sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

A Nitidez Não é Tudo

As suas fotos nem sempre têm de ser nítidas para serem eficazes. Em muitos caso, o melhor é ter uma área da imagem mais nítida que as outras. A sua fotografia pode ter vários tipos de nitidez e desfoco. O primeiro está relacionado com a forma como o movimento é transmitido e é determinado por factores como a sensibilidade do sensor da imagem, a luminosidade geral da cena, a distância focal da objectiva, bem como a velocidade, direcção e distância a que está o assunto. Um outro tipo está relacionado com profundidade de campo, que define que quantidade da imagem, desde o primeiro plano até ao plano de fundo, ficará focada. Mesmo que esteja a fotografar uma cena estática, parte da imagem pode não ficar nítida se não tiver profundidade de campo suficiente. No entanto, uma profundidade de campo limitada pode fazer com que um fundo confuso se torne menos distractivo, colocando-o fora de foco.

Numa cena, o movimento pode ser arrastado ou desfocado
dependendo da velocidade do obturador, entre outros factores.
A falta de nitidez pode ser utilizada criativamente para dar
expressão ao movimento, como nesta foto de uma queda de água,
no Yosemite National Park.

Uma profundidade de campo reduzida permite chamar a atenção do observador para o assunto
em primeiro plano, mantendo o fundo pouco definido.








quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

RAID 5

Diagrama da configuração do RAID 5 com paridade distribuída
com cada cor representando o grupo de blocos no respectivo
bloco de paridade (uma listra). Este diagrama apresenta
um algoritmo assimétrico à esquerda

É mais um sistema que baseia-se no uso de paridade para garantir a integridade dos dados caso um disco rígido falhe. A diferença sobre o RAID 3 é que ao invés de dedicar um disco rígido a esta tarefa, os dados de correção são espalhados entre os discos. A vantagem sobre o RAID 3 é alcançar taxas de leitura um pouco mais altas, pois será possível ler dados a partir de todos os discos rígidos simultaneamente, entretanto as gravações de dados são um pouco mais lentas.

O RAID 5 pode ser implementado com a partir de 3 discos. Apesar dos dados de paridade serem espalhados pelos discos, o espaço equivalente a um dos discos rígidos é consumido por eles. Usando 4 discos rígidos de 20 GB cada um, teremos 60 GB para dados e 20 GB para os códigos de paridade. Usando 8 discos rígidos teremos 140 GB para dados e os mesmos 20 GB para paridade, e assim por diante.

in Manual de Hardware Completo
de Carlos E Marimoto


quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Jornal

Usa-se o recorte de um jornal, ou fotocópia de um livro, ou mesmo um texto escrito à mão. Com um alfinete, perfuram-se as letras correspondentes à mensagem, por ordem.

Texto


Exemplo: JANTAR AS FEBRAS



terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Hieraaetus fasciatus, Águia-perdigueira, Águia de Bonelli


Taxonomia
Aves, Accipitriformes, Accipitridae.

Tipo de ocorrência
Residente.

Classificação
EM PERIGO -– EN (D1)
Fundamentação: Espécie com população muito reduzida (entre 50 e 250 indivíduos adultos).

Distribuição
Esta espécie ocorre nos países europeus mediterrânicos, noroeste de África, sudoeste e sudeste da Arábia, Paquistão, Índia, norte da Indochina e sul da China  e ainda nas pequenas Ilhas de Sonda (de Sumbawa a Timor) (Sibley & Monroe 1990, del Hoyo et al. 1994).

Em Portugal a águia-de-Bonelli ocorre numa porção considerável do território continental, que compreende as serras do sudoeste, parte do Alentejo, da Estremadura e das Beiras interiores e ainda Trás-os-Montes (Palma et al. 1999a; ICN dados não publicados).

Salvo nas serras do sudoeste e no Tejo e Douro internacionais, distribui-se de um modo bastante disperso na maioria da sua área (Palma et al. 1999a; ICN dados não publicados).

Nos últimos 10-15 anos houve algum declínio da sua extensão de ocorrência, tendo sido abandonados vários territórios na costa rochosa do sudoeste (Palma et al. 1999a), e nalgumas localidades de Trás-os-Montes (Fráguas 1999).

População
Em 2000 a população nacional foi estimada em 77-80 casais (Pais 2000), mas na actualidade deverá ultrapassar esse valor dado que se encontra em expansão contínua no Alentejo e nas serras do sudoeste (L Palma & MC Pais, com. pess.). Os maiores e mais densos núcleos da espécie situam-se no nordeste (Trás-os-Montes e Beira Alta) e nas serras do sudoeste (de Grândola ao Caldeirão), existindo, globalmente, cerca de 30% de casais com territórios internacionais (Palma et al. 1999b, Pais 2000).

Em 1998 a população nacional tinha sido estimada em 77-79 casais (Palma et al. 1999a), o que indica uma aparente recente estabilidade ou um muito ligeiro aumento populacional. Note-se, no entanto, que esta tendência se deve em certa medida a uma questão aritmética, pois o número de casais que desapareceu nalgumas regiões ou núcleos foi simplesmente compensado por muitos dos novos casais que se instalaram noutros núcleos. Com efeito, excepto nas serras do sudoeste e Baixo Guadiana, cujas subpopulações ou núcleos estão em expansão a uma taxa de 1-2 casais/ano (Palma et al. 1999b, L Palma, com. pess.), a restante população de águia-de-Bonelli em Portugal encontrava-se, em 1999-2001, em ligeiro declínio nas bacias do Douro, Tejo e Sado (Inácio et al. 1999a, Palma et al. 1999b, Pais 2000, Fráguas et al. 2001). Nos últimos 10-15 anos verificou-se o desaparecimento de pelo menos 15 casais, ou seja 15% da população (Palma et al. 1999a).

Em termos de estatuto de ameaça a nível da Europa, a espécie é considerada Em Perigo, apresentando um população muito pequena e em declínio (BirdLife International 2004).

Habitat
Tal como é característico da espécie no Paleárctico, parte da população portuguesa, principalmente a residente a norte do rio Tejo, está fixada nos vales encaixados de ribeiras e rios mais importantes, em particular nas bacias do Douro e Tejo. Nestas regiões instala os seus ninhos principalmente em escarpas e noutros afloramentos rochosos e caça nos terrenos agro-pastoris, montados de azinho e matagais das redondezas (Fráguas 1999). Contudo, no sul e nomeadamente nas serras do sudoeste, existe uma população que ocupa habitats florestais ou de matagal arborizado e que nidifica maioritariamente em árvore – grandes sobreiros e eucaliptos (Palma et al. 1999a, L Palma, com. pess). A nidificação em árvore repete-se, aliás, com bastante frequência nas planícies alentejanas e na parte sul da bacia do Tejo, por norma em cursos de água onde a espécie tem à sua disposição tanto escarpas como eucaliptos e pinheiros-bravos grandes para nidificar, rodeados por cerealicultura extensiva, pastagens, pousios, matos e montados (Inácio et al. 1999b, MC Pais, com. pess.).

Os juvenis e os adultos não reprodutores concentram-se em áreas preferenciais (áreas de assentamento) localizadas principalmente no sul de Portugal, constituídas sobretudo por cerealicultura extensiva e, em menor grau, por zonas húmidas (Pais 2000).

Factores de Ameaça
De entre as ameaças mais importantes a esta espécie contam-se a alteração ou degradação de habitat, provocadas, por um lado, por arborizações localmente desadequadas que restringem o habitat de caça e alteram o habitat de nidificação (com implicações na produtividade) ou, por outro, pelos incêndios florestais e pelo corte ou a morte (por doenças e pragas) de sobreirais e de grandes sobreiros e eucaliptos, que constituem um importante substrato de nidificação da espécie no sul do país (Palma et al. 1999a, Pais et al. 2003, L Palma & MC Pais, com. pess.).

A perturbação dos locais de nidificação, a perseguição através do abate directo, a escassez de recursos tróficos e a elevada mortalidade provocada por electrocussão em linhas de transporte de energia eléctrica são outras ameaças importantes (Inácio et al. 1999a, Palma et al. 1999b, Pais et al. 2003).

A morbilidade e a mortalidade juvenil motivada por doenças, em particular a Tricomoníase, que resulta do consumo de pombos domésticos infectados, motivam preocupação e têm especial incidência nas serras do sudoeste (Palma et al. 1999b, Pais et al. 2003).

Finalmente, tal como sugerem Inácio et al. (1999c), há a mencionar as alterações climáticas globais. Com efeito, a prosseguirem, estas poderão afectar a produtividade e distribuição desta águia, uma vez que estes autores encontraram uma associação negativa entre a probabilidade da sua ocorrência no país e a quantidade de precipitação em Fevereiro, que nalgumas regiões tem mostrado uma tendência para aumento nesse período, que é crítico para a espécie visto coincidir com o seu período de incubação.

Medidas de Conservação
As medidas de conservação para esta espécie prendem-se com (Pais et al. 2003):
  • gestão do habitat, tendo em vista a conservação dos territórios e o aumento dos recursos tróficos, através de um reordenamento e gestão ecologicamente sustentados da floresta portuguesa; a incorporação de medidas específicas no Manual de Boas Práticas Florestais, com vista à conservação do habitat desta e de outras espécies ameaçadas que habitam zonas predominantemente florestais;
  • vigilância e condicionamento de actividades e projectos que possam destruir ou degradar o habitat nas imediações dos ninhos ou causar perturbação que ponham em causa sectores da população ou mesmo casais individuais; reforço da  vigilância, aumento das penalizações e aplicação da lei mais efectiva de modo a minimizar ou erradicar o abate a tiro, a destruição e o espólio de ninhos.
  • correcção de troços de linhas de transporte de energia eléctrica e de parques eólicos em áreas sensíveis;
  • estudo da Tricomoníase e tratamento de crias infectadas;
  • monitorização regular da população e de outros parâmetros demográficos da espécie;
  • desenvolvimento de campanhas de sensibilização junto a proprietários e gestores agro-florestais e cinegéticos, bem como da restante população.
Notas
Em Sagres, durante as campanhas de observação de 1990, 1992 e 1994 foram observados anualmente entre 5-10 juvenis ou imaturos, que se pensa tratarem-se de indivíduos em dispersão, possivelmente provenientes dos casais que nidificam nas regiões vizinhas (Tomé et al. 1998).

in Livro Vermelho dos Vertebrados


sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Aumentar a sensibilidade (ISO)

Normalmente muda-se o ISO através de
um disco ou do menu.
Uma forma de melhorar a nitidez em situações de pouca luz é aumentar a sensibilidade da câmara. Isto funciona em lugares como teatros e ginásios em que os assuntos estão demasiado distantes para utilizar o flash e precisa de uma velocidade de disparo rápida para eliminar o desfoco. É também um bom meio de captar imagens sem flash em concertos ou museus, em que a sua utilização não é permitida.

A sensibilidade normalmente é especificada como parâmetros ISO, tal como acontecia com a velocidade da película. (ISO é uma definição standard da International Standards Organization que designou as velocidade das películas. Não há nenhum standard para as câmaras digitais, mas a sensibilidade do sensor à luz é definida como um ISO equivalente. Aumentar a sensibilidade da câmara ou o ISO significa que é
Há filmes de várias sensibilidades
ISO, como este de ISO 100 e
800, da Samsung.
preciso menos luz para captar correctamente uma imagem, por isso, pode utilizar uma velocidade do obturador mais rápida para congelar a acção ou reduzir o desfoco provocado pelas oscilações da câmara. A sensibilidade de uma câmara pode ir de 50 a 6400, uma gama de 8 incrementos (stops), mas a maioria oferece escala de definições menor. O preço a pagar por utilização das sensibilidades mais altas - é o aparecimento de ruído – píxels de cores aleatórias espalhados pelas áreas mais escuras da imagem. Quanto mais aumenta a sensibilidade, maior é a probabilidade de aparecer ruído. Isso acontece porque o aumento do ISO nas câmaras digitais é feito através da amplificação dos sinais captados pelos fotodíodos do sensor – semelhante a aumentar o volume do rádio. Desta forma, a luz fraca pode tornar-se mais luminosa mas, infelizmente, amplificar a imagem também aumenta o ruído.

Muitas câmaras têm um ou mais modos de redução do ruído, concebidos para diminuir ou eliminar o ruído causado por sensibilidades ISO altas ou exposições longas. Algumas permite-lhe ligar esses modos ou defini-los para Automático para que sejam aplicados apenas a imagens que precisem.

Esta foto foi captada do topo do Empire State Building, sem um tripé. Para que
isso fosse possível, o ISO foi aumentado até que fosse possível utilizar a
velocidade do obturador mais rápida. Na imagem original há muito ruído visível,
sobretudo nas áreas mais escuras.


quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

RAID 4


Este modo é parecido com o RAID 3, novamente um dos discos é dedicado à tarefa de armazenar os códigos de paridade, mas a forma como os dados são gravados nos demais discos é diferente.

No RAID 3 os dados são divididos, sendo cada fragmento salvo em um disco diferente. Isto permite ganhar velocidade tanto na gravação quanto na leitura dos dados.

No RAID 4 os dados são divididos em blocos, pedaços bem maiores do que no RAID 3. Com isto, é possível ler vários arquivos ao mesmo tempo, o que é útil em algumas aplicações, porém o processo de gravação é bem mais lento que no RAID 3. O RAID 4 apresenta um bom desempenho em aplicações onde seja preciso ler uma grande quantidade de arquivos pequenos. No RAID 4 o tempo de reconstrução dos dados caso um dos discos rígidos falhe é bem maior do que no RAID 3.

in Manual de Hardware Completo
de Carlos E Marimoto

quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Alfabeto numeral

Cada letra do alfabeto corresponde a um número. Para identificar o código é preciso dar a chave.

Se, por exemplo, a chave do código for 12, podemos fazer uma tabela de conversão:


Exemplo: ALERTA = 12 23 16 29 31 12



terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Haematopus ostralegus, Ostraceiro


Taxonomia
Aves, Charadriiformes, Haematopodidae.
 
Tipo de ocorrência
Invernante.
 
Classificação
População invernante: QUASE AMEAÇADO - NT* (D1)
Fundamentação: Espécie com população reduzida (admitindo-se que seja inferior a 1.000 indivíduos maturos). No entanto, por ser um taxon visitante não reprodutor cujas condições não se estão a deteriorar nem fora nem no interior da região, o que leva a admitir um risco de extinção mais reduzido em Portugal, desceu uma categoria na adaptação à escala regional.

Distribuição
Nidifica na Europa e Ásia oriental. A subespécie que ocorre em Portugal nidifica na Islândia, Ilhas Britânicas, Escandinávia, Europa ocidental e Mediterrâneo até á Turquia.

Inverna no Oeste da Europa e África (del Hoyo et al. 1996).

Em Portugal continental está presente ao longo da faixa litoral (Farinha & Costa 1999).

População
Nas zonas estuarinas esta espécie tem sido monitorizada desde a década de 1970. Na última década, a sua abundância tem oscilado entre 500 e 1.500 indivíduos; a análise destes censos até 2000, permitiu verificar que a abundância da população tem permanecido estável (Sousa 2002b).

Em termos de estatuto de ameaça a nível da Europa, a espécie é considerada Não Ameaçada, embora ainda provisoriamente; com efeito, na Holanda a população nidificante sofreu declínio moderado entre 1990-2000 (BirdLife International 2004). As populações invernantes na Europa Ocidental apresentam-se em aumento (Wetlands International 2002). Esta tendência, juntamente com o facto de se admitir que o habitat não esteja em declínio em Portugal, levou a assumir um risco de extinção da população invernante no nosso território mais reduzido, tendo descido uma categoria na adaptação à escala regional.

Habitat
Zonas húmidas costeiras, nomeadamente estuários (salinas, zonas entre-marés) e zonas húmidas de interior (lagoas). Pode ocorrer também na orla costeira, em praias.

Factores de Ameaça
Perda ou degradação de habitat (por acção do Homem), nomeadamente abandono ou degradação de salinas, a transformação de salinas em aquacultura marinhas e a destruição ou degradação das zonas entre-marés.

Medidas de Conservação
A maior parte das áreas estuarinas utilizadas por esta população durante o inverno estão incluídas em áreas com estatuto legal de protecção (Reservas Naturais, Zonas de Protecção Especial, Sítio Ramsar). Várias outras zonas foram recentemente designadas como Zonas Importantes para as Aves (Costa et al. 2003). No entanto, é necessário uma monitorização mais eficaz, de modo a obter estimativas mais fiáveis da sua abundância.

Notas
Em Portugal continental a espécie ocorre também como migrador de passagem. Embora ainda haja registos de nidificação em finais da década de 30 (Coverley 1939) não existem registos posteriores de reprodução em Portugal, sendo considerado actualmente extinto como nidificante.

in Livro Vermelho dos Vertebrados





sábado, 17 de janeiro de 2015

Recolha de sangue em Grândola

Hoje, 17 de Janeiro de 2015, foi dia de recolha de dádivas de sangue em Grândola, além disso procedia-se à entrega de Diplomas aos dadores que antigiram as 10 dádivas e Medalhas e respectivos Certificados a quem atingiu números mais elevados de dádivas.

Foi o meu caso que recebi uma medalha cobreada por ter atingido as 20 dádivas:


sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

Estabilização de Imagem

O tripé é necessário para
alguns géneros de
fotografia.
Se a câmara se mover durante a exposição a imagem ficará tremida e desfocada. Isto acontece sobretudo quando utiliza uma velocidade de obturação lenta, quando capta planos fechados ou fotografa com uma objectiva de distância focal longa. Par reduzir este efeito, algumas câmaras têm um sistema de estabilização. Estes sistemas utilizam um sensor, normalmente um giroscópio, para identificar os movimentos da câmara e compensá-lo através de várias técnicas. O processo adquire diferentes nomes incluindo: estabilizador de imagem (IS), redução da vibração e anti‑vibração. Os fabricantes garantem que os sistemas permitem a utilização de 4 incrementos (stop) acima, antes que o desfoco provocado pelo movimento da câmara seja perceptível na imagem. Isso significa que se pudesse utilizar uma velocidade segura de 1/60 de segundo sem o estabilizador de imagem, com ele pode ir até 1/8 seg.

Utilizar um saco de feijões,
como este Pop, para apoiar
a câmara e o temporizador é
uma boa forma de estabilizar
a imagem. Imagem cortesia
da Pop Multimedia.
Os estabilizadores baseados nas objectivas fazem oscilar um prisma na câmara, ou um elemento na objectiva, que redirecciona o percurso da luz para compensar os movimentos indesejados.
Os estabilizadores de imagem baseados no CCD fazem oscilar o CCD para compensar o movimento da câmara.
Os estabilizadores digitais ou electrónicos fazem oscilar a imagem no sensor para compensar o movimento. Quando é utilizada esta técnica, nem todos os píxeis do sensor podem ser utilizados na imagem. Alguns dos píxeis das extremidades têm de ser reservados para a oscilação da imagem projectada pela objectiva. Outra técnica consiste em tentar remover o desfoco de uma imagem depois de ela ser captada, através de processamento digital.
A pseudo-estabilização de imagem limita-se a aumentar o ISO permitindo à câmara seleccionar uma velocidade de obturação mais rápida.

Quando a câmara tem uma objectiva fixa, não interessa qual a abordagem adoptada. No entanto, em câmaras de objectivas intermutáveis isso é importante. Se o sistema de estabilização for integrado no corpo da câmara funciona com qualquer objectiva, se for colocado na objectiva, só funciona com as objectivas que tiverem essa funcionalidade. Relativamente à estabilização de imagem, lembre-se pode sempre optar por um tripé, monopé, saco de feijões, ou uma superfície lisa para apoiar a câmara. Pode ainda aumentar a estabilidade utilizando o temporizador ou um controlo remoto para disparar a câmara, e o bloqueio do espelho para reduzir as vibrações.





quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

RAID 3

O RAID 3 usa um sistema de paridade para manter a integridade dos dados. Num sistema com 5 discos rígidos, o 4 primeiros servirão para armazenar dados, enquanto o último armazenará os códigos de paridade.

Nos 4 primeiros drives temos na verdade um sistema RAID 0, onde os dados são distribuídos entre os 4 discos rígidos e a performance é multiplicada por 4. Porém, os códigos armazenados no 5º disco rígido permitem recuperar os dados caso qualquer um dos 4 discos rígidos. A recuperação é feita usando os códigos de correção de erros combinados com os dados distribuídos nos outros discos rígidos.

É possível aplicar o RAID 3 a sistemas com mais discos rígidos, sendo que sempre um armazenará os códigos de correção. Claro que este sistema funciona apenas caso apenas um disco rígido apresente problemas, caso dê-se o azar de dois ou mais discos rígidos apresentarem problemas ao mesmo tempo, ou antes da controladora terminar a reconstrução dos dados, novamente perdem-se todos os dados de todos os discos rígidos.

Você pode perguntar, como é possível recuperar todos os dados, armazenados nos 4 discos rígidos com apenas um disco rígido de códigos de paridade. Na verdade, a ideia por trás desta aparente mágica é bastante simples.

A paridade consiste em adicionar um bit adicional para cada grupo de bits. Na memória RAM, existe um bit de paridade para cada 8 bits de dados, enquanto no RAID 3 temos um bit extra para cada 4 bits de dados.

Caso dentro destes 4 bits exista um número par de bits 1, então o bit de paridade é 0. Caso exista um número ímpar de bits 1, então o bit de paridade é 1:


Veja que graças ao bit de paridade é possível saber apenas que, dentro do grupo de 4 bits existe um número par ou ímpar de bits 1. Mas, isso já é o suficiente para recuperar qualquer um dos 4 bits que seja perdido, desde que sejam respeitadas duas condições:
 

a) Que apenas um bit de cada grupo seja perdido
b) Que se saiba qual dos bits foi perdido


No RAID 3 cada um dos bits dentro de cada grupo fica guardado num disco rígido. Quando um dos discos rígidos para de funcionar, a controladora sabe exactamente quais bits foram perdidos e têm condições de recuperá-los com uma continha muito simples:


Na primeira linha temos dois bits 1 e um bit 0. Se o bit de paridade é 0, significa que temos um número par de bits 1. Como já temos dois bits 1, então é claro que o bit que está faltando é um zero. Na segunda linha temos dois bits 1 e um bit 0. Como o bit de paridade é 1, significa que temos um número ímpar de bits 1. Como temos apenas dois, significa que o bit perdido é um bit 1.

Tudo o que a controladora precisa fazer para recuperar os dados é repetir este cálculo até recuperar todos os dados. Para um computador isto é bem simples. O único problema é que quando um dos discos rígidos pára de funcionar a máquina também fica paralizada. Apenas depois que o disco rígido for substituído e que a controladora tiver tempo de terminar de recuperar os dados é que o sistema volta a funcionar normalmente.


Em sistemas de operação crítica, onde a máquina não pode ficar fora do ar por mais do que alguns segundos, este sistema não é o suficiente.

in Manual de Hardware Completo
de Carlos E Marimoto

quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

PASSA DOIS MELROS


O código «passa-dois-melros» consiste em intercalar umas duas letras aleatórias entre cada letra da mensagem que queremos codificar:

Mensagem: JANTAR AS FEBRAS
Mensagem Codificada: JIMASUNAETIMASRRAS AMISSU FRIEMIBURRINATOSAS

(JIMASUNAETIMASRRAS AMISSU FRIEMIBURRINATOSAS)
 
Nota: podem ser usados outros códigos do género, como por exemplo «passa-três-melros», ou colocando simplesmente a(s) letras(s) aleatórias antes das letras da mensagem.



terça-feira, 13 de janeiro de 2015

Gyps fulvus, Grifo


Taxonomia
Aves, Accipitriformes, Accipitridae.
 
Tipo de ocorrência
Residente.
 
Classificação
QUASE AMEAÇADO - NT* (D1)
Fundamentação: Espécie com população reduzida (inferior a 1.000 indivíduos maturos).

Na adaptação à escala regional desceu uma categoria, por se admitir que a população em Portugal poderá ser alvo de imigração significativa das regiões vizinhas e por não ser previsível que essa imigração venha a diminuir.

Distribuição
Espécie com distribuição essencialmente Paleártica, que apresenta na Europa uma área de nidificação alargada (BirdLife International 2004). Nidifica ainda na região montanhosa de Marrocos, Península Arábica, Turquia e Cáucaso (del Hoyo et al. 1994). A espécie é essencialmente residente, mas algumas aves (sobretudo juvenis e imaturos) realizam movimentos migratórios pós período reprodutor para África (região subsariana) e península Arábica e norte do subcontinente indiano (Tucker & Heath 1994).

Em Portugal, a maior parte da população nidificante de grifos encontra-se confinada aos vales alcantilados do Douro e Tejo superiores e seus afluentes, havendo também alguns casais nas cristas quartzíticas serranas da região de Vila Velha de Ródão, Proença-a-Nova, Serra de Penha Garcia e Serra de S. Mamede. Em 1999 registou-se uma tentativa de nidificação na zona de Barrancos, onde a espécie não nidificava há várias décadas (Berliner et al. 2001). As aves não reprodutoras surgem numa área mais vasta, onde aparentemente há disponibilidade de alimento, nomeadamente na região de Castro Verde e em toda a faixa fronteiriça desde Barrancos até Montesinho (ICN dados não publicados).
 
População
De acordo com o último censo da espécie, realizado em 1999, Portugal possui um total de 262-272 casais nidificantes, que se distribuem por 31 colónias e 14 casais isolados (Berliner et al. 2001).

O grifo em Portugal apresentou um claro aumento populacional entre os censos de 1989 e de 1999, acompanhado de uma ampliação da sua área de distribuição. A população portuguesa teve um incremento superior ao triplo entre os dois censos. Em termos de distribuição o incremento não foi proporcional, sendo apenas ligeiro na região nordeste enquanto que na Beira Baixa assumiu maior proporção (Berliner et al. 2001). De 1999 em diante, o incremento e expansão da espécie abrandaram, mantendo-se a população relativamente estável desde então (Pacheco C, Monteiro A & Berliner A dados não publicados). A espécie não instalou ainda núcleos estáveis a sul do Tejo (Berliner et al. 2001).

A nível europeu a espécie é considerada como Não Ameaçada, embora sejam referidos alguns declínios populacionais recentes na Turquia e no Cáucaso (BirdLife International 2004). Em Espanha o grifo está classificado como Pouco Preocupante (LC) (Madroño et al. 2004), sendo referida uma tendência populacional positiva para esse país (Martí 2003).
 
Habitat
No nosso país o seu habitat de nidificação corresponde exclusivamente a escarpas rochosas de grande dimensão, associadas a barrancos fluviais ou cristas montanhosas.

Faz o ninho em saliências ou pequenas cavernas nas escarpas. Os ninhos de anos anteriores são geralmente reutilizados em anos sucessivos (Cramp & Simmons 1980). Em Portugal, o seu habitat de alimentação corresponde a campos desarborizados ou com árvores esparsas, aproveitados para a pecuário extensiva, como matos esparsos, cerealicultura extensiva de sequeiro e também montados de sobro e azinho.

Factores de Ameaça
Pacheco et al. (1999) e Berliner et al. (2001) identificaram a morte por envenenamento devido à utilização de iscos envenenados para eliminar predadores de espécies pecuárias ou cinegéticas como o principal factor de ameaça para o grifo, por se tratar de uma ave necrófaga, gregária e muito dependente da disponibilidade de cadáveres. Recentemente, em Idanha-a-Nova, em Novembro de 2003, 33 grifos foram encontrados mortos por envenenamento comprovado, não sendo raros os casos de indivíduos que dão entrada em centros de recuperação com sintomas de intoxicação.

Prevê-se que o incremento das exigências higieno-sanitárias, nomeadamente a obrigação de enterrar ou recolher os cadáveres dos animais de criação, venha num futuro próximo a conduzir a uma redução da disponibilidade trófica. A diminuição do aproveitamento pecuário extensivo de ovinos, caprinos e bovinos e a rarefacção dos animais de carga e tracção devida à modernização agrícola resultam também em redução da disponibilidade alimentar.

A degradação dos habitats de nidificação e/ou alimentação devido à construção de infra-estruturas diversas (barragens, parques eólicos, estradas), instalação de regadios, arborização para produção lenhosa intensiva e actividade de extracção de inertes, constituem outras ameaças relevantes.

A perturbação humana em zonas de nidificação e durante os períodos mais sensíveis, provocada por actividades agro-silvícolas, cinegéticas, de turismo e lazer, conduz a uma redução da produtividade ou mesmo ao abandono dos locais de nidificação.

A colisão e electrocussão em linhas aéreas de distribuição e transporte de energia é outra causa preocupante de mortalidade não natural, uma vez que espécie utiliza frequentemente apoios  eléctricos  como  poiso  e  dormitório.

Também a perseguição humana, através do abate a tiro e da pilhagem de ninhos constituiu um factor de mortalidade nesta espécie.

Medidas de Conservação
Para  manter a população e aumentar a área de distribuição desta espécie em Portugal identificam-se as seguintes medidas:
- implementar um programa nacional de erradicação do uso de venenos;
- aumentar a disponibilidade alimentar associada às explorações gro-pecuárias, através da criação e gestão de campos de alimentação de aves necrófagas;
- promover a manutenção e valorização do mosaico agro-florestal e a pecuária extensiva, através de aplicação de programas de Medidas Agro-Ambientais nos principais núcleos da espécie que minimizem a perda e degradação do habitat;
- aumentar a eficácia dos meios e esforços de fiscalização e vigilância nas áreas de nidificação durante os períodos mais sensíveis;
- compatibilizar a gestão cinegética com a conservação da espécie, promovendo uma gestão correcta da caça maior através do estabelecimento de protocolos e da implementação de manuais de gestão ambiental;
- proibir ou condicionar a instalação de traçados eléctricos, parques eólicos, estradas, albufeiras e outras infra-estruturas nas zonas importantes para a espécie (nidificação, invernada/dispersão);
- interditar/condicionar as actividades recreativas e o turismo nas áreas de maior sensibilidade para a espécie;
- corrigir e sinalizar traçados e apoios da rede de distribuição de electricidade que sejam muito perigosos para a espécie e monitorizar o impacte das linhas eléctricas de transporte de energia sobre os núcleos mais importantes da espécie;
- estabelecer sistemas eficazes de monitorização da população nas áreas problemáticas e/ou especialmente importantes para a população nacional;
- desenvolvimento de campanhas de sensibilização junto a caçadores, guardas e
gestores de caça, agricultores, pastores e público em geral, nas áreas de ocorrência da espécie a par com a intensificação das acções de fiscalização e de aplicação efectiva da lei. Nomeadamente, importa realizar uma campanha nacional de sensibilização e educação ambiental da população rural relativamente às aves de rapina.

in Livro Vermelho dos Vertebrados