domingo, 24 de julho de 2011

Anthus trivialis, Petinha-das-árvores

Taxonomia
Aves; Passeriformes; Motacilliidae.

Tipo de ocorrência
Estival nidificante.
 
Classificação
QUASE AMEAÇADO  -  NT*  (D1+2)
Fundamentação: Espécie com população reduzida (inferior a 1.000 indivíduos maturos) e com uma distribuição circunscrita ao norte do país, admitindo-se que apresente uma área de ocupação reduzida e um número de localizações muito restrito. Na adaptação à escala regional desceu uma categoria, por se admitir que a população regional poderá ser alvo de imigração significativa e que previsivelmente esta não diminuirá.
 
Distribuição
Como nidificante apresenta distribuição paleártica, ocorrendo na Europa e Ásia ocidental; inverna na África subsariana e na Índia (Cramp 1988). Nidifica na maior parte da Europa, estando no entanto ausente da Irlanda, Centro e Sul da Península Ibérica e parte da orla do Mediterrâneo.
 
Em Portugal apresenta uma distribuição restrita ao Norte do país, com sinais de expansão nos últimos 10 anos (M Pimenta & L Santarém, com. pess.). Actualmente ocorre nas serras da Peneda-Gerês, Larouco, Cabreira, Barroso, Padrela e na zona do Corno do Bico (M Pimenta & L Santarém, com. pess.), Nogueira (Patacho 1998) e Montesinho (Reino  1994).
 
População
No decorrer dos trabalhos do Novo Atlas foi detectado em 48 quadrículas (ICN dados não publicados). No Parque Nacional da Peneda-Gerês a sua presença foi detectada em 12 quadrículas 2x2km (Pimenta & Santarém 1996). Na Serra da Nogueira, foi detectado em 9 quadrículas de 2,5 x 2,5 km e surge em densidades máximas de 0,10 casais/ha em carvalhal Quercus pyrenaica arbustivo e entre 0,11 e 0,4 casais/ha em carvalhal Quercus pyrenaica  adulto  com  pinheiros-silvestres  Pinus  sylvestris  dispersos  (Patacho  1998). Assumindo uma variação da densidade populacional de 5 a 20 casais por quadrícula, a população nacional foi estimada entre 250 e 1.000 indivíduos maturos. Não há evidências de declínio continuado da sua população.
 
Em  termos  de  estatuto  de  ameaça  a  nível  da  Europa,  a  espécie  é  considerada  Não Ameaçada, (BirdLife International 2004).
 
Atendendo a que em Espanha está classificada como Pouco Preocupante (LC) (Madroño et al. 2004) e a que não estão referidos declínios nesse país (Purroy 2003), admitiu-se um risco de extinção em Portugal mais reduzido, tendo-se descido uma categoria na adaptação à escala regional.
 
Habitat
No Gerês, frequenta orlas de bosques abertos de carvalho-negral Quercus pyrenaica e matas  de  pinheiro-silvestre  Pinus  sylvestris,  nas  imediações  de  matos  e  pastagens, acima  dos  800  metros  de  altitude  (Pimenta  &  Santarém  1996)  e  ocorre  também  em bolsas de pinhal percorrido por incêndios com presença de clareiras com pastagens; na Nogueira,  foi  detectada  em  orlas  de  bosques  mistos  de  resinosas  com  clareiras  ou campo de cereal, carvalho-negral por vezes associado com pinheiros-silvestres e ainda em  carvalhais  arbustivos,  entre  os  1.000  e  1.200  m  de  altitude  (Patacho  1998);  em Montesinho, aparece associada a culturas de coníferas e a carvalhais de carvalho-negral (Reino  1994).

Factores de Ameaça
Não se conhecem problemas de conservação específicos, para além dos associados a perda e degradação do seu habitat, como resultado, por exemplo, dos incêndios.
 
Medidas de Conservação
Parte significativa da sua área de distribuição está incluída em Áreas Protegidas e em Rede Natura 2000.
 
A conservação do habitat desta espécie deve ser assegurada nos Planos de Ordenamento das Áreas Protegidas em que ocorre.
 
Notas
A espécie ocorre também no Continente como migrador de passagem.

in Livro Vermelho dos Vertebrados

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