Depois de lançar os processadores 6x86 MII, que acabaram sendo um grande fracasso de vendas, a Cyrix começou a trabalhar num novo projecto de processador, que pudesse ser capaz de competir com os processadores Intel e AMD.
Este foi provavelmente o projecto de processador mais conturbado da história. No começo, o projecto chamava-se Jedi, até que a Lucas Film advertiu a Cyrix sobre o facto do nome ser uma marca registada. Resolveram então mudar o nome do chip para Gobi, que logo depois foi novamente mudado para Cayenne. A indecisão durou até que a Via comprou a Cyrix, foi quando o projecto ganhou seu nome definitivo, Joshua. Apesar da história conturbada, o Joshua não passou de um mero coadjuvante, pois nem chegou a ser lançado.
O Joshua tinha 64 KB de cache L1 e 256 KB de cache L2, ambos operando na mesma frequência do processador. O problema era que esta combinação resultou num processador caro de se produzir, que não podia concorrer com o Celeron e Duron, que além de serem mais rápidos, seriam mais baratos. O Samuel 1 foi a primeira tentativa da Cyrix de produzir um processador mais barato, vinha com 128 KB de cache L1, mas zero de cache L2, era mais barato mas era ainda mais lento que o Joshua.... mais um que voltou para a prancheta.
O próximo da lista, chamado Samuel 2 - Este chegou a ser lançado com o nome de “Cyrix III”, apesar de novamente ter feito pouco sucesso. Ele tinha 128 KB de cache L1 e 64 KB de cache L2, custava mais que um Duron (apesar de um pouco mais barato que um Celeron) e existiu em versão única de 700 MHz. Mantendo a tradição da confusão de nomes, este projecto também foi chamado de Jalapeno e Mojave durante os estágios iniciais.
Depois de toda a confusão, a Cyrix finalmente chegou ao seu projecto definitivo, que foi lançado sob o nome de Via C3.
Via C3 |
O C3 é um processador de baixo custo, compatível com as placas mãe para Pentium III e Celeron. Um C3 de 700 MHz custava durante a época de lançamento apenas 35 dólares nos EUA.
O desempenho do C3 não é muito glorioso, pois ele apresenta um desempenho levemente inferior a um Celeron da mesma frequência em aplicações de escritório, mas perde por uma grande diferença em aplicações que exijam desempenho de ponto flutuante. É um processador mais adequado a PC's básicos, que serão usados para Office e Internet do que para jogos e multimédia ou mesmo para assistir filmes em Divx.
O C3 é um ilustre desconhecido nos EUA, já que os Americanos não se preocupam muito em pagar alguns dólares a mais por um processador mais conhecido, mas em compensação vem fazendo sucesso em países da Ásia, como Taiwan e China.
O C3 foi vendido tanto em PC's novos, abaixo da casa dos 500 dólares, quanto como uma alternativa barata de upgrade para quem tinha processadores Pentium II ou Celeron antigos.
A chave é que graças à simplicidade do projecto e à técnica de 0.13 mícron, o C3 era um processador muito barato de se produzir, o que dava condições à Via de manter os preços baixos com o passar do tempo. A PC-Chips por exemplo lançou a M787, uma placa que vem com som, vídeo, rede, modem e um processador C3 onboard por menos de 100 dólares.
Se a dupla PC-Chips e C3 era uma boa alternativa quando desembarcaram por aqui, depende do que você esperava do seu próximo PC. É como se voltassem a vender o Lada, aquele carro made in Rússia, como todos os problemas mas por R$ 5.000 :-) Mas, isso é só uma amostra de como os PCs podem ficar baratos daqui para a frente, graças à evolução da tecnologia.
in Manual de Hardware Completo
de Carlos E Marimoto
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