Apesar de ter um funcionamento um pouco parecido com o de um disco rígido, uma drive de disquetes é muito mais simples, muito mais primitivo até mesmo do que os jurássicos discos rígidos do início da década de 80.
A media magnética de uma disquete é composta de óxido de ferro, simplesmente ferrugem. É aplicada uma fina camada deste material sobre um disco feito de plástico mylar, o mesmo utilizado em fitas K-7, apenas um pouco mais espesso no caso dos disquetes.
Assim como nos discos rígidos, os disquetes são divididos em trilhas e sectores. A diferença é que, enquanto um disco rígido possui geralmente mais de 2,000 trilhas, uma disquete de 1.44 MB possui apenas 80 trilhas. O número de sectores também é menor, apenas 18 sectores por trilha num disquete de 1.44, muito longe dos 200 ou 300 sectores encontrados em cada trilha de um disco rígido. Como nas disquetes não é utilizado o recurso de Zoned Bit Recording, todas as trilhas possuem o mesmo número de sectores.
Falando em trilhas, uma curiosidade sobre os discos flexíveis, é que apenas uma pequena faixa do disco é usada para gravar dados. A densidade numa disquete de 1.44 é de 135 trilhas por polegada. Como temos apenas 80 trilhas, é aproveitada uma faixa de apenas 1.5 cm da disquete, que começa a partir da borda do disco.
A velocidade de rotação nas drives de disquete também é muitas vezes menor que a dos discos rígidos. Enquanto um disco rígido topo de linha chega a ultrapassar 10,000 rotações por minuto, uma drive de 1.44 trabalha com apenas 300 rotações por minuto, ou seja, apenas 5 rotações por segundo.
Um dos motivos de ser utilizada uma velocidade de rotação tão baixa, é a fragilidade da media magnética das disquetes, que fatalmente seria danificada durante a leitura e gravação de dados caso fossem utilizadas velocidades mais altas.
Enquanto nos discos rígidos utilizamos o actuador para controlar o movimento das cabeças de leitura, o que permite uma movimentação extremamente rápida, nas drives de disquetes é utilizado um antiquado motor de passo. Quando recebe uma carga elétrica, este motor dá um giro completo, giro que através de um sistema de engrenagens faz com que a cabeça de leitura percorra a distância correspondente a uma trilha. Apesar do motor de passo funcionar bem, ele é muito lento, fazendo com que a cabeça de leitura demore cerca de 1/6 de segundo movimentar-se de um canto ao outro da disquete. Somando 160 milessegundos de tempo de busca, com mais 100 milessegundos de tempo de acesso (usando o tempo médio de acesso, que corresponde à meia rotação) O tempo de acesso de uma drive de disquetes fica em torno de 260 milessegundos, mais de 25 vezes mais lento do que um disco rígido razoável.
Ao contrário dos demais componentes do computador, a drive de disquetes pouco evoluiu nas últimas duas décadas, limitando-se a ter a capacidade dos discos ampliada de 360 KB para 1.44 MB, e seu tamanho reduzido de 5.25 para 3.5 polegadas. Isso é muito pouco se considerarmos que a velocidade dos processadores, assim como a capacidade dos discos rígidos foram ampliadas em quase 10,000 vezes neste período.
Apesar dos pesares, ainda hoje utilizamos disquetes, não devido à sua “alta tecnologia”, mas simplesmente devido ao seu baixo custo, como meio de armazenamento e transporte de pequenos arquivos ou documentos.
in Manual de Hardware Completo
de Carlos E Marimoto
de Carlos E Marimoto
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