sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Hotel California


quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Descentrar horizontalmente

A aplicação da regra dos terços pede-nos para descentrar os objectos horizontalmente. Isto o podemos ver continuamente aplicado no cinema. Repare que nas películas as pessoas nunca aparecem centradas, mas sim num terço ou outro.

Porque nos pode surgir a dúvida de se é melhor ajustar um sujeito a um terço esquerdo ou direito, superior ou inferior. Ao descentrar um objecto há que ter muito em conta o que está fazendo o sujeito. Se por exemplo o sujeito é uma pessoa trataremos de acompanhar a sua observação e deixar espaço até à zona de onde observa.
 
Fixe a diferença entre uma foto e outra. A foto da esquerda está melhor equilibrada e tem mais força que a da direita porque o sujeito tem a cara orientada para a direita. Por isso a colocamos à esquerda.

Igualmente, se o sujeito é um objecto em movimento (por exemplo um carro) costuma ser melhor deixar o espaço livre até onde se dirige o sujeito. Isto lhe dá mais sensação de movimento e profundidade à foto. Tudo depende da sensação que queremos transmitir.
Nesta foto podemos ver duas opções. Não há uma melhor que outra, tudo depende de que se quer transmitir. Na primeira podemos ver que o carro tem que efectuar uma curva e que vem muito rápido (o carro está inclinado e há povo atrás dele). Na segunda podemos ver melhor de onde vem. Dá mais sensação de travagem, mas não se vê a curva que tem diante claramente. A nós pessoalmente nos dá mais gosto a primeira porque se lhe dá mais espaço por diante do carro, que é até onde vai este, e lhe dá mais sensação de movimento.

Estas recomendações não tem porque seguir-se sempre. Dependerá de como o fotógrafo queira colocar os objectos de uma foto e encaixá-los com o fundo. Em outras ocasiões a situação na hora de fazer a foto nos dará a oportunidade de escolher a melhor composição, bem porque haja objectos que incomodam ou bem por ser uma situação muito rápida que não dê opção de procurar a melhor opção.

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

O que mais mudou?

Fora a inclusão do cache L2 trabalhando na mesma frequência do processador, e do uso do cache L3, o K6-3 trouxe poucas mudanças sobre o antigo K6-2. Foram feitas algumas alterações nos registadores do processador, mas nada gritante. O K6-3 continua utilizando as 21 instruções 3DNow! e o mesmo coprocessador aritmético do K6-2.

Este é o grande problema. O maior defeito do K6-2 não é o cache, mas sim o próprio coprocessador aritmético, com apenas uma unidade de execução, que apesar do reforço do 3DNow! Não foi alterado desde o primeiro modelo do K6. Graças ao cache rápido, o K6-3 consegue até mesmo superar um Pentium III da mesma frequência em aplicativos de escritório, mas continua perdendo em jogos e aplicativos gráficos.

Mantendo a ideia de deixar de ser uma mera coadjuvante e passar a realmente competir em pé de igualdade com a Intel, a AMD resolveu investir pesado para desenvolver um coprocessador decente para seu próximo processador, o Athlon, que veremos com mais detalhes adiante. Por sinal, o investimento valeu à pena, pois o coprocessador aritmético do Athlon consegue não apenas igualar o desempenho do  coprocessador do Pentium III, mas chega a superá-lo. Realmente o desempenho do Athlon vem surpreendendo, principalmente pelo facto da AMD desta vez estar conseguindo lançar versões mais rápidas antes da Intel.
Compatibilidade

Na época em que o K6-3 foi lançado, existia um enorme contingente de utilizadores de equipamentos baseados em placas mãe Super-7, entre
utilizadores de processadores AMD e de processadores Cyrix, que sem dúvida se sentiam muito mais inclinados a trocar o seu processador por outro que continuasse utilizando o socket 7, permitindo um upgrade sem necessidade de troca da placa mãe. Percebendo isso, a AMD optou por tornar o K6-3 totalmente compatível com as placas mãe socket 7, mantendo apenas a velha exigência de que a placa mãe seja capaz de fornecer a tensão correta para o processador e seja capaz de sinalizar o multiplicador correcto.

Qualquer placa mãe que suporte o AMD K6-2 de 400 MHz, suportará também o K6-3 de 400 e 450 MHz sem problema algum, dispensando inclusive upgrades de BIOS. A voltagem utilizada pelo K6-3 também é a mesma utilizada pelo K6-2: 2.2v, dispensando qualquer configuração adicional. Também não é preciso configurar nada relacionado ao cache L3, pois espetando o K6-3 na placa mãe, o cache da placa passa automaticamente a ser reconhecido como cache L3, novamente dispensando qualquer configuração adicional.

Resumindo, basta configurar o multiplicador da placa mãe para 4x 100 MHz, ou 4.5x 100 (no caso do K6-3 de 450 MHz) e a voltagem para 2.2v para que tudo funcione.

in Manual de Hardware Completo
de Carlos E Marimoto

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Barbastella barbastellus, Morcego-negro

Taxonomia
Mammalia,  Chiroptera,  Vespertilionidae.
 
Tipo de ocorrência
Residente.
 
Classificação
INFORMAÇÃO  INSUFICIENTE  –  DD
Fundamentação: Não existe informação adequada para avaliar o risco de extinção nomeadamente  quanto  à  redução  do  tamanho  da  população  e  à  tendência  de declínio.
 
Distribuição
Esta  espécie  ocorre  de  Portugal  ao  Cáucaso  e  do  Sul  da  Escandinávia  e  da Letónia até algumas ilhas do Mediterrâneo e Marrocos; também nas Ilhas Canárias (Urbanczyk  1999).
 

Em  Portugal,  é  uma  espécie  rara,  só  tendo  sido  encontrada  a  norte  do  Sado (Palmeirim et  al. 1999).
 
População
É uma espécie mal conhecida que se encontra em declínio em toda a sua área de  distribuição  na  Europa  (Urbanczyk  1999).
 

Em Portugal é uma das espécies mais difíceis de encontrar, o que resulta numa escassez  de  dados  que  impede  a  avaliação  da  tendência  populacional.
 
Habitat
O morcego-negro é uma espécie florestal associada a florestas de folhosas bem desenvolvidas. Durante o Verão ocupa cavidades em árvores, fendas nas rochas, casas  ou  pontes  (Rainho  et  al.  1998;  Sierro  1999).  Em  Espanha  e  na  Europa Central  utiliza  cavidades  subterrâneas  para  hibernar  (Schober  & Grimmberger 1989), comportamento raramente observado no nosso país. Parece alimentar-seprincipalmente em habitats dulciaquícolas ou nas margens de zonas florestadas (Rainho et al. 1998), evitando zonas abertas e urbanizadas (Sierro 1999).
 
Factores de Ameaça
A  diminuição  das  florestas  de  folhosas  bem  desenvolvidas,  com  redução  das áreas de alimentação e da disponibilidade de abrigos (pela eliminação de árvores antigas  com  cavidades),  influencia   negativamente  esta  espécie.
 

O  uso  generalizado  de  pesticidas  poderá  ser  uma  ameaça,  dado  que potencialmente causa a diminuição da diversidade de presas e a contaminação dos morcegos por ingestão de insectos contaminados.
 

Sendo  uma  espécie  de  voo  baixo,  encontra-se  ainda  particularmente  sujeita  a mortalidade por atropelamento.

Medidas de Conservação
Dada a reduzida informação que existe sobre esta espécie no país, a sua conservação  depende  do  desenvolvimento  de  acções  de  investigação  para  melhorar  o conhecimento  da  distribuição,  do  efectivo  e  das  tendências  populacionais,  que permitam avaliar a situação da espécie e planear medidas de conservação.
 

No entanto, a correcta gestão das zonas florestais de folhosas, com a preservação de árvores antigas, é essencial para a preservação desta espécie. Deve ser considerada  a  possibilidade  de  instalar  caixas-abrigo  em  áreas  de  habitat  favorável mas que não disponham de árvores com cavidades.
 

A racionalização do uso de pesticidas e a realização de acções de sensibilização poderão  também  beneficiar  esta  espécie.
in Livro Vermelho dos Vertebrados

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

No Acampamento

Eu escrevi minhas notas este mês no acampamento. Eu espero que muitos Chefes Escuteiros tenham sido capazes de passar seus feriados deste ano em acampamentos, como eu. Se desfrutou disso tanto ou mais que eu, terá feito uma boa coisa.

Tenho certeza que uma semana ou duas de tal vida é o melhor descanso restaurador e o melhor tónico para o corpo e a mente que existem para uma pessoa, seja ele menino ou idoso. Por acampamento eu quero dizer um acampamento no bosque, não um acampamento militar para alojar um grande número de pessoas sob uma lona. Este não é mais parecido com o tipo de acampamento que eu defendo do que um gafanhoto é parecido com um ganso.

O acampamento Escuteiro deve ser do tipo acampamento de bosque, se quiser ser realmente bem educativo. Muitos acampamentos militares, não a maioria, são responsáveis por causar mais prejuízo do que bem aos jovens, excepto aqueles com boa administração e supervisão rígida. Considerando um acampamento mateiro, se correctamente desenvolvido dará desenvoltura individual e ocupação aos jovens todo o tempo.

Um grande acampamento tem necessidade de ser conduzido com uma quantidade considerável de rotinas disciplinares. Formaturas têm que ser asseguradas para dar ocupação e instrução aos jovens, reuniões fatigantes, inspecções de barracas, listas de chamadas, filas de banho, e assim por diante. Isto não serve para a revigorante vida ao ar livre, esse tipo de acampamento pode muito bem ser feito em barracas na cidade, não ensina aos jovens nada de individualidade, desenvoltura, responsabilidade, conhecimento da natureza, e muito menos (realmente pouquíssima) educação do carácter, para o qual o acampamento mateiro é o melhor, senão a única escola.

Mas um acampamento mateiro só pode ser realizado com um número pequeno de jovens, de trinta a quarenta, sendo este o máximo possível, e somente se o sistema de patrulhas for realmente e inteiramente colocado em uso.
Evidentemente é fácil alguém escrever a partir de um acampamento ideal deste tipo e pensar que todo mundo tem as mesmas possibilidades, mas eu não pretendo pensar dessa maneira. Eu sei as dificuldades daqueles que tem que argumentar com um Chefe Escuteiro na Inglaterra, mas quero colocar o ideal à frente desses que não tem reflectido muito cuidadosamente sobre a questão, e são inclinados, por costume ou exemplo, a achar que a forma militar de acampamento é a habitual e correta para os jovens. O ideal deve ser seguido o mais fielmente possível que as circunstâncias locais permitam.

Aqui estou acampado perto de um rio que corre entre colinas revestidas de florestas. É perto de dez da manhã. Levantei-me às cinco, e estas cinco horas foram cheias de tarefas para mim, muito embora fossem não mais que pequenas tarefas de acampamento.

O fogão teve que ser reacendido, café e bolinhos foram feitos. Em seguida foram lavados e areados os utensílios de cozinha; recolhida lenha para o dia (para queimar e formar brasa); uma nova barra e ganchos para panelas tiveram que ser cortados e aparados; uma tenaz para o fogo e uma vassoura de galhos para limpeza do chão do acampamento tiveram que ser cortados e feitos. A roupa de cama teve de ser arejada e guardada; as botinas foram engraxadas; o chão do acampamento foi varrido e o lixo queimado; a truta teve de ser destripada e lavada. Finalmente me barbeei e tomei um banho, e aqui estou pronto para as tarefas diárias que possam surgir. Mas levei cinco horas para tudo isso.

Meu companheiro foi ontem para o vilarejo mais próximo e deverá voltar logo com nossas cartas e suprimentos. Ele me encontrará em algum lugar pescando ou desenhando, e juntando amoras para nossa “sobremesa” de compota de frutas ao jantar; mas encontrará o acampamento varrido e guarnecido, fogão pronto para ser aceso, panelas, copos e pratos todos limpos e prontos para uso, a comida à mão.

Nós podemos provavelmente “fazer as malas” e viajar em seguida, e ver um pouco mais das belezas da terra, como podemos “carregar nossas coisas” para o próximo local de acampamento com uma agradável paisagem. Então vem todo esse negócio de montar o acampamento, buscar água e lenha, fazer a comida, e buscar seu próprio conforto. Toda uma sequência de pequenas tarefas cuja soma é importante. Todas elas dão prazer e satisfação ao homem mais velho, enquanto que aos mais jovens trazem prazer, experiência, desenvoltura, autoconfiança, pensamentos para os outros, e aquela excelente disciplina dos costumes campestres, sendo esperado que façam a coisa certa para eles.

Eles não têm nenhum tempo para inactividade, e não há espaço para o ocioso. Mas isto é uma coisa bastante diferente daquelas ruas de lona, onde os suprimentos são entregues por uma empresa, e cozidos e servidos por empregados contratados, com os jovens em rebanhos, fazendo somente o que os mandam fazer.
 
Setembro de 1911
Pensamentos de B-P 
contribuições de Baden-Powell para "The Scout"

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Colocar os horizontes

Se procuramos simetria entre o céu e o solo podemos situar o horizonte no centro. Se não é assim, trataremos de fazer coincidir o horizonte com um dos terços verticais. Se damos mais importância ao solo fazemos coincidir com o terço superior. Se queremos dar importância ao céu (por exemplo porque há umas nuvens chamativas) ajustamos o horizonte ao terço inferior.
 
Nesta série de imagens vemos como foi colocado o horizonte de uma forma ou outra em função do objectivo que queria conseguir. Na primeira foto quisemos dar importância ao céu, e por isso ajustámos o horizonte ao terço inferior. Na segunda quisemos dar importância ao solo, assim que o ajustámos no terço superior. Na terceira foto quisemos obter uma simetria perfeita entre céu e solo e por isso o centrámos.

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

O cache de três níveis

O cache surgiu na época dos processadores 386, como uma forma de acelerar o acesso aos dados gravados na memória RAM. Inicialmente, tínhamos apenas alguns Kbytes de cache espetados na placa mãe, mas, quando a Intel desenvolveu o 486, embutiu uma pequena quantidade de memória cache dentro do processador. Tínhamos agora dois tipos de cache diferentes, um interno ao processador, e outro espetado na própria placa mãe. Para diferenciar os dois, o cache incorporado ao processador passou a ser chamado de cache nível um, ou “L1”, enquanto o cache da placa mãe passou a ser chamado de nível 2, ou “L2”.

A diferença entre o cache L1 e o cache L2 reside na velocidade. Enquanto o cache L1 trabalha na frequência do processador, possuindo tempos de acesso extremamente baixos, o cache L2 trabalha na frequência da placa mãe, sendo bem mais lento do que o cache L1. Justamente por ser mais lento, o cache nível 2 é mais barato, possibilitando o uso de quantidades maiores. Mesmo nos processadores actuais, onde o cache L2 também faz parte do processador, a velocidade é mais baixa.
Os dados mais requisitados pelo processador são inicialmente armazenados no cache L2, sendo os dados que o processador está processando no momento, juntamente com alguns outros dados importantes, transferidos para o cache L1.

Assim que o processador termina de processar uma determinada rotina e passa para a próxima, são trocados os dados do cache L1, evitando ao máximo que o processador precise aceder a dados contidos no cache L2 (que sempre será mais lento) e principalmente aceder directamente a memória RAM, o que  resultaria em uma grande perda de tempo. Nos processadores actuais, a velocidade e a quantidade de memória cache são muito mais importantes que a própria velocidade da memória RAM. Vou usar um exemplo tosco, só para tentar tornar mais claro este tema:
  • Imagine que num sistema qualquer, 40% das vezes que o processador necessite de dados, encontre-os no cache L1, 45% da vezes precise recorrer ao cache L2, e em 15% dos casos os dados não estejam gravados no cache e o processador precise busca-los directamente na memória RAM.
  • Imagine que neste sistema, um acesso ao cache L1 demore 2 nanossegundos, um acesso ao cache L2 demore 6 nanos, e um acesso à memória RAM demore 50 nanos (é apenas um exemplo). Usando a estatística anterior (40-45-15), 1000 acessos à dados demorariam 12.800 nanos (400 x 2 + 450 x 6 + 150 x 50).
  • Imagine agora que aumentamos o tamanho do cache L1 deste processador, aumentamos a velocidade do cache L2, mas foi mantida a mesma memória RAM. Neste caso, poderíamos imaginar que em 50% das vezes que o processador precisar de dados, os encontrará no cache L1 (já que agora é maior do que no exemplo anterior), em 40% das vezes encontrará os no cache L2 e em 10% das vezes será necessário um acesso à memória RAM. Imaginando que um acesso ao cache L1 continue demorando 2 nanos (já que aumentamos apenas seu tamanho, e não a velocidade), um acesso ao cache L2 passe a demorar 4 nanos depois de aumentarmos sua velocidade, e um acesso à memória RAM continue demorando os mesmos 50 nanos, 1000 acessos demorariam agora apenas 6600 nanos (500 x 2 + 400 x 4 + 100 x 50), uma  diminuição de quase 50%, muito mais do que conseguiríamos aumentando a velocidade da memória RAM.
  • Terminando, imagine agora, que fosse acrescentado um cache nível 3, um pouco mais lento do que o cache L2, mas em uma quantidade um pouco maior, e que um acesso a este novo cache demore 10 nanos. Manteríamos então um cache-hit de 50% no cache L1, 40% no cache L2, mas passaríamos a ter um cache-hit de (digamos) 5% no cache L3, fazendo com que em apenas 5% dos casos fosse necessário um acesso à memória RAM. Os 1000 acessos demorariam então apenas 5600 nanos (500 x 2 + 400 x 4 + 50 x 10 + 50 x 50), um aumento de quase 15% na velocidade de acesso, que certamente resultaria em um aumento considerável na velocidade global do equipamento. 
A ideia do K6-3 é justamente essa, aumentar o desempenho através de uma maior eficiência da memória cache. O K6-3 traz os mesmos 64 KB de cache L1 do K6-2, mas vem agora com 256 KB de cache L2 embutidos no encapsulamento do processador, cache que trabalha na mesma frequência do processador, assim como o cache usado no Celeron e no Pentium II Xeon. Ora, se apenas 128 KB de cache L2 trabalhando na frequência do processador, conseguiram transformar o anémico Celeron sem cache, em um processador cujo desempenho chega até mesmo a superar o desempenho do Pentium II em alguns aplicativos, imagine o que o dobro dessa quantidade não pode fazer pelo K6-3.

Para aumentar ainda mais o desempenho do K6-3, a AMD resolveu aproveitar também o cache L2 encontrado em todas as placas mãe Socket 7, passando a usa-lo como um cache L3. O funcionamento do cache da placa mãe continua idêntico, apenas mudamos seu nome.
O uso do cache L3 consegue aumentar de 3 a 8% o desempenho do K6-3, dependendo da quantidade usada. Não chega a ser nenhuma revolução, mas é um ganho bem perceptível, principalmente se lembrarmos que o Pentium II é apenas 3 ou 5% mais rápido do que o K6-2 em aplicativos de escritório.

Testando o K6-3 em uma placa mãe com 512 KB de cache, o ganho de performance fica em cerca de 3.8%. Segundo números obtidos por outros usuários, o ganho de performance com 1024 KB de cache fica em torno de 6%, chegando a 8% no caso de placas mãe com 2048 KB de cache.

in Manual de Hardware Completo
de Carlos E Marimoto

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Aegypius monachus, Abutre-preto

Taxonomia
Aves, Accipitriformes, Accipitridae.

Tipo de ocorrência
Residente.

Classificação
CRITICAMENTE  EM  PERIGO  .  CR  (D)
Fundamentação: espécie com população extremamente reduzida (inferior a 6 indivíduos adultos maturos).

Distribuição
Actualmente apresenta uma distribuição no Paleárctico Ocidental, muito reduzida, comparativamente ao que se passava no século XIX (Cramp 1998), compreendendo apenas a população ibérica, que está praticamente isolada, e as populações da Grécia, Crimeia, Bulgária, Ucrânia, Arménia e Azerbeijão, no leste europeu (Heredia 1996). No Sul de França, depois da sua extinção há cerca de 100 anos, a espécie foi reintroduzida com êxito nas décadas de 1990 e 2000 (Heredia 1996, Anónimo 2004). Para Leste, a sua distribuição atravessa a Ásia, desde o Irão até ao Nordeste da China (Cramp 1998).

Em Portugal, a sua área de ocorrência regular restringe-se a uma estreita faixa na zona fronteiriça do Alentejo e Beira Baixa, que no máximo se estende até 30-40 km para o interior  (ICN  dados  não  publicados).  Nos  anos  1930-1950  terão  desaparecido  as últimas colónias de abutre-preto no interior do Alentejo, na sequência da construção de algumas barragens . p. ex. a do Maranhão ., ou do arroteamento de terras mais ermas devido às Campanhas do Trigo das décadas de 30 e 40 do século XX . p. ex. na zona da Barrosinha-Vale de Arca) (Onofre N dados não publicados, L Palma, com. pess.).

População
De acordo com as observações de campo, o número de indivíduos que regularmente frequentam o território nacional tem vindo a crescer, sendo de crer que se aproxime da centena (C Pacheco, L Silva & P Rocha, com. pess.).

Em termos de população nidificante, os últimos dados de nidificação comprovada de abutre-preto em Portugal datavam de 1973 (Palma 1985). Contudo, fruto do aumento populacional do abutre-preto em Espanha e também de algumas acções levadas a efeito no nosso país visando a sua fixação em território nacional, ocorreram tentativas de nidificação em duas plataformas em 1996, mas em nenhum dos casos houve sucesso (Silva & Rocha 1996, Silva et al. 1996). Desde essa altura têm ocorrido mais tentativas de nidificação, de modo irregular (em 1998, 2002 e 2003) e também sem sucesso (C Pacheco, MC Pais & L Silva, com. pess.). Apenas num caso a nidificação teve lugar num ninho construído naturalmente de raiz, enquanto que nos restantes se baseou em plataformas artificiais  previamente  instaladas  para  o  efeito  (C  Pacheco,  MC  Pais  &  L  Silva, com. pess.).

É uma espécie globalmente classificada como Quase-Ameaçada (NT) (IUCN 2004a), mas considerada Rara na Europa, onde se apresenta em declínio em alguns países (BirdLife International 2004).Os indivíduos que tentam nidificar em Portugal provêm de Espanha, onde o abutre-preto tem categoria de Vulnerável (VU) (Madroño et al. 2004) e, após de ter sofrido um declínio acentuado até à década de 1960-70, teve uma recuperação notável (Sánchez 2003, Anónimo 2004).

Habitat
O habitat de nidificação da espécie em Portugal é formado por terrenos ondulados relativamente remotos, revestidos por matagais arborizados, normalmente com azinho Quercus rotundifolia ou sobreiro Q. suber, enquanto que o habitat de alimentação se compõe de zonas vastas de cerealicultura e pastoreio extensivos e, ainda, zonas de mato não muito denso.

Factores de Ameaça
O envenenamento é um factor de ameaça sério para esta espécie, visto se tratar de uma ave de hábitos necrófagos, tanto mais que a colocação de venenos tem aumentado nos anos mais recentes (Brandão 2003). Não há muito tempo, em Novembro de 2003, na zona de Idanha-a-Nova, vários abutres foram encontrados mortos por envenenamento comprovado.

A alteração de habitat motivada por arborizações, que destroem extensas áreas de matagal arborizado em consequência de desmatação, ripagem e armação do terreno, é uma ameaça ao sucesso da recolonização do nosso país por parte desta espécie.

As continuadas alterações nos sistemas tradicionais de agricultura e pecuária extensivas, nomeadamente a diminuição do pastoreio extensivo, não estabulado, bem como a supressão completa do abandono de cadáveres de gado no campo, ou as dificuldades de funcionamento dos .alimentadores artificiais de necrófagos., poderão igualmente constituir factores limitantes ao restabelecimento de uma nova população de abutre-preto em Portugal, uma vez que restringirão os recursos tróficos para a espécie.

A perturbação, resultante da abertura de estradas e caminhos e do trânsito de veículos e pessoas em zonas mais remotas, poderá provocar o insucesso das tentativas de reprodução bem como de tentativas de instalação noutras regiões.

Medidas de Conservação
A conservação desta espécie requer a activação de alimentadores artificiais, colocação (ou recuperação) de plataformas/ninhos artificiais e interdição ao trânsito automóvel e de pessoas nas zonas mais frequentadas por abutres-pretos e/ou com habitat e condições para a fixação de casais nidificantes.

Nos locais de nidificação ou onde se verifiquem tentativas de instalação de casais, as actividades florestais deverão ser condicionadas durante o período de Janeiro a Setembro, num raio de 1 km, e, quando necessárias, só deverão ser efectuadas fora deste período, sem que nunca se abatam ou podem as árvores que suportam ninhos (Heredia 1996). Aí, também  toda a perturbação humana (incluindo turismo e recreio), deve ser restringida num raio de 1 km, a distância mínima a estradas e caminhos deve ser de 1,5 km e qualquer actividade motorizada não deverá ter lugar a menos de 2,5 km (Heredia 1996).
Na elaboração de um plano de acção para a conservação desta espécie deve-se considerar também o encorajamento da reintrodução ou reforço de populações de ungulados nativos (Cervídeos), e também de coelho-bravo Oryctolagus cuniculus, ao longo de toda a sua área de distribuição em território nacional, tendo em atenção no entanto os problemas de sobre-pastoreio (Heredia 1996).

Nas áreas mais importantes de ocorrência da espécie, nomeadamente onde se verificam tentativas de nidificação, importa monitorizar a eventual mortalidade por electrocussão e, sempre que se justifique, corrigir os postes e as linhas de transporte de energia.

A situação desta espécie em Portugal beneficiaria com a divulgação e extensificação do recurso às Medidas Agro-Ambientais, que minimizem a degradação do habitat e promovam a pecuária extensiva.

Devem ser desenvolvidas campanhas de sensibilização junto a caçadores, guardas e gestores de caça, agricultores, pastores e público em geral, dirigidas à conservação da espécie e da fauna selvagem, tendo em vista em particular a eliminação do abate a tiro e da aplicação de venenos. A par destas campanhas, devem ser intensificadas as acções de fiscalização e aumentadas as penalizações relativamente ao abate, destruição e roubo de ninhos e envenenamento.
in Livro Vermelho dos Vertebrados

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

O Valor de Vida Campestre

Eu não posso convencer o Chefe Escuteiro do grande valor da vida campestre na formação dos Escuteiros, mas de facto creio que sua essência depende disso.

Muitos Chefes Escuteiros que avaliam o lado moral da nossa formação estão quase inclinados a subestimar a importância da vida no campo, mas ela é tudo para os jovens. Nós temos que atrair o entusiasmo e gostos deles em primeiro lugar, se tencionamos fazer algo de bom por sua educação.

Uma eminente autoridade educacional assegurou-me que actualmente essa nossa educação escolar está toda no caminho errado. O aprendizado por livros foi introduzido por monges com o fim de neutralizar a formação mais varonil em habilidades braçais e de caça que, na Idade Média, ocupava o tempo dos jovens, o que sem dúvida produziu uma grande porção de homens de carácter entre eles. Isto acabou em um objectivo de pouca visão, embora tivesse feito algum bem em certos aspectos, foi infinitamente danoso para nossa raça em outros.

Ele disse: “Você deve antes de tudo desenvolver o carácter natural do jovem, encorajando-o nos exercícios atléticos naturais, que tendem a fazê-lo mais varonil, valente, obediente e altruísta. Depois lhe incentive o desejo de ler, o que o conduzirá eventualmente ao estudo sozinho. A falácia de tentar forçar o jovem a ler o que o pedagogo quer que ele saiba é o segredo de tanta ignorância e ausência de esforço no estudo entre nossos jovens atualmente”.

Esta mesma autoridade gostaria de ver o Escutismo ou algum esquema similar introduzido em extensão a nossas escolas, e em atenção a isto, tornado obrigatório a todos os jovens entre quatorze e dezasseis anos.

Eu espero que o desejo dele ainda possa ser satisfeito. Eu creio que isso ocorrerá se os Chefes Escuteiros prosseguirem no caminho que começaram e provarem às autoridades educacionais de sua região o valor educativo que fundamenta o nosso Movimento.

Abril de 1911
Pensamentos de B-P 
contribuições de Baden-Powell para "The Scout"

domingo, 19 de dezembro de 2010

Concerto de Natal

Pelas 21:00 horas do dia 19 de Dezembro de 2010, a igreja matriz da Paróquia de Grândola, recebeu de novo um Concerto de Natal, desta vez com a actuação do Grupo Coral "Vozes de Grândola", do Grupo Coral e Etnográfico Coop, da MorenitaóTuna, do Quarteto Barroco Litoral, do Coro da Paróquia de Grândola e do Coro Infanto-Juvenil da Paróquia de Grândola.
O serão contou ainda com a presença de cinco alunos da Universidade Sénior que ao longo da noite declamaram várias poesias.