Taxonomia
Actinopterygii, Cypriniformes, Cyprinidae.
Actinopterygii, Cypriniformes, Cyprinidae.
Tipo de ocorrência
Residente. Endémica da Península Ibérica.
Residente. Endémica da Península Ibérica.
Classificação
VULNERÁVEL – VU (A2bce+3bce+4bce)
Fundamentação: Admite-se que a redução da espécie nos últimos 15 anos tenha quase atingido 50% do número de indivíduos maduros e prevê-se que possa continuar a verificar-se nos próximos 15 anos ou em qualquer período com a mesma amplitude que abarque o passado e o futuro. As causas da redução embora geralmente compreendidas, não são reversíveis, nem cessaram. A avaliação da redução é baseada em dados de abundância, no declínio da qualidade do habitat e também na expansão de espécies não indígenas.
VULNERÁVEL – VU (A2bce+3bce+4bce)
Fundamentação: Admite-se que a redução da espécie nos últimos 15 anos tenha quase atingido 50% do número de indivíduos maduros e prevê-se que possa continuar a verificar-se nos próximos 15 anos ou em qualquer período com a mesma amplitude que abarque o passado e o futuro. As causas da redução embora geralmente compreendidas, não são reversíveis, nem cessaram. A avaliação da redução é baseada em dados de abundância, no declínio da qualidade do habitat e também na expansão de espécies não indígenas.
Distribuição
Em Espanha existe nas bacias hidrográficas do Guadiana, Odiel, Guadalquivir e rios do Sul de Espanha até à bacia hidrográfica do rio Veléz em Málaga (Doadrio 2001a).
Em Portugal encontra-se apenas na bacia hidrográfica do Guadiana, tanto no rio principal como na maioria das sub-bacias mais importantes (Collares-Pereira et al. 2000a, Tiago et al. 2001, Collares-Pereira et al 2002a).
População
Calcula-se que o número de indivíduos maduros seja superior a 10.000. As populações das sub-bacias mais a norte da bacia hidrográfica do Guadiana em Portugal têm um maior efectivo populacional do que as do sul (Tiago 1998). Dados recolhidos na bacia hidrográfica do Guadiana (Collares-Pereira et al. 2000a, Tiago et al. 2001, Collares-Pereira et al. 2002a) registaram uma flutuação de magnitude de quatro vezes no efectivo populacional desta espécie, pelo que, devido às características desta bacia, há alguma possibilidade de ocorrerem flutuações acentuadas (de magnitude superior a dez vezes) no número de indivíduos maduros entre anos hidrológicos extremos. Os mesmos dados sugerem ainda a existência de declínio continuado do número de indivíduos maduros.
Habitat
Ocorre preferencialmente nos cursos de água permanentes ou intermitentes, no rio Guadiana e nos troços mais a jusante dos seus maiores afluentes, em zonas pouco poluídas, profundas e com alguma velocidade de corrente, refugiando-se durante a época seca em locais com vegetação ripícola de estrato arbóreo bem desenvolvido (Elvira 1995, Tiago 1998, Pires et al. 1999, Collares-Pereira et al. 2000a, Filipe et al. 2002, 2004). Também ocorre em albufeiras (Ferreira & Godinho 2002). Efectua migrações pré-reprodutoras para montante, durante as quais os indivíduos exibem um comportamento gregário (Coelho 1987, Rodriguez-Ruiz & Granado-Lorencio 1992, Doadrio 2001a). Para efectuar a postura necessita de áreas com corrente, substrato de cascalho e reduzida profundidade (Costa et al. 1988).
Factores de Ameaça
Os principais factores de ameaça são a degradação do habitat, provocada sobretudo pela construção de barragens, alteração do regime natural de caudais, captação de água, extracção de inertes, degradação da qualidade da água e também a introdução de espécies não-indígenas (Collares-Pereira et al. 2000a,b) a qual poderá ter efeitos a nível da competição, predação ou como via de disseminação de agentes patogénicos. É de realçar a redução e degradação generalizada do habitat na bacia hidrográfica do Guadiana, resultante da construção de diversas barragens (Odeleite, Enxoé, entre outras) e actualmente pela implementação do reendimento de Fins Múltiplos do Alqueva.
Os principais factores de ameaça são a degradação do habitat, provocada sobretudo pela construção de barragens, alteração do regime natural de caudais, captação de água, extracção de inertes, degradação da qualidade da água e também a introdução de espécies não-indígenas (Collares-Pereira et al. 2000a,b) a qual poderá ter efeitos a nível da competição, predação ou como via de disseminação de agentes patogénicos. É de realçar a redução e degradação generalizada do habitat na bacia hidrográfica do Guadiana, resultante da construção de diversas barragens (Odeleite, Enxoé, entre outras) e actualmente pela implementação do reendimento de Fins Múltiplos do Alqueva.
Medidas de Conservação
Esta espécie está abrangida pela legislação nacional e internacional de conservação. Vários locais da bacia hidrográfica do Guadiana foram designados para a lista nacional de sítios ao abrigo da Directiva Habitats devido à sua presença, entre outros valores, mas carecem ainda de medidas de ordenamento e gestão dirigidas à espécie. A boga do Guadiana foi abrangida nos estudos sobre a comunidade piscícola da bacia hidrográfica do Guadiana efectuados no projecto LIFE-natureza dirigido para o saramugo Anaecypris hispanica (Collares-Pereira et al. 2000a) e sobre as medidas de Minimização e Monitorização para o Património Natural da Barragem do Alqueva (Tiago et al. 2001, Collares-Pereira et al. 2002a). Algumas acções de manutenção e conservação do habitat (nomeadamente na melhoria da qualidade da água e algum controlo das extracções de inertes) têm sido efectuadas mas necessitam ser reforçadas.
Esta espécie está abrangida pela legislação nacional e internacional de conservação. Vários locais da bacia hidrográfica do Guadiana foram designados para a lista nacional de sítios ao abrigo da Directiva Habitats devido à sua presença, entre outros valores, mas carecem ainda de medidas de ordenamento e gestão dirigidas à espécie. A boga do Guadiana foi abrangida nos estudos sobre a comunidade piscícola da bacia hidrográfica do Guadiana efectuados no projecto LIFE-natureza dirigido para o saramugo Anaecypris hispanica (Collares-Pereira et al. 2000a) e sobre as medidas de Minimização e Monitorização para o Património Natural da Barragem do Alqueva (Tiago et al. 2001, Collares-Pereira et al. 2002a). Algumas acções de manutenção e conservação do habitat (nomeadamente na melhoria da qualidade da água e algum controlo das extracções de inertes) têm sido efectuadas mas necessitam ser reforçadas.
É necessária a recuperação das zonas mais degradadas e o controlo das espécies não-indígenas, medidas previstas no Plano de Bacia Hidrográfica do Guadiana (INAG 1998), no Plano de Gestão do Saramugo (Collares-Pereira et al. 2000b) e no estudo de Minimização e Monitorização para o Património Natural da Barragem do Alqueva (Tiago et al. 2001, Collares-Pereira et al. 2002a). As medidas preconizadas na Directiva-Quadro da Água deverão atingir a melhoria permanente da qualidade dos habitats aquáticos. Devem ser minimizados os impactos de infra-estruturas hidráulicas implantadas ou a implantar, através do restabelecimento da conectividade entre as populações e da manutenção dos caudais mínimos, especialmente durante a época seca. Em particular, devem ser evitadas ou controladas as captações de água durante esta época, nomeadamente nos pegos. Outras medidas necessárias são o controlo da extracção de inertes, a gestão sustentada da pesca e a melhoria da sua fiscalização e ainda a sensibilização do público para a conservação dos ecossistemas aquáticos. É necessário aumentar os conhecimentos sobre a biologia e ecologia desta espécie, monitorizar os seus efectivos populacionais (em particular nos rios principais) e a eficiência das medidas de conservação a implementar.
Outra bibliografia consultada
Coelho (1983, 1985); Elvira (1987, 1991); Herrera & Fernández-Delgado (1994); Elvira (1997).
in Livro Vermelho dos Vertebrados
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