terça-feira, 27 de abril de 2010

Como podes ajudar as aves

Podes construir um comedouro pendurando um simples tabuleiro de madeira num ramo, ou pregando-o a um poste com mais de 1,5m de altura onde fique a salvo dos predadores (gatos, etc.). As aves depressa se habituam a esta nova fonte de alimento, sendo necessário reabastecer o tabuleiro com regularidade.
Não te esqueças também de pôr água para elas beberem e para se banharem. Os Chapins apreciam alguns pedacitos de gordura ou amendoins enfiados num fio suspenso do tabuleiro.
 
Corta uma tábua e constrói uma caixa-ninho com as medidas acima indicadas. Algumas aves também fazem os ninhos dentro de panelas velhas, ou em vasos de barro colocados no meio dos arbustos (furados em baixo para que a água da chuva possa escorrer livremente). 
Deixa a vegetação crescer para que as aves tenham onde construir o ninho. Se encontrares um ninho espreita-o o menos possível e nunca mexas nos ovos nem nas crias.

sábado, 24 de abril de 2010

Festival Terras sem Sombra

Promovido regularmente pelo Departamento do Património Histórico e Artístico da Diocese de Beja e pela Arte das Musas desde 2006, o Festival Terras sem Sombra tem vindo a abranger, na edição deste ano, novos temas e novos públicos. Uma das linhas inéditas consiste na captação do público infanto-juvenil. É este o objectivo do concerto pedagógico – algo pouco frequente em ciclos de música erudita – que se realizou na igreja de Nossa Senhora da Assunção, matriz de Grândola, no sábado, dia 24 de Abril, pelas 17.30 horas. 
A iniciativa corre a cargo do Ensemble Alpha, formado por Fernando Marques Gomes (voz, flautas e percussão), Ivan Moody (voz e direcção musicológica), João Luís Ferreira (voz e percussão) e Rui Gonçalo Fernandes (voz). Trata-se de um excelente dispositivo vocal e instrumental para o programa a apresentar, sujeito a um título, de resto, muito inspirado: “Os Caminhos da Música”. Percursos melódicos que coincidem, em larga medida, com outros rumos patentes na evolução de uma terra de funda vocação musical que, depois de ter pertencido à Ordem de Santiago, marcou a história contemporânea de Portugal, na eclosão da República (1910), com o político Jacinto Nunes, e na emergência da Revolução de 1974, com o cantor e compositor Zeca Afonso. 
O concerto de 24 de Abril – data já em si simbólica – propôs uma associação entre velhas melodias litúrgicas da tradição europeia (gregoriana, bizantina, russa, italiana), os cânticos outrora entoados pelos peregrinos a santuários de renome internacional, como Santiago de Compostela e Montserrat, e a música popular portuguesa de inspiração religiosa. A escolha traduz o intuito didáctico, sempre presente na orientação do Festival, concebido à maneira de uma pequena “história da música”, sobretudo no âmbito sacro, mas evoca também aspectos que se prendem com o passado e o presente de Grândola. 
Esta vila, sede de vasto concelho, situa-se numa das rotas mais destacadas do Caminho de Santiago no Alentejo, o que a tornou, em finais da Idade Média, ponto obrigatório de passagem dos peregrinos, que pernoitavam e refaziam forças no antigo Hospital do Espírito Santo – mais tarde da Misericórdia. A história da povoação encontra-se intimamente associada, aliás, à sua localização num entroncamento dos itinerários que unem o Sul e o Norte, o Nascente e o Poente, realidade que lhe marcaria o devir e atraiu, ao longo dos séculos, gentes de origens diversificadas. Um fenómeno bem patente, de resto, na actualidade. 
Tudo isto justifica que se celebre em Grândola um encontro de culturas cujo fio condutor reside, afinal, no desejo de valorizar as raízes comuns da música religiosa da Europa. Segundo lembra o provérbio português, “de pequenino se torne o pepino”. Ao avançar para a componente pedagógica, o Festival Terras sem Sombra aposta na continuidade de gerações, uma dificuldade sentida no país, mas de basilar significado para a evolução da cultura musical. É um passo na direcção do futuro, dado em colaboração com o município e paróquia locais, que se associam, para o efeito, às outras entidades presentes no projecto, como a Direcção-Geral das Artes (Ministério da Cultura) e a Delta.  
Nos Caminhos da Música

As obras incluídas neste concerto provêm essencialmente de três tradições musicais diferentes: a ibérica, a italiana e a oriental ortodoxa. A primeira é exemplificada pelas Cantigas de Santa Maria e pelo Llibre Vermell do mosteiro de Santa Maria de Montserrat, mas também em músicas da tradição oral dos nossos dias; a segunda nas Laude, um repertório com muitas semelhanças às Cantigas; e a terceira pela música litúrgica do rito bizantino, espalhado nos países eslavos.
O programa procura demonstrar as ligações – e as diferenças – entre estes vários repertórios, com a música ortodoxa como uma espécie de “pano de fundo”, colocando-os ao mesmo tempo numa perspectiva “oral”, ou seja, explorando os seus laços com a música religiosa de tradição popular, designadamente no caso das Cantigas e das Laude, repertórios concebidos fora do contexto litúrgico (as últimas eram entoadas nas grandes vigílias populares das confrarias, em plena Idade Média). Aspectos musicais relevantes incluem o uso de harmonia ou de bordões em peças monofónicas e de percussão, em especial o adufe, patente na música tradicional portuguesa.
Vozes do Ocidente e do Oriente

O Ensemble Alpha dedica-se ao estudo dos contrastes e das ligações entre várias tradições medievais de música sacra, com ênfase especial nas de países ortodoxos e da Península Ibérica, desenvolvendo uma abordagem fortemente influenciada por diversas tradições populares. Os membros colaboram, trazendo as suas próprias experiências, distintas e especializadas, aos projectos do grupo. Ivan Moody, o director musicológico do Ensemble Alpha, é presbítero da Igreja Ortodoxa Grega (Patriarcado de Constantinopla) em Portugal, tendo desenvolvido, como compositor e maestro, uma carreira de renome internacional.
Em Julho de 1996 o grupo apresentou dois concertos, com enorme êxito, na Sardenha, para celebrar a inauguração da igreja mais antiga da ilha, recentemente restaurada, e desde então tem realizado intervenções em diferentes pontos de Portugal, concentrando-se em temas específicos, como o Natal, a Páscoa e a devoção à Virgem Maria. Actuou várias vezes na RTP, em programas como Acontece, no Colóquio International sobre Cister, em Caminhos e, ainda, em transmissões radiofónicas nacionais, em Itália e nos Estados Unidos da América. Outros projectos incluíram o concerto que assinalou a exposição, em Lisboa, da colecção de ícones Vemizelis, do Museu Benaki (Atenas), diversos espectáculos em Itália e uma série de actuações, entusiasticamente recebidas, para a prestigiada Cambridge Early Music Society, de Boston.
No Verão de 2002 o grupo fez uma tournée em França e em Itália, participando no Festival Guil-Durance e no Festival de Música Antiga de Magnano. Em 2003 concretizou uma terceira tournée na Sardenha, por ocasião do Festival Echi Lontani, além de concertos em Savigliano e Saluzzo. Em 2005 lançou o CD “O Divina Virgo” (da etiqueta Dialogos) e participou no Festival de Música Antiga de Pantelleria. Deslocou-se posteriormente à península itálica (Festivais Grandezze e Meraviglie em Modena e Wunderkamer em Trieste, 2007) e à Finlândia (Festival Internacional de Vaasa, 2009), além de dar concertos regulares em Portugal, entre os quais se incluem actuações no Festival Terras sem Sombra de Música Sacra do Baixo Alentejo e no Festival de Música Antiga de Carrazeda de Ansiães.
Texto: Diocese de Beja
 

domingo, 18 de abril de 2010

286

O processador 286 foi lançado em Fevereiro de 1982, apenas 6 meses após a IBM ter lançado o seu primeiro PC. Porém, o 286 passou a ser utilizado apenas em 1984, quando a IBM lançou o seu PC AT. Esta demora é justificável, pois, para lançar um computador usando o novo processador da Intel, foi preciso desenvolver toda uma nova arquitectura. Da placa de gráfica à placa mãe, praticamente tudo foi mudado, o que somado à burocracia e a longos períodos de testes antes do lançamento, demandou um certo tempo.

Actualmente, o período de desenvolvimentos dos periféricos é muito mais curto. Quase sempre quando um novo processador é lançado, já temos placas mãe para ele disponíveis quase que imediatamente, pois o desenvolvimento é feito de forma simultânea.
O 286 trouxe vários avanços sobre o 8088. Ele utilizava palavras binárias de 16 bits tanto interna quanto externamente, o que permitia o uso de periféricos de 16 bits, muito mais avançados do que os usados no PC original e no XT. O custo destes periféricos desta vez não chegou a ser um grande obstáculo, pois enquanto o PC AT estava sendo desenvolvido, eles já podiam ser encontrados com preços mais acessíveis.
 
O principal avanço trazido pelo 286 são seus dois modos de operação, baptizados de “Modo Real” e “Modo Protegido”. No modo real, o 286 se comporta exactamente como um 8086 (apesar de mais rápido), oferecendo total compatibilidade com os programas já existentes. Já no modo protegido, ele manifesta todo o seu potencial, incorporando funções mais avançadas, como a capacidade de aceder até 16 Megabytes de memória RAM (usando os 24 bits de endereçamento do 286), multitarefa, memória virtual em disco e protecção de memória.
Assim que ligado, o processador opera em modo real, e com uma certa instrução, passa para o modo protegido. O problema é que trabalhando em modo protegido, o 286 deixava de ser compatível com os programas escritos para o modo real, inclusive com o próprio MS-DOS. Para piorar, o 286 não possuía nenhuma instrução que fizesse o processador voltar ao modo real, isto era possível apenas fazendo o reset do computador. Isso significa que um programa escrito para rodar em modo protegido, não poderia usar nenhuma das rotinas de acesso a dispositivos do MS-DOS, tornando inacessíveis o disco rígido, placa de vídeo, drive de disquetes memória, etc., a menos que fossem desenvolvidas e incorporadas ao programa todas as rotinas de acesso a dispositivos necessárias. Isso era completamente inviável para os programadores, pois para projectar um simples jogo, seria praticamente preciso desenvolver todo um novo sistema operativo. Além disso, o programa desenvolvido rodaria apenas em computadores equipados com processadores 286, que ainda eram minoria na época, tendo um público alvo muito menor. De fato, apenas algumas versões do UNIX e uma versão do OS/2 foram desenvolvidas para utilizar o modo protegido do 286.
 
Basicamente, os computadores baseados no 286 eram usados para rodar aplicativos de modo real, que também podiam ser executados em um XT, aproveitando apenas a maior velocidade do 286. Falando em velocidade, a primeira versão do 286 funcionava a apenas 6 MHz, sendo lançada logo depois uma nova versão de 8 MHz, que foi usada no PC AT. Posteriormente, foram desenvolvidas versões de até 20 MHz.
 
Devido às várias mudanças na arquitectura, destacando o acesso mais rápido à memória e alterações no conjunto de instruções do processador, que permitiam realizar muitas operações de maneira mais rápida e eficiente, um 286 consegue ser quase 4 vezes mais rápido que um 8088 do mesmo clock.

domingo, 11 de abril de 2010

Expo Autocasião

Mais uma vez se realizou em Grândola a Expo Autocasião.

Poderá ser impressão minha, mas pareceu-me que mais uma vez a crise afectou uma feira...