Eu não posso convencer o Chefe Escuteiro do grande valor da vida campestre na formação dos Escuteiros, mas de facto creio que sua essência depende disso.
Muitos Chefes Escuteiros que avaliam o lado moral da nossa formação estão quase inclinados a subestimar a importância da vida no campo, mas ela é tudo para os jovens. Nós temos que atrair o entusiasmo e gostos deles em primeiro lugar, se tencionamos fazer algo de bom por sua educação.
Uma eminente autoridade educacional assegurou-me que actualmente essa nossa educação escolar está toda no caminho errado. O aprendizado por livros foi introduzido por monges com o fim de neutralizar a formação mais varonil em habilidades braçais e de caça que, na Idade Média, ocupava o tempo dos jovens, o que sem dúvida produziu uma grande porção de homens de carácter entre eles. Isto acabou em um objectivo de pouca visão, embora tivesse feito algum bem em certos aspectos, foi infinitamente danoso para nossa raça em outros.
Ele disse: “Você deve antes de tudo desenvolver o carácter natural do jovem, encorajando-o nos exercícios atléticos naturais, que tendem a fazê-lo mais varonil, valente, obediente e altruísta. Depois lhe incentive o desejo de ler, o que o conduzirá eventualmente ao estudo sozinho. A falácia de tentar forçar o jovem a ler o que o pedagogo quer que ele saiba é o segredo de tanta ignorância e ausência de esforço no estudo entre nossos jovens atualmente”.
Esta mesma autoridade gostaria de ver o Escutismo ou algum esquema similar introduzido em extensão a nossas escolas, e em atenção a isto, tornado obrigatório a todos os jovens entre quatorze e dezasseis anos.
Eu espero que o desejo dele ainda possa ser satisfeito. Eu creio que isso ocorrerá se os Chefes Escuteiros prosseguirem no caminho que começaram e provarem às autoridades educacionais de sua região o valor educativo que fundamenta o nosso Movimento.
Abril de 1911
Pensamentos de B-P
contribuições de Baden-Powell para "The Scout"
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