Em 1887 encontramos B.-P. em África a tomar parte nas campanhas contra os Zulos, e mais tarde contra as ferozes tribos dos guerreiros Achantis e dos selvagens Matabeles. Os indígenas tinham-lhe tanto medo, que lhe deram o nome de «Impisa», o «Lobo que não dorme», por causa da sua audácia, da sua habilidade de explorador e da sua espantosa perícia em seguir pistas.
As promoções de Baden-Powell eram quase automáticas, tão regularmente se sucediam, até que, de repente, se tornou célebre.
Estava-se no ano de 1899 e B.-P. era já coronel. Era grande a efervescência na África do Sul. As relações entre os ingleses e o governo da república do Transval tinham chegado ao ponto de romper-se. Baden-Powell recebeu ordens para organizar dois batalhões de carabineiros montados e dirigir-se a Mafeking, cidade no coração do Sul de África. «Quem possuir Mafeking tem na mão as rédeas da África do Sul», era dito corrente entre os indígenas, que se viu ser verdadeiro.
O CERCO DE MAFEKING
Veio a guerra e, durante 217 dias – desde 13 de Outubro de 1899 – B.-P. defendeu Mafeking resistindo ao cerco contra forças inimigas muito superiores, até que, finalmente, lhe chegaram reforços no dia 18 de Maio de 1900.
A Grã-Bretanha estivera em suspenso durante estes longos meses. Quando finalmente chegou a notícia. «Mafeking foi socorrida», ficou louca de alegria. Se se procurar no dicionário a palavra Mafeking encontram-se duas palavras que nesse dia de júbilo se formaram do nome da cidade africana: «Maffick» e «Maffication» - que significam «celebração tumultuosa».
B.-P., elevado agora ao posto de major-general, achou-se convertido em herói aos olhos dos seus compatriotas.
NASCE O ESCUTISMO
Foi como herói de homens e de rapazes que em 1901 regressou de África do Sul à Inglaterra, para ser cumulado de honrarias e para descobrir, com grande espanto seu, que a sua popularidade pessoal se estendera ao seu livro Aids to Scouting, destinado ao exército. Estava a ser usado como livro de texto nas escolas masculinas.
B.-P. viu nisto um chamamento especial. Compreendeu que tinha agora excelente ocasião para ajudar os rapazes da sua pátria a converterem-se em jovens fortes. Se um livro sobre exploração destinado a homens havia atraído tanto os rapazes, quanto mais os atrairia um livro escrito para eles.
Pôs mãos à obra, aproveitando as suas experiências na Índia e em África, entre os Zulus e outras tribos. Reuniu uma biblioteca especial de livros, que leu, a respeito da educação dos rapazes através dos tempos – desde os espartanos, antigos bretões, peles vermelhas, até aos nossos dias.
Lenta e cuidadosamente B.-P. foi desenvolvendo a ideia do Escutismo. Para ter a certeza de que daria resultado, no Verão de 1907 levou consigo um grupo de vinte rapazes para a Ilha de Brownsea, no Canal Inglês, para realizar o primeiro acampamento escutista de todos os tempos. Este acampamento foi um grande êxito.
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