Taxonomia
Actinopterygii, Cypriniformes, Cobitidae.
Actinopterygii, Cypriniformes, Cobitidae.
Tipo de ocorrência
Residente. Endémica da Península Ibérica.
Classificação
EM PERIGO - EN (B1ab(ii,iii,iv)+2ab(ii,iii,iv))
Fundamentação: Espécie com extensão de ocorrência e área de ocupação muito reduzidas, menores que 150 km2. Verifica-se uma elevada fragmentação da sua distribuição, que está restrita a algumas sub-bacias da bacia hidrográfica do Douro. Admite-se que poderá ocorrer um declínio da área de ocupação e da área, extensão e qualidade do habitat, assim como do número de localizações.
EM PERIGO - EN (B1ab(ii,iii,iv)+2ab(ii,iii,iv))
Fundamentação: Espécie com extensão de ocorrência e área de ocupação muito reduzidas, menores que 150 km2. Verifica-se uma elevada fragmentação da sua distribuição, que está restrita a algumas sub-bacias da bacia hidrográfica do Douro. Admite-se que poderá ocorrer um declínio da área de ocupação e da área, extensão e qualidade do habitat, assim como do número de localizações.
Distribuição
Distribui-se pela zona setentrional da Península Ibérica (Madeira et al. 1992). Em Espanha ocorre nas bacias hidrográficas do Ebro, Douro e em alguns locais da bacia hidrográfica do Tejo (Doadrio 2001a).
Distribui-se pela zona setentrional da Península Ibérica (Madeira et al. 1992). Em Espanha ocorre nas bacias hidrográficas do Ebro, Douro e em alguns locais da bacia hidrográfica do Tejo (Doadrio 2001a).
Em Portugal está presente apenas na bacia hidrográfica do Douro com uma distribuição fragmentada, nas sub-bacias do Corgo, Tua (nomeadamente nos rios Tuela, Rabaçal e seus afluentes, onde ocorre com frequência), Távora e Sabor (Vasilieva et al. 1992, Madeira 1994, 2002). Existem também registos para as sub-bacias do Torto, Côa e Aguiar (INAG 1999b) que necessitam confirmação.
Não há registos no troço principal do rio Douro.
População
Calcula-se que o número de indivíduos maduros seja superior a 10.000. A redução da população nos últimos 12 a 13 anos poderá ter sido inferior a 30% e poderá continuar a verificar-se nos próximos 10 a 13 anos, ou em qualquer período da mesma amplitude que abarque o passado e o futuro. As causas da redução embora geralmente compreendidas, não são reversíveis, nem cessaram. A avaliação da redução é baseada no declínio da qualidade do habitat e também na expansão de espécies não-indígenas. Dada a sua actual distribuição fragmentada, presume-se que tenha ocorrido nas últimas décadas um declínio continuado na área de ocupação e na área, extensão e qualidade do habitat ocupado pela espécie devido a vários factores de ameaça. Consequentemente, poderá ter ocorrido igualmente um declínio no número de sub-bacias ocupadas. Tal possibilidade é reforçada pelo conhecimento das populações em Espanha onde, na década de noventa, a espécie desapareceu em mais de 20% da área anteriormente ocupada, levando à fragmentação da sua distribuição (Doadrio 2001a).
Calcula-se que o número de indivíduos maduros seja superior a 10.000. A redução da população nos últimos 12 a 13 anos poderá ter sido inferior a 30% e poderá continuar a verificar-se nos próximos 10 a 13 anos, ou em qualquer período da mesma amplitude que abarque o passado e o futuro. As causas da redução embora geralmente compreendidas, não são reversíveis, nem cessaram. A avaliação da redução é baseada no declínio da qualidade do habitat e também na expansão de espécies não-indígenas. Dada a sua actual distribuição fragmentada, presume-se que tenha ocorrido nas últimas décadas um declínio continuado na área de ocupação e na área, extensão e qualidade do habitat ocupado pela espécie devido a vários factores de ameaça. Consequentemente, poderá ter ocorrido igualmente um declínio no número de sub-bacias ocupadas. Tal possibilidade é reforçada pelo conhecimento das populações em Espanha onde, na década de noventa, a espécie desapareceu em mais de 20% da área anteriormente ocupada, levando à fragmentação da sua distribuição (Doadrio 2001a).
Habitat
Esta espécie bentónica habita cursos de água permanentes ou intermitentes, desde o habitat típico dos salmonídeos, onde é pouco abundante, até aos cursos de água ciprinícolas, onde ocorre com mais frequência e em maior abundância (J Madeira com. pess.), havendo registos da sua ocorrência em albufeiras (Ferreira & Godinho 2002) que necessitam confirmação. Ocorre nos troços médios e superiores de rios e ribeiros, com elevada quantidade de oxigénio dissolvido, com substrato de areão e rocha (Perdices & Doadrio 1997, Doadrio 2001a).
Esta espécie bentónica habita cursos de água permanentes ou intermitentes, desde o habitat típico dos salmonídeos, onde é pouco abundante, até aos cursos de água ciprinícolas, onde ocorre com mais frequência e em maior abundância (J Madeira com. pess.), havendo registos da sua ocorrência em albufeiras (Ferreira & Godinho 2002) que necessitam confirmação. Ocorre nos troços médios e superiores de rios e ribeiros, com elevada quantidade de oxigénio dissolvido, com substrato de areão e rocha (Perdices & Doadrio 1997, Doadrio 2001a).
Factores de Ameaça
Os principais factores de ameaça são a degradação do habitat, provocada sobretudo pela construção de barragens na bacia hidrográfica do Douro (elevado número de grandes albufeiras e mini-hídricas), alteração do regime natural de caudais, extracção de inertes, degradação da qualidade da água, e também a introdução e expansão de espécies não-indígenas, a qual poderá ter efeitos a nível da competição, predação ou como via de disseminação de agentes patogénicos. O facto desta espécie apresentar em Portugal uma distribuição muito circunscrita a algumas sub-bacias aumenta a sua vulnerabilidade face aos factores de ameaça.
Os principais factores de ameaça são a degradação do habitat, provocada sobretudo pela construção de barragens na bacia hidrográfica do Douro (elevado número de grandes albufeiras e mini-hídricas), alteração do regime natural de caudais, extracção de inertes, degradação da qualidade da água, e também a introdução e expansão de espécies não-indígenas, a qual poderá ter efeitos a nível da competição, predação ou como via de disseminação de agentes patogénicos. O facto desta espécie apresentar em Portugal uma distribuição muito circunscrita a algumas sub-bacias aumenta a sua vulnerabilidade face aos factores de ameaça.
Medidas de Conservação
Esta espécie está abrangida pela legislação nacional e internacional de conservação.
Esta espécie está abrangida pela legislação nacional e internacional de conservação.
As medidas de conservação mais importantes são a conservação do seu habitat e o controlo das espécies não-indígenas nomeadamente na sub-bacia do Tua.
Assim, devem ser minimizados os impactos de infra-estruturas hidráulicas, promovendo a conectividade das populações e a diminuição da variação brusca dos caudais e melhorar a fiscalização e controlo da extracção de inertes. A implementação de planos de ordenamento, designadamente o Plano de Bacia Hidrográfica do Douro (INAG 1999b) deverá melhorar as condições para a espécie. É também necessário implementar a Directiva-Quadro da Água, que deverá atingir a melhoria permanente da qualidade dos habitats aquáticos e o Plano Estratégico de Saneamento e Tratamento de Águas Residuais. Outras medidas a apontar são a gestão sustentada da pesca, a melhoria da sua fiscalização e a sensibilização do público para a conservação dos ecossistemas aquáticos, nomeadamente sobre os efeitos nefastos das introduções de espécies não-indígenas. A realização de investigação para melhor conhecer a sua distribuição na bacia hidrográfica do Douro e a norte desta e ainda a sua biologia e ecologia, permitirá compreender melhor as causas da sua fragmentação e declínio. É imperativo monitorizar os efectivos populacionais e avaliar as medidas de conservação.
Notas
Existem registos pontuais da sua ocorrência a norte da bacia hidrográfica do Douro (INAG 1999d, 2000e) a necessitar confirmação, pois a identificação específica dos indivíduos é por vezes dificultada pela semelhança entre esta espécie e o verdemã-comum Cobitis paludica.
Existem registos pontuais da sua ocorrência a norte da bacia hidrográfica do Douro (INAG 1999d, 2000e) a necessitar confirmação, pois a identificação específica dos indivíduos é por vezes dificultada pela semelhança entre esta espécie e o verdemã-comum Cobitis paludica.
Outra bibliografia consultada
Bacescu (1961); Lobón-Cerviá (1982a); Perdices (1997).
Bacescu (1961); Lobón-Cerviá (1982a); Perdices (1997).
in Livro Vermelho dos Vertebrados
Sem comentários:
Enviar um comentário