Para podermos escolher o tempo de exposição e a abertura com que vamos tirar uma fotografia temos que poder medir a luz existente. É para isso que todas as máquinas que hoje se vendem estão equipadas com um fotómetro mais ou menos sofisticado, com base no qual sugerem (ou escolhem, em modo automático) uma determinada exposição.
Só se pode utilizar adequadamente um fotómetro se se perceber o que ele faz. E o que qualquer fotómetro faz é simplesmente indicar a exposição correcta no caso de estarmos a fotografar um cartão cinzento que reflecte 18% da luz que nele incide, o tom médio perfeito. Comprovar isto é muito simples, basta seleccionar o modo de exposição automática, colocar frente à máquina, cobrindo todo o enquadramento, uma folha cinzenta e fotografar. Em seguida fotografa-se uma folha branca e depois uma folha preta. Depois de revelado o filme, pode-se constatar que a máquina fez com que as três folhas parecessem iguais: expondo correctamente a cinzenta, subexpondo a branca e sobrexpondo a preta.
Como nem tudo o que podemos querer fotografar é cinzento, nem reflecte 18% da luz, precisamos de saber interpretar a informação que nos é fornecida para tomar decisões correctas de exposição. Os fotómetros medem a luz que é reflectida pelos objectos que estão dentro do enquadramento, dando frequentemente uma ponderação de 60% ou 75% da leitura ao círculo central do visor. Como uma superfície branca reflecte mais luz do que uma área escura, temos que tomar isso em consideração quando tomarmos decisões baseadas na leitura da luz reflectida. Por exemplo, se fotografarmos uma paisagem coberta de neve branca não podemos utilizar simplesmente a exposição sugerida, porque obteríamos uma neve cinzenta na fotografia. Temos que compensar essa leitura aumentando um ponto a abertura ou o tempo de exposição. Da mesma forma, se quisermos que uma fotografia tirada depois do pôr do Sol capte a atmosfera escura que se vê temos diminuir em cerca de um ponto a exposição sugerida.
Uma forma simples de obter uma exposição correcta é fazer a leitura de exposição apontando para algo que se queira que fique registado como tom médio e que esteja a receber a mesma luz do que o assunto que vamos fotografar. Por exemplo, para fotografar uma paisagem com iluminação uniforme podemos fazer a leitura de exposição apontando para as erva verde do chão, um exemplo clássico de tom médio, após o que podemos enquadrar e fotografar. Como a palma da nossa mão é cerca de um ponto mais clara do que o cinzento de 18%, quando não houver um tom médio que se possa utilizar podemos colocar a nossa mão à frente da objectiva (desde que receba a mesma luz do que o assunto a fotografar) bastando depois aumentar em um ponto a exposição sugerida, aumentando a abertura ou o tempo de exposição.
Há uma situação em que se pode dispensar o fotómetro. Quando fotografamos algo que esteja a receber a luz directa do Sol num dia sem nuvens, um tempo de exposição igual ao inverso da sensibilidade da película para uma abertura de f/16 resulta numa exposição que capta as tonalidades tal como se vêem. Por exemplo, utilizando um filme com uma sensibilidade de 100 ISO podemos utilizar uma exposição de 1/125 (o ponto mais próximo de 1/100 na escala de tempos de exposição) para uma abertura de f/16 ou qualquer exposição equivalente: 1/250 para f/11, 1/500 para f/8 ou 1/60 para f/22.
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