Julian Bream
N. 15 de Julho de 1933, em Londres, Grã-Bretanha
Julian Bream é um interprete particularmente sensível do repertório clássico. Contribuiu para divulgar a guitarra junto dos grandes compositores e interpretou grandes obras escritas para si.
Julian Bream cresceu ao som da música de Django Reinhardt e de Andres Segovia. Em criança apaixona-se pela música clássica e distingue-se como menino-prodígio. Nas décadas de 50 e 60 as suas gravações e actuações tornam-no imediatamente famoso. Interpreta Bach, Sor, Giuliani, Aguado e ainda Rodrigo Albeniz e Villa-Lobos. Torna-se virtuoso da guitarra clássica graças às obras de compositores ingleses. Uma das primeiras encomendas é o "Guitar Concerto" de Malcolm Arnold, em 1959. A seguir em 1963, Benjamin Britten escreve para ele o "Nocturnal", uma peça rica e complexa em oito variações onde se misturam diferentes ambientes sonoros que descrevem um sonho agitado. Por exemplo, o andamento central "Dreaming" deixa perceber um apaziguamento feito de harmónicas com um cunho mágico. Outras obras emblemáticas incluem as inventivas e exuberantes "Five Bagatelles" (1971) de Walton e "Hill Runes" (1981) de Maxwell-Davies. Bream continua a suscitar o interesse de compositores contemporâneos como o japonês Toru Takemitsu. Na década de 70 grava peças celébres como "Cinco Prelúdios" de Villa-Lobos.
Lenny Breau
N. 5 de Agosto de 1941, em Auburn, Main, EUA; M. em 1984
Grande guitarrista de jazz, Lenny Breau criou um estilo que associa o jazz e a musica clássica, incorporando as suas próprias técnicas oriundas da música country.
Nascido no seio de uma família canadiana de cantores de música country, Lenny Breau foi desde logo influenciado pela técnica do guitarrista Chet Atkins e descobre a guitarra e o piano jazz. Desenvolve uma técnica fingerstyle para a mão direita, com uma unha postiça em cada dedo, tanto no instrumento acústico como eléctrico, e diversifica o seu estilo com uma guitarra de sete cordas.
Influenciado pelo pianista Bill Evans, tenta reproduzir as técnicas do piano na guitarra produzindo assim uma paleta harmónica particularmente colorida. Breau toca com energia e paixão, criando fraseados extraordinários, alternando solos fustigantes com linhas de baixo estrondosas. No album Live at Bourbon St (1983), onde figuram standards célebres como 'All Blues" e "On Green Dolphin St", revela uma mestria exuberante. Tem muita dificuldade em se fazer reconhecer pelos seus pares e morre precocemente, deixando para a posteridade gravações memoráveis.
Charlie Christian
N. 19 de Julho de 1916, em Dallas, Texas, EUA; M. em 1942
Figura-chave na origem da guitarra eléctrica enquanto instrumento autónomo, Charlie Christian desenvolveu solos inventivos que inspiraram muitos guitarristas jazz.
Influenciado pelo blues e pelo swing, desde muito cedo Charlie Christian inspira-se na abordagem linear sofisticada dos saxofonistas Coleman Hawkins e Lester Young adaptando-a com brio a sua guitarra amplificada. Esta técnica vai permitir um aumento do volume do som permitindo-lhe rivalizar com os metais da orquestra. Em 1939 junta-se a orquestra de Benny Goodman e produz riffs e solos que rapidamente se tornam famosos. "Flying Home", de linhas e rítmicas subtis, "Seven Come Eleven", com riffs irresistíveis, e "Stardust", com uma melodia imaginativa, são alguns dos seus grandes sucessos. No célebre "Solo Flight" (1941), Christian, cheio de graciosidades e segurança, oferece um solo excepcional de longas linhas suaves e fraseados rebuscados. À medida que o solo se desenvolve, vai tomando balanço e responde à orquestra de Goodman com um ataque incisivo. Morre prematuramente de tuberculose aos 25 anos de idade.
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