Taxonomia
Aves, Charadriiformes, Sternidae.
Aves, Charadriiformes, Sternidae.
Tipo de ocorrência
Estival nidificante.
Classificação
VULNERÁVEL - VU (D2)
Fundamentação: Espécie colonial que se admite apresentar área de ocupação muito restrita, de tal forma que está vulnerável aos efeitos das actividades humanas ou a acontecimentos estocásticos.
Distribuição
Espécie com distribuição muito alargada incluindo o Atlântico, o Índico e o Pacífico. A população europeia distribui-se pelos Açores, Ilhas Britânicas, Irlanda e França (Cramp 1985). As populações de áreas tropicais são mais numerosas do que as populações de zonas temperadas (Gochfeld 1983).
No Arquipélago dos Açores nidifica em todas as ilhas, em colónias numerosas mas de extensão reduzida, localizadas em pequenos ilhéus junto à costa.
População
As crónicas históricas de Gaspar Frutuoso, do século XVI, referem a existência de colónias de garajaus no Faial, Pico, Terceira, Graciosa e Santa Maria e mencionam a colheita de ovos (Instituto Cultural de Ponta Delgada 1998).
A espécie nidifica em todas as ilhas do Arquipélago dos Açores, sendo mais abundante nas Flores, Graciosa e Santa Maria. Censos completos de toda a zona costeira realizados em 1989 permitiram estimar uma população de 992 casais, o que representa cerca de 65% da população do Paleártico Ocidental (Monteiro et al. 1996b).
Em termos de estatuto de ameaça a nível da Europa, a espécie é considerada Rara e apresenta declínios populacionais pontuais no Reino Unido (BirdLife International 2004).
Habitat
Espécie que nidifica em falésias costeiras e em ilhéus, em praias de areia ou calhau, estabelecendo colónias conjuntas com garajau Sterna hirundo. Esta ave costeira permanece nas colónias ao longo do dia (Monteiro et al. 1996a).
Factores de Ameaça
Uma das principais ameaças é a destruição do habitat de nidificação. Esta destruição ocorre directamente através da ocupação da zona costeira e indirectamente com a introdução de plantas e animais não-indígenas. Outras ameaças estão relacionadas com a perturbação devido à presença humana perto das colónias na época de nidificação, com predadores naturais, como a gaivota-de-patas-amarelas Larus cachinnans atlantis e com a competição por presas alimentares com as pescarias locais.
Medidas de Conservação
A maior parte das colónias desta espécie ocorre em Zonas de Protecção Especial, tendo o regime de protecção destas Zonas sido reforçado através da elaboração de planos de gestão e da sinalização e vigilância das mesmas.
Ao abrigo de um projecto LIFE Conservação de comunidades e habitats de aves marinhas nos Açores, decorreu um programa experimental de recuperação do habitat natural através da erradicação de espécies não indígenas invasoras. O mesmo programa permitiu ainda investigar a biologia e a ecologia das aves marinhas dos Açores, definir as medidas prioritárias de conservação e assegurar a monitorização da distribuição e das tendências populacionais. Foram também realizadas acções de sensibilização ambiental sobre as aves marinhas que nidificam nos Açores, para as quais foram produzidos materiais promocionais e didácticos adequados.
As prioridades de conservação incluem a erradicação de mamíferos não indígenas e o restauro dos habitats naturais dos ilhéus, e também a monitorização contínua das populações do arquipélago. Na área da investigação, constituem prioridades a obtenção de dados de produtividade e a avaliação do impacto das diferentes ameaças.
Notas
A espécie ocorre também em Portugal Continental como migrador de passagem.
in Livro Vermelho dos Vertebrados
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