terça-feira, 3 de setembro de 2013

Tringa ochropus, Maçarico-bique-bique

Taxonomia
Aves, Charadriiformes, Scolopacidae.

Tipo de ocorrência
Invernante.

Classificação
QUASE AMEAÇADO - NT* (D1)
Fundamentação: Espécie com população reduzida (menor que 1.000 indivíduos maturos).

No entanto, por ser um taxon visitante não reprodutor cujas condições não se estão a deteriorar nem fora nem no interior da região, o que leva a admitir um risco de extinção mais reduzido em Portugal, desceu uma categoria na adaptação à escala regional.

Distribuição
Nidifica desde a Escandinávia e Europa oriental até à Sibéria. Inverna no Oeste da Europa, Mediterrâneo, África tropical, Turquia, Médio Oriente, subcontinente Indiano, até ao Sul do Japão, China do Leste, Filipinas e Bornéu (del Hoyo et al. 1996).

Em Portugal Continental distribui-se por várias zonas húmidas interiores e costeiras, principalmente no Centro e Sul do território (Farinha & Costa 1999).

População
Esta espécie tem sido monitorizada nas zonas estuarinas desde a década de 1970. A análise destes censos até 2000 permitiu verificar que a abundância da população tem permanecido estável, oscilando entre 50 e 70 indivíduos (Sousa 2002b). No entanto, considera-se que estas estimativas estão muito subestimadas devido a vários factores, nomeadamente a dificuldade em observar esta espécie nos locais recenseados e em outros locais, e admite-se que a população poderá conter entre 250 e 1.000 indivíduos maturos.

Em termos de estatuto de ameaça a nível da Europa, a espécie é considerada Não Ameaçada (BirdLife International 2004). A população invernante na Europa Ocidental apresenta-se estável ou em aumento (Wetlands International 2002). Esta tendência, juntamente com o facto de se admitir que o habitat não esteja em declínio em Portugal, levou a assumir um risco de extinção da população invernante no nosso território mais reduzido, tendo descido uma categoria na adaptação à escala regional.

Habitat
Zonas húmidas interiores (pauis), margens de rios, pequenas lagoas e canais com vegetação ripária. É menos frequente em zonas entre-marés, mas mais frequente em sapais, salinas abandonadas e canais de sapal.

Factores de Ameaça
Perda ou degradação de habitat (por acção do Homem), nomeadamente abandono ou degradação de salinas, destruição de sapais, corte de vegetação ripária ao longo de zonas húmidas interiores.

Medidas de Conservação
A maior parte das áreas estuarinas utilizadas por esta população durante o inverno estão incluídas em áreas com estatuto legal (Reservas Naturais, Zonas de Protecção Especial, Sítio Ramsar). Várias outras zonas foram recentemente designadas como Zonas Importantes para as Aves (Costa et al. 2003). No entanto, é necessário assegurar a conservação do habitat e a minimização dos factores de ameaça referidos, nomeadamente a promoção da salinicultura. Importa obter estimativas fiáveis do efectivo populacional e melhor conhecimento da sua distribuição.

Notas
Em Portugal Continental a espécie ocorre também como migrador de passagem.

in Livro Vermelho dos Vertebrados

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