terça-feira, 7 de abril de 2015

Loxia curvirostra, Cruza-bico


Taxonomia
Aves, Passeriformes, Fringillidae.

Tipo de ocorrência
Nidificante, que se desconhece se é residente ou migradora, e invernante.

Classificação
População nidificante: VULNERÁVEL - VU* (D)
Fundamentação: População muito reduzida (inferior a 250 indivíduos maturos). No entanto, por se admitir que a população em Portugal poderá ser alvo de imigração significativa e não ser de esperar que a imigração das regiões vizinhas possa vir a diminuir, na adaptação à escala regional desceu uma categoria.

População invernante: INFORMAÇÃO INSUFICIENTE - DD
Fundamentação: Não existe informação adequada para avaliar o risco de extinção. Com efeito, não são conhecidos parâmetros básicos referentes a esta população, como tamanho e tendências.

DistribuiçãoEspécie de distribuição muito ampla. A área de nidificação abarca a Eurásia, o Noroeste de África e a metade superior da América do Norte. Na Europa a sua distribuição é irregular, ocorrendo na Europa do Norte e Central, bem como nas terras altas da Grã-Bretanha, Penínsulas Itálica, Balcânica e Ibérica (Snow & Perrins 1998).

Portugal encontra-se no limite sul de distribuição desta espécie. O cruza-bico é dado como nidificante nas Terras altas do Norte do país (Rufino 1989, Reino 1994, Patacho 1998, Pimenta & Santarém 1996).

A população invernante ocorre nas mesmas áreas da população nidificante, mas a sua distribuição e abundância são pouco conhecidas. Podem ocorrer flutuações muito acentuadas, devido a irrupções de indivíduos da Europa do Norte, em anos de colapso na abundância de pinhões (Marquiss & Rae 1994, Hagemeijer & Blair 1997). Tal implica que, em Portugal, a população poderá apresentar uma distribuição muito alargada em alguns anos e, em outros, possivelmente não nidificará (Rufino 1989). Desconhece-se qual a tendência da sua área de ocupação ou da sua extensão de ocorrência.

População
Existe uma pequena população nidificante nas  Terras  altas do Norte do país (Gerês, Montesinho e Nogueira) e Serra da Estrela (Rufino 1989, Reino 1994, Patacho 1998, Pimenta & Santarém 1996). As observações efectuadas nestas regiões e o número reduzido de quadrículas em que foi detectado nos atlas do Gerês, de Montesinho e da Nogueira, sugerem que a população nidificante não deverá ultrapassar os 250 indivíduos.

Esta população nidificante parece estável.
 
Não existem estimativas da população invernante e desconhece-se qual a sua tendência.

A espécie foi detectado em cerca de 10 quadrículas no atlas das aves do Parque Nacional da Peneda-Gerês (Pimenta & Santarém 1996). Durante a realização do atlas das aves nidificantes da Serra da Nogueira (Patacho 1998), foram detectados bandos de cerca de 20 indivíduos no início de Agosto, o que provavelmente corresponde a indivíduos em dispersão provenientes de outras áreas.

Em termos de estatuto de ameaça a nível da Europa, a espécie é considerada Não Ameaçada, embora ainda provisoriamente (BirdLife International 2004).

O cruza-bico em Espanha está classificada como Pouco Preocupante (LC) (Madroño et al. 2004) e não estão documentadas regressões populacionais para a espécie nesse país (Borrás & Senar 2003), o que leva a admitir um risco de extinção em Portugal mais reduzido, tendo-se descido uma categoria na adaptação regional.

Habitat
Esta espécie frequenta exclusivamente matas de resinosas, em particular pinheiro-silvestre Pinus sylvestris (Reino 1994, Pimenta & Santarém 1996).

Factores de Ameaça
Os incêndios florestais nos pinhais de pinheiro-silvestre constituem a principal ameaça para esta espécie (Pimenta & Santarém 1996).

Medidas de Conservação
Algumas das principais áreas de ocorrência da população nidificante e invernante estão incluídas em áreas já designadas como Zonas de Protecção Especial. O ordenamento florestal é uma medida fundamental para conservar as áreas de pinhal onde esta espécie ocorre.

in Livro Vermelho dos Vertebrados



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