquina nova uma objectiva zoom 35-80mm. Por se fabricarem em grandes quantidades há muito tempo, as objectivas "normais" de distância focal fixa costumam ter uma qualidade óptica extraordinária, pelo que é de lamentar que sejam muitas vezes menosprezadas.
Em espaços apertados ou para transmitir a vastidão de uma paisagem é necessária uma grande angular, seja uma objectiva de 20, 24, 28 ou 35mm ou um zoom que chegue a essas distâncias focais. Mas esta atractiva gama de distâncias focais coloca problemas de composição precisamente por incluir tanta coisa: às vezes as fotografias perdem "vida" por não se perceber o que o fotógrafo quer mostrar. São, por isso, necessários cuidados redobrados com o enquadramento e a composição de cada imagem. Uma característica importante das grandes angulares consiste na ampliação das distâncias aparentes entre os objectos próximos e afastados, alterando a perspectiva, o que pode ser utilizado para composições fortemente tridimensionais.
A primeira objectiva adicional que muitos fotógrafos amadores compram é uma teleobjectiva curta, geralmente um zoom 80-200mm ou 70-210mm. São objectivas relativamente baratas e que permitem uma maior selectividade no enquadramento. Reduzem também as distâncias aparentes entre os objectos, comprimindo a perspectiva, sendo adequadas para quase todos tipos de fotografia, incluindo a de natureza.
As boas teleobjectivas acima dos 300mm custam caro mas são uma necessidade para quem quiser fotografar pequenos mamíferos, pássaros ou animais selvagens a uma distância segura. Uma solução de compromisso mais económica costuma ser comprar um zoom que chegue aos 300mm. O problema é que estas objectivas são geralmente lentas, com aberturas máximas iguais ou superiores a f/5.6, mas mesmo assim conseguem captar belas imagens.
Uma forma popular de aumentar a distância focal das objectivas é utilizar um teleconversor, um conjunto adicional de lentes que multiplicam por 1.4, por 2 ou mesmo por 3 a distância focal das objectivas. O problema destes dispositivos é que reduzem a qualidade óptica da imagem e multiplicam pela mesma razão a abertura máxima. Os teleconversores foram concebidos para aumentar de forma flexível a distância focal de teleobjectivas longas e rápidas. Por exemplo, uma objectiva de 300mm com a abertura máxima de f/2.8 torna-se, com um conversor de 2x, numa 600mm com uma abertura máxima de f/5.6. Usar um teleconversor num zoom lento é pouco aconselhável: uma objectiva 70-300mm f/4-5.6 com um conversor de 2x também atinge os 600mm, mas com uma abertura máxima de f/11!
Outra tendência recente é a construção de objectivas zoom que abarcam desde a grande angular até à teleobjectiva. Encontram-se com agora facilidade objectivas 28-200mm ou mesmo 28-300mm. Uma gama tão grande de distâncias focais é conseguida à custa da abertura máxima e da qualidade óptica. Para além disso, quem dependa de apenas uma objectiva está sujeito a que ela se avarie arruinando a meio uma sessão fotográfica...
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