quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Tipos de objectiva

Olho de Peixe

Proporcionam um campo de visão máximo, chegando aos 180 graus. Criam imagens muito espectaculares e claramente deformadas. A foto de exemplo está feita com uma objectiva Peleng 8mm.

 
Grande Angular

O campo de visão é maior que o da visão humana. No chega a ser tão amplo como nos olhos de peixe, mas quase. Igualmente as fotos saem deformadas. A foto de exemplo está feita com uma objectiva Sigma 10-20mm.

 
Zoom intermédio

É o tipo de objectiva indispensável. Cobre um ângulo de focagem entre os 18mm e os 90mm. São muito versáteis porque permitem modificar a composição rapidamente sem ter que se mover e porque dispõe também de algo de grande angular, permitindo abrir o campo de visão mais além da visão humana. As fotos de exemplo estão feitas com um objectiva Tamron 17‐50mm.
 
Teleobjectiva

São as objectivas de distância focal mais alta. Permitem-nos fechar muito o plano sem ter que aproximar-se fisicamente. São imprescindíveis para a fotografia de desportos e natureza.
 
Todo o terreno

São objectivas que cobrem um ângulo muito amplo de focagem. Tem de tudo um pouco, de grande angular, de zoom intermédio e de teleobjectiva. Se bem que não seja a melhor opção se o que procura é nitidez, luminosidade e qualidade, são objectivas muito cómodas porque se evita estar mudando constantemente de lente e reduz a carga em viagens. O seu uso é de aficionado.
 
Macro

A peculiaridade destas objectivas é que tem uma distancia mínima de focagem muito muito baixa. São as objectivas que menos distorção oferecem. São ideais para a fotografia de insectos.
 
O clássico 50mm

Em todos os tipos de objectiva que temos visto até agora existe a possibilidade de que a objectiva seja de focagem fixa ou variável. Se a focagem é fixa não podemos aproximar nem afastar com o zoom. Este é um bom modo de nos esforçarmos mais na busca do enquadramento adequado, já que temos que mover-nos. Por isso a objectiva de 50mm, que é a que mais se assemelha à visão humana, é recomendada nas escolas de fotografia para a aprendizagem. Por outra parte, ao serem objectivas muito mais simples e com menos lentes são mais baratas e oferecem uma grande qualidade e luminosidade. São muito úteis para fotografia de retrato porque a sua abertura máxima de diafragma é muito grande e isso ajuda a reduzir a profundidade de campo e assim dar mais importância ao retratado.
 
Objectivas descentráveis

É uma objectiva cuja construção permite que o eixo óptico possa mover-se, ficando descentrada e alterando o plano de focagem sobre a câmara. Com ela pode-se conseguir um aumento da profundidade de campo ou mudá-la, segundo se veja. É ideal para fotografia de paisagens e arquitectura e muito úteis em retrato.
 
Reflectoras

São objectivas que utilizam na sua construção uma combinação de espelhos curvados e elementos de vidro. São muito compactas em relação à sua longitude focal. Uma objectiva de 500mm pode medir só 12 cm de comprimento. Estas ópticas costumam ter uma correcção cromática muito boa e podem focar a distâncias muito próximas. Como contrapartida costumam ser de focagem manual e tem uma única abertura de trabalho (a máxima), que costuma ser bastante limitada (f5 o f8).
 
Ter em conta
  • Utiliza o tapasol da objectiva sempre que possas. Ajudar-te-á a eliminar reflexos maus.
  • Geralmente as objectivas dão o seu maior grau de qualidade e de nitidez em aberturas de diafragma intermédias (f8, f11). Trata de evitar as aberturas dos extremos, já que é onde se produz maior distorção.
  • Primeiro ajusta-se a distância focal e depois se foca. Se focas primeiro, ao mudar a distância focal perde-se a focagem.
  • Se utiliza uma teleobjectiva, assegura-te que o tempo de exposição é suficientemente baixo para não ter trepidação Utiliza um tripé ou um monopé sempre que possas.
  • A objectiva sempre com a sua tampa para evitar o pó e os riscos.
  • Protege todas as tuas objectivas com um filtro UV ou skylight enroscados no seu extremo. Este tipo de filtros não afectam a qualidade das fotos nem supõe uma perda de luz. Sem embargo pode salvar a vida à objectiva e torna a limpeza mais fácil, já que se podem desenroscar e lavar com água e sabão neutro.
  
  • Antes de comprar uma objectiva comprove se serve para uma câmara full frame (fotograma completo). Actualmente só as câmaras profissionais contam com sensores de fotograma completo, mas possivelmente em breve começaremos a ver esta tecnologia em câmaras de aficionado. Se não temos isto em conta ao comprar uma câmara full frame teríamos que voltar a comprar de novo todas as nossas lentes.

    quarta-feira, 29 de setembro de 2010

    Execução Especulativa

    Se o processador tivesse que processar uma instrução de tomada de decisão, como em “Se X > 0 então Y = 30, senão Y = 20”, enquanto o primeiro cana do processador verifica se X é maior ou menor que 0, o segundo ao invés de ficar ocioso, pode executar uma das duas opções seguintes (atribuir o valor 30 ou atribuir o valor 20 a Y). No próximo ciclo, quando o primeiro canal tivesse terminado de processar sua instrução, teríamos 50% de chance do segundo canal ter adivinhado qual seria a instrução seguinte e já tê-la executado. O nome “execução especulativa” foi dado por que o segundo canal escolhe aleatoriamente a instrução a executar, entre as duas possíveis.
    in Manual de Hardware Completo
    de Carlos E Marimoto

    terça-feira, 28 de setembro de 2010

    Balaenoptera borealis, Baleia-sardinheira


    Taxonomia
    Mammalia, Cetacea, Misticeti, Balaenopteridae.

    Tipo de ocorrência
    Açores: Visitante.

    Classificação

    Açores: EM PERIGO . EN (A1abd) (adopção da categoria IUCN (1994)).
    Fundamentação: A espécie sofreu uma redução do tamanho da população de pelo menos 50% nos últimos 60 anos. A maior fracção deste declínio ocorreu no Hemisfério Sul, que apresentava uma população original bastante mais numerosa do que as do Atlântico Norte ou Pacífico Norte.

    Distribuição

    A baleia-sardinheira ocorre em todos os oceanos, nos dois hemisférios. A sua distribuição é cosmopolita mas restrita a águas temperadas (Leatherwood & Reeves 1983, Evans 1987, Perry et al. 1999). Nos Açores, está presente durante a Primavera e início do Verão (dados não publicados, DOP . Univ. Açores), provavelmente em migração para latitudes mais altas.

    População
    No Atlântico Norte, para efeitos de gestão, são reconhecidos três stocks: Labrador, Nova Escócia e Atlântico Este (Donovan 1991). Não há estimativas de abundância fiáveis para a espécie, nem se conhece a actual tendência populacional.

    Habitat

    É uma espécie pelágica que não se associa, normalmente, a águas pouco profundas (Evans 1987, Perry et al. 1999). Nos Açores, tem sido avistada perto da costa ou em associação com montes submarinos (dados não publicados, DOP . Univ. Açores).

    Factores de Ameaça
    Embora a captura desta espécie tenha cessado, as populações recuperam lentamente da redução devida à sobre-exploração.

    Colisões com navios e capturas acidentais em redes de pesca poderão causar algum impacto populacional, mas a amplitude destas ameaças é desconhecida (Perry et al. 1999).

    Como consequência das actividades de pesca, a competição pelas mesmas presas e a sobre-exploração dos recursos piscícolas poderão trazer problemas de conservação para a espécie (Perry et al. 1999).

    Nos Açores, as actividades de observação de cetáceos poderão causar alguma alteração comportamental, mas não deverão constituir uma fonte de ameaça à conservação da espécie.

    Medidas de Conservação
    Nos Açores, para além da legislação internacional em vigor, foi criada regulamentação para a actividade recreativa e comercial de observação de cetáceos. Estão a ser realizadas campanhas de educação e sensibilização ambiental, no âmbito de projectos de investigação diversos.

    Outra bibliografia consultada
    IUCN (2004a); Reeves et al. (compilers) (2003).

    in Livro Vermelho dos Vertebrados

    segunda-feira, 27 de setembro de 2010

    Deveres de um dirigente/educador

    • Acompanhar os seus escuteiros, caminhar com eles, esforçar-se por compreender e falar as suas próprias linguagens(não se trata de “macaquear” as expressões que eles empregam, mas de compreender o que subentende tal pergunta, tal observação ou tal atitude, etc.), escutar os seus sonhos, os seus projectos, as suas necessidades profundas.
    • Ter mais em atenção cada um dos seus escuteiros do que o seu conjunto.
    • Descobrir as principais capacidades e aptidões dos seus escuteiros, apoiar o seu desenvolvimento e fazer com que essas aptidões sejam objecto de crescimento pessoal e sejam também colocadas ao serviço do grupo.
    • Promover o espírito de corpo e de unidade entre os seus escuteiros.
    • Descobrir e fazer sair de cada escuteiro o que tem dentro de si, depois aperceber-se do que é bom e desenvolvê-lo, excluindo o que é mau. – Existe sempre pelo menos 5% de bom mesmo no pior carácter.
    • Levar os seus escuteiros a descobrirem Jesus Cristo no desenvolvimento do Jogo Escutista e na vivência pessoal da Fé Cristã, para fazerem caminho no sentido de serem os “Homens Novos”.
    É esta dádiva, é esta a missão que é pedida a um Dirigente/Educador... É uma missão de grande responsabilidade, de um grau de exigência bastante elevado, mas é também e acima de tudo, uma missão aliciante, que traz a cada Dirigente/Educador uma sensação de bem estar, de felicidade, de dever cumprido, ……, pela contribuição objectiva para a construção de um mundo melhor em resposta aos apelos de Baden Powell e de Jesus Cristo.

    sábado, 25 de setembro de 2010

    O airsoft e a legislação em Portugal

    Jogo dos HOT em 2004
    Apesar de o airsoft ser praticado à mais de uma dezena de anos em Portugal, o jogadores de airsoft passaram por momentos conturbados durante muitos anos.
    A legislação portuguesa não contemplava a posse de réplicas de airsoft, o facto de as réplicas serem réplicas de armas de guerra reais, aliado ao desconhecimento da modalidade por parte dos agentes de autoridade, levou por mais de uma vez à apreensão de réplicas obrigando a que os jogos se realizassem por convite expresso dos jogadores, em locais isolados, mantendo os jogadores nas suas deslocações um 'low profile' que não denunciasse a sua qualidade de jogadores de airsoft. 
    Países como o Reino Unido, com problemas de terrorismo interno e inclusive alvo de terrorismo internacional, regularam-no muito antes de Portugal.

    Aliás em virtude do ataque da Al Qaeda de que foi alvo, o Reino Unido tomou medidas que levaram à aplicação de regras muito mais rígidas no âmbito da posse de armas através da VCRA (Violent Crime Reducion Act).
     
    Ora de acordo com a VCRA (Sec 38 (3) (b)), uma réplica é considerada irrealista se a sua maioria (i.e. +50%) for de uma cor brilhante. No entanto foi criada uma excepção no âmbito da prática do airsoft, os jogadores registados na base de dados da UKARA (United Kingdom Airsoft Retailers Association) podem praticar a modalidade com o que é classificado como RIF (Real Imitation Firearm), ou seja as suas réplicas de jogo são imitações das armas reais sem quaisquer tipos de pinturas. 
    As réplicas de dois tons (um deles em cor brilhante) destinam‐se aos adultos não registados na base de dados da UKARA (por não serem praticantes da modalidade), ou aos praticantes menores de 18 anos com a autorização dos respectivos encarregados de educação. 
    A Lei 5/2006 veio finalmente contemplar as réplicas de airsoft, mas mais uma vez, a legislação em vez de seguir os melhores exemplos europeus, toma uma posição restritiva que vem provocar grandes alterações à prática de airsoft.

    Artigo 2.o
    Definições legais
    [...]
    ad) «Arma de softair» o mecanismo portátil com a configuração de arma de fogo das classes A, B, B1, C e D, integral ou parcialmente pintado com cor fluorescente, amarela ou encarnada, por forma a não ser susceptível de confusão com as armas das mesmas classes, apto unicamente a disparar esfera plástica cuja energia à saída da boca do cano não seja superior a 1,3 J;

    Artigo 3.o
    Classificação das armas, munições e outros acessórios
    [...]
    9—São armas da classe G:
    a) As armas veterinárias;
    b) As armas de sinalização;
    c) As armas lança-cabos;
    d) As armas de ar comprimido desportivas;
    e) As armas de softair.

    Artigo 11.o
    Armas da classe G
    [...]
    3—A aquisição de armas de softair é permitida, mediante declaração de compra e venda, a maiores de 18 anos unicamente para a prática desportiva e mediante prova de filiação numa federação desportiva da modalidade.
     
    Ao não definir o valor exacto da pintura exigida para uma réplica de airsoft, levou a que as autoridades policiais exigissem arbitrariamente a sua pintura em 50%, valor irrealista e impraticável para a sua utilização em jogos, o que não era seguido pela maioria dos jogadores, que optaram por uma quantidade de pintura similar à exigida nos poucos países europeus que não criaram regime de excepção para os jogadores de airsoft e que correspondia a cerca de 5 a 7 cms numa réplica de arma longa. 
    Ao definir um valor máximo de energia uniforme para todas as réplicas veio impedir o utilização de réplicas especificas em determinadas actividades no jogo. Até à então os valores definidos por convenção entre as equipas praticantes era de 350fps para as AEG's (réplicas automáticas) e de 500fps para as réplicas de sniper (réplicas de ferrolho para tiro de precisão). O valor energético definido por lei de 1,3J correspondia a 374fps com bb's de 0,20grs, a munição usualmente usada para medição de valores de energia por ser a mais utilizada em jogo. 
    Esta medida implicou que os atiradores de precisão, vulgo snipers, estavam por lei obrigados a utilizar nas suas réplicas a mesma energia que os restantes jogadores e por conseguinte ficavam impossibilitados de jogar, porquanto a actividade do sniper consiste no tiro de precisão à distância e fora do alcance de tiro dos restantes jogadores, porque não pode competir com uma réplica que efectua um disparo de cada vez contra uma que dispara em rajada... 
    Por outro lado o Instituto do Desporto de Portugal não considera o airsoft um desporto e como tal não reconhece a existência de uma federação desportiva da modalidade.
    Em 2009, resolve o Governo rever a Lei 5/2006, mas em vez sanar as questões que vieram atingir a prática da modalidade em Portugal, veio agravar algumas delas!

    Se é verdade que a Lei 17/2009, felizmente suavizou muitas das rígidas regras constantes da proposta de lei do Governo, não deixou de ter reflexos graves para a prática da modalidade:

    Artigo 2.º
    Definições legais
    [...]
    ag) «Reprodução de arma de fogo para práticas recreativas» o mecanismo portátil com a configuração de arma de fogo das classes A, B, B1, C e D, pintado com cor fluorescente, amarela ou encarnada, indelével, claramente visível quando empunhado, em 5 cm a contar da boca do cano e na totalidade do punho, caso se trate de arma curta, ou em 10 cm a contar da boca do cano e na totalidade da coronha, caso se trate de arma longa, por forma a não ser susceptível de confusão com as armas das mesmas classes, apto unicamente a disparar esfera não metálica cuja energia à saída da boca do cano não seja superior a 1,3 J para calibres inferiores ou iguais a 6 mm e munições compactas ou a 13 J para outros calibres e munições compostas por substâncias gelatinosas;

    Artigo 3.º
    Classificação das armas, munições e outros acessórios
    [...]
    9 — São armas e munições da classe G:
    a) As armas veterinárias;
    b) As armas de sinalização;
    c) As armas lança -cabos;
    d) As armas de ar comprimido desportivas e de aquisição livre;
    e) As reproduções de armas de fogo para práticas recreativas;
    f) As armas de starter;
    g) As armas de alarme ou salva que não estejam incluídas na alínea n) do n.º 2 do presente artigo;
    h) As munições para armas de alarme ou salva e para armas de starter.

    Artigo 11.º
    Armas e munições da classe G
    [...]
    3 — A aquisição de reproduções de armas de fogo para práticas recreativas é permitida aos maiores de 18 anos, mediante declaração aquisitiva e prova da inscrição numa associação de promoção desportiva reconhecida pelo Instituto do Desporto de Portugal, I. P., e registada junto da PSP.
    4 — Sem prejuízo do disposto no número anterior, aos menores de 18 anos e maiores de 16 anos é permitida a aquisição de reproduções de armas de fogo para práticas recreativas desde que autorizados para o efeito por quem exerça a responsabilidade parental.
     
    Se com a ponta da réplica pintada de vermelho ou amarelo fluorescente, já era possível detectar um jogador adversário escondido entre a vegetação, com 10 cms do cano pintados e a totalidade da coronha, a detecção tornou-se bastante mais fácil... 
     
    Mas os nossos políticos não se deram por satisfeitos, há poucos dias atrás o CDS/PP apresentou uma nova proposta de alteração à Lei 5/2006, e infelizmente mais uma vez o airsoft é profundamente atingido por uma das alterações propostas:

    Artigo 2.º
    […]
    ag) «Reprodução de arma de fogo para práticas recreativas» o mecanismo portátil com a configuração de arma de fogo das classes A, B, B1, C e D, pintado com cor fluorescente, amarela ou encarnada, indelével, claramente visível quando empunhado, em 5 cm a contar da boca do cano e da totalidade do punho, caso se trate de arma curta, ou em 10 cm a contar da boca do cano e na totalidade da arma, caso se trate de arma longa, por forma a não ser susceptível de confusão com as armas das mesmas classes, apto unicamente a disparar esfera não metálica cuja energia a saída da boca do cano não seja superior a 1,3 J, ficando excluídos desta definição os marcadores de paintball;
    ah) «Marcador de paintball» o mecanismo portátil propulsionado a a ar comprimido, que externamente poderá apresentar semelhanças com armas das classes A, B, B1, C e D, apto unicamente a disparar esfera não metálica constituída por tinta hidrossolúvel e biodegradável não poluente contida em invólucro de gelatina, cuja energia à saída da boca do cano não seja superior a 13 J;

    Fiquei estupefacto!

    "...em 10 cm a contar da boca do cano e na totalidade da arma..."! Para já a frase não faz sentido, ou será 10 cm a contar da boca do cano ou então na totalidade da arma! A minha esperança é que na realidade se tenha tratado de um lapso na transcrição da Lei 17/2009 que diz "...em 10 cm a contar da boca do cano e na totalidade da coronha..."

    Mas porque razão um marcador de paintball "...que externamente poderá apresentar semelhanças com armas das classes A, B, B1, C e D..." estão excluídos da obrigatoriedade de pintura, mas uma réplica de airsoft "...com a configuração de arma de fogo das classes A, B, B1, C e D..." estão sujeitas a essa obrigatoriedade?

    O que torna esta réplica mais perigosa o assustadora do que este marcador?





    Atenção, não tenho nada contra a exclusão dos marcadores semelhantes a armas das classes A, B, B1, C e D da pintura, pelo contrário, acho que não faz qualquer sentido é que quer as réplicas de airsoft quer o marcadores tenham de ser pintados!

    Alegam as autoridades policiais que a pintura tem por objectivo evitar a confusão com armas reais, será que isso vai significar que se alguém apontar uma arma pintada de amarelo ou vermelho fluorescente a um agente de autoridade ele não dará qualquer valor a esse facto porque sabe que se trata de um brinquedo? Espero bem que não! Teríamos os criminosos a pintar as suas armas reais para agirem impunemente!

    A revista americana FPS de Junho de 2002 publicava um artigo sobre a norma que impunha que uma réplica de airsoft para entrar nos EUA teria de ter a extremidade pintada de cor laranja em pelo menos seis milímetros a partir do cano. Diziam: «Eu assisti, em primeira mão, nas feiras de armas, a oficiais de polícia inspeccionando réplicas de airsoft e dizendo, “Marca laranja ou não, se alguém vier para mim com uma destas, vai levar um tiro.”».

    Porque razão para legislar em Portugal é necessário complicar tudo e lesar o cidadão cumpridor? Porventura algum marginal que adquira uma reprodução de arma de fogo para práticas recreativas, para fins ilícitos, se irá preocupar em efectuar a sua pintura? Lesados serão todos aqueles que cumprem a lei e que cada vez tem mais dificuldade em jogar... Ainda este mês estiveram jogadores portugueses num jogo internacional na República Checa, e como se vê lá pode-se jogar sem as nossas restrições.
     
    Era só propor a alteração da lei nestes termos e ficariam salvaguardados os interesses das duas modalidades, o airsoft e o paintball:

    Artigo 2.º
    Definições legais
    [...]
    ag) «Reprodução de arma de fogo para práticas recreativas» o mecanismo portátil com a configuração de arma de fogo das classes A, B, B1, C e D, apto unicamente a disparar esfera não metálica cuja energia à saída da boca do cano não seja superior a 1,3 J, para reproduções de arma de fogo dotadas da capacidade de disparo semiautomático e 2,3 J para reproduções de arma de fogo longa com sistema de ferrolho, para calibres inferiores ou iguais a 6 mm e munições compactas ou a 13 J para outros calibres e munições compostas por substâncias gelatinosas;

    Não perdemos a esperança de que alguém no nosso Parlamento ouça os ecos das vozes dos praticantes e por isso já corre online uma petição. Colabore connosco, assine-a.

     


    quinta-feira, 23 de setembro de 2010

    Entendendo uma objectiva

    Vamos analisar uma objectiva em concreto para entender como é e como podemos conhecer as suas características básicas de uma canetada. Neste caso uma teleobjectiva 70‐300 IS de gama média da Canon:
    É uma teleobjectiva com uma distância focal 70‐300 mm. Isto significa que tem um zoom variável desde 70mm até 300mm.

    A abertura máxima de diafragma é de f4 quando a objectiva está no extremo focal de 70mm e de f5.6 quando está ajustado a 300mm. Esta abertura máxima é a mais habitual nesta gama de objectivas.

    O sistema de focagem é Ultrasonic. A Canon chama a este sistema USM e tem distintos graus de USM na sua gama. Ainda que esta objectiva seja mais ou menos rápida e suave focando nada tem que ver com o USM das de gama alta.

    Dispõe de estabilizador de imagem.

    A distância de focagem mínima é de 1,5, o que não a faz uma objectiva adequada para a fotografia macro.

    No que toca a qualidade de construção é uma objectiva normal, com um aspecto nem frágil nem especialmente robusto. Não é de gama profissional e não está preparada para as inclemências como a chuva.

    No que toca à nitidez, distorção e às aberrações é bastante fiel. O motivo é que o que melhor tem esta objectiva são as lentes. São similares (não digo que sejam as mesmas) que as que levam a gama imediatamente superior da Canon, que já é uma gama profissional.

    É uma objectiva para aficionados.

    quarta-feira, 22 de setembro de 2010

    Arquitectura Superescalar

    Mais um aperfeiçoamento do Pentium e um dos principais motivos de seu maior desempenho, é a adopção de uma arquitectura superescalar.

    Internamente, o Pentium trabalha como dois processadores de 32 bits distintos (chamados de canal U e canal V), sendo capaz de processar duas instruções por ciclo de relógio (uma em cada processador). Cada processador possui acesso total ao cache, à memória RAM, e aos demais componentes do computador. Foi incluída também, uma unidade de controle, com a função de comandar o funcionamento dos dois processadores e dividir as tarefas entre eles.
     
    Teoricamente, o uso de dois processadores distintos duplicaria o desempenho do Pentium, já que ao invés de uma, poderiam ser executadas duas instruções por ciclo de relógio. Mas, na prática existem algumas limitações.

    Se por exemplo, um programa ordena que o processador some 4 números, X + Y + W + K, o processador poderia no primeiro ciclo de relógio usar o canal U para somar X e Y e o canal V para somar W, mas no segundo ciclo, haveria apenas mais um cálculo para ser executado, o resultado das duas somas. Neste caso, apenas um dos canais poderia ser usado; o segundo ficaria ocioso. No final das contas, houve um ganho de 33%, já que ao invés do processador demorar 3 ciclos para executar o cálculo, demorou apenas 2.
     
    Caso a continuação do cálculo dependesse da conclusão do cálculo anterior, como em “(X + Y) x 3”, o segundo canal novamente não poderia ser usado, pois o processador teria primeiro que somar X e Y para depois multiplicar o resultado por 3. Neste caso, não haveria ganho algum, pois o processador demoraria os mesmos dois ciclos que seriam necessários com apenas uma canalização.

    Em média, a segunda canalização permite um desempenho 30 ou 40% superior ao desempenho obtido com apenas uma canalização. Caso o software seja alterado e optimizado para rodar num processador com duas canalizações, ordenando as instruções de modo a deixar o segundo canal ocupado durante a maior parte do tempo, podemos conseguir mais 10 ou 15% de desempenho, chegando a algo entre 40 e 50%, mas, jamais será possível conseguir o dobro de desempenho.
     
    Isto pode ser notado por exemplo ao recompilar o kernel do Linux. É possível orientar o utilitário a optimizar o código para qualquer processador, de um 486 a um Pentium III. Esta optimização permite que o Linux utilize todos os recursos do processador, obtendo um desempenho bastante superior.

    Optimizar um programa para rodar num processador Pentium, não o torna incompatível com processadores com apenas uma canalização (como o 486), nem torna seu desempenho menor nestes processadores, já que as mesmas instruções serão executadas, apenas em ordem diferente.

    in Manual de Hardware Completo
    de Carlos E Marimoto

    terça-feira, 21 de setembro de 2010

    Acrocephalus paludicola, Felosa-aquática

    Taxonomia
    Aves, Passeriformes, Sylviidae.

    Tipo de ocorrência
    Migrador de passagem.

    Classificação
    EM PERIGO . EN (D)
    Fundamentação: População muito reduzida (admite-se ser superior a 50 indivíduos maturos). A sua relevância em termos de conservação, à escala europeia e global, levou a que se optasse pela avaliação do seu risco de extinção em Portugal, apesar de se tratar de uma espécie que no nosso território ocorre exclusivamente como migrador de passagem.

    Distribuição
    A área de nidificação desta espécie está praticamente restringida ao Paleártico Ocidental, concretamente à Europa de Leste; é uma espécie migradora que provavelmente inverna na África Ocidental e cujas rotas de migração se situam, pelo menos em parte, no extremo ocidental da Europa (Cramp 1992, Tucker & Heath 1994).

    Em Portugal ocorre regularmente durante as passagens migratórias, por toda a faixa litoral, de norte a sul do território continental, e possivelmente também no interior. A sua área de ocupação poderá ser, no entanto, extremamente restrita.

    População
    Não existem praticamente dados sobre os quantitativos desta espécie que ocorrem em Portugal, embora seja possível suspeitar que os totais são baixos (entre 50 e 250 indivíduos maturos). Na Lagoa de Santo André, por exemplo, o número de aves capturadas anualmente durante o Verão situa-se, geralmente, abaixo dos 10 indivíduos (Catry 1993, ICN . Base de Dados Central Nacional de Anilhagem, dados não publicados). Noutras zonas, as capturas são ainda mais reduzidas (p. ex. Neto 2003) e frequentemente a captura ou observação desta espécie é tida como um acontecimento excepcional. A recaptura, em Santo André, de animais anilhados em anos anteriores (ICN - Base de Dados Central Nacional de Anilhagem, dados não publicados) sugere que a probabilidade de captura é relativamente elevada, o que reforça a ideia de que os totais envolvidos deverão ser baixos.

    É uma espécie globalmente classificada como Vulnerável (VU) (IUCN 2004a); a nível da Europa é considerada Vulnerável, embora ainda provisoriamente (BirdLife International 2004).

    Encontrando-se em declínio nas áreas de origem, será de presumir que o mesmo aconteça em Portugal. No entanto, é impossível determinar qual a taxa de declínio recente no nosso país. Sabe-se que tem existido uma tendência de declínio a longo prazo, pois a espécie foi tida por comum na primeira metade do século XX (Tait 1924, Reis Júnior 1931). Na Lagoa de Santo André também se tem feito notar (desde 1977 ao presente) uma certa tendência de diminuição do número de aves capturadas (ICN . Base de Dados Central Nacional de Anilhagem, dados não publicados), embora a amostra não seja suficientemente grande nem o esforço de captura mantido constante de forma a permitir uma conclusão robusta a este respeito.

    Habitat
    O habitat preferencial desta espécie são as zonas húmidas com vegetação palustre do tipo herbáceo, nomeadamente bunhais Scirpus spp. e caniçais Phragmites australis.

    Factores de Ameaça
    As principais ameaças em território nacional poderão prender-se com a drenagem e alteração dos habitats preferenciais, com vista a outros tipos de utilização dos solos (agricultura, pastoreio, construção de infra-estruturas, etc.). No entanto, as principais causas de redução da população europeia localizam-se nas áreas de nidificação, fora do nosso país (Tucker & Heath 1994, BirdLife International 2004).

    Medidas de Conservação
    Conservação das zonas húmidas, em particular de caniçais Phragmites australis e povoamentos similares. Embora muitas das áreas importantes de ocorrência se encontrem dentro de Áreas Protegidas ou de Zonas de Protecção Especial, são praticamente inexistentes as acções de gestão do habitat que visem a conservação e a expansão dos caniçais ou de povoamentos similares.

    Notas
    Ao contrário do que tem sido muitas vezes assumido na literatura nacional, esta espécie não deve ser encarada como acidental em Portugal, mas sim como um migrador de passagem regular, ainda que muito escasso. No passado, antes dos importantes decréscimos populacionais na Europa, a espécie era tida por comum (Tait 1924, Reis Júnior 1931). Tait (1887) demonstra ter conhecido bem esta espécie, distinguindo-a de A. schoenobaenus e descrevendo correctamente a sua fenologia e preferências de habitat.

    in Livro Vermelho dos Vertebrados