domingo, 15 de novembro de 2015

Grandes Guitarristas IX

Autodidacta, Allan Holdsworth cresceu a ouvir rock e jazz, e foi inspirado pelo saxofonista John Coltrane. Nos anos 70, dá-se a conhecer na cena jazz britânica com os grupos de jazz-rock Tempest e Soft Machine.

Grande adepto do legato, Holdsworth toca as notas da mão esquerda muitas vezes com quatro dedos, e a mão direita de forma minimal, conferindo-lhe uma sonoridade muito fluida. Os seus solos são grandes voos líricos, cheios de criações melódicas às quais acrescenta muitos efeitos através da saturação do amplificador ou da utilização do vibrato para modular as notas.

A duo com o pianista de jazz Gordon Beck, no album The Things You See (1980), retoma em uníssono o tema de piano com uma guitarra acústica e cria solos exuberantes.

No seu álbum a solo Road Games (1984), o incrível solo "Three Sheets To The Wind" inclui passagens líricas, fraseados complexos e variações harmónicas invulgares que culminam num coro apoteótico.

Nos anos 80, adopta o SynthAxe, uma espécie de guitarra-sintetizador, para ampliar a sua paleta de sons. No álbum Atavachron (1986), a composição "Non-Brewed Condiment" abre com uma grelha complexa, seguida de um solo muito expressivo e improvisações explosivas. Actualmente, continua criar solos e harmonias originais, com ajuda da sua tecnica muito particular.
Cego, Blind Lemon Jefferson absorve profundamente a herança musical da sua região e as influências do ragtime, do blues e do gospel. Músico itinerante, percorre o país e toca nas ruas de Dallas, no Texas, bem como em clubes e salas de dança. As suas palavras simples, declamadas com voz poderosa, acompanham uma maneira de tocar guitarra complexa e imaginativa. A partir de 1925, começa a gravar e rapidamente conhece o êxito.

É um dos primeiros cantores e guitarristas a superar os preconceitos raciais e a penetrar na corrente popular. lncrivelmente polivalente, toca um ragtime percussivo em "Hot Dog" e um slide em 'Jack O' Diamond Blues". Demonstra que a guitarra é um poderoso instrumento musical superando a voz ou acompanhando-a com melodias sofisticadas.

Robert Johnson cresceu sob a influência de grandes nomes do blues como Charley Patton, Son House ou Lonnie Johnson. Aumenta o seu repertório criando novas canções baseadas em variações de peças tradicionais.

Os incríveis fraseados da guitarra acompanham letras cheias de paixão e emoção. Em "Cross Road Blues" ouve-se em open tuning os ataques ácidos e nervosos. Com o slide, consegue conferir um ambiente inquietante em "Hellhound On My Tail", enquanto em "Come On In My Kitchen" emite um som claro e brilhante. O seu estilo, de ritmo insistente e com fills ligando as modulações da sua voz, pode ser ouvido em "I Believe I'll Dust My Broom", bem como em "Sweet Home Chicago" e "Terraplane Blues", de uma sofisticação provocadora.


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