terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Rhinolophus euryale, Morcego-de-ferradura-mediterrânico

Taxonomia
Mammalia, Chiroptera, Rhinolophidae.
 
Tipo de ocorrência
Residente.
 
Classificação
CRITICAMENTE EM PERIGO - –CR (B2ab(ii,iii,iv,v))
Fundamentação: A espécie tem uma área de ocupação reduzida (inferior a 10 km2) e fragmentação elevada; admite-se um declínio continuado da área de ocupação, da qualidade do habitat, do número de subpopulações e do número de indivíduos maduros. A população é muito pequena (inferior a 2.500 indivíduos maduros).

Distribuição
Ocorre do Sul da Europa e do Noroeste africano ao Turquemenistão e ao Irão
(Ibáñez  999).

Em Portugal é mais raro no Sul que no Centro e no Norte, não tendo ainda sido encontrado no Algarve (Palmeirim et al. 1999).

População
A população nacional desta espécie deve situar-se abaixo de um milhar de indivíduos. Tanto durante a época de criação como na de hibernação, estão agrupados em menos de uma dezena de colónias, tendo as maiores poucas centenas de indivíduos.

De forma geral, as populações europeias desta espécie têm regredido substancialmente, tendo desaparecido de vastas regiões (Ibáñez 1999, Palmeirim et al. 1999). Em Portugal também parece estar a regredir (Rodrigues et al. 2003).

Habitat
No Sul do país, parece ocupar grutas e minas de dimensões relativamente grandes em todas as épocas do ano, embora no Norte tenham sido encontrados alguns grupos em edifícios (Palmeirim et al. 1999).

Os habitats de alimentação desta espécie não são bem conhecidos. Apesar de pouco  conclusivos, estudos realizados em Itália (Russo et al. 2002) e no País Basco (Aihartza et al. 2003) sugerem que esta espécie utiliza predominantemente áreas de floresta de folhosas autóctones e galerias ripícolas para se alimentar.

Factores de Ameaça

O reduzido efectivo da espécie, associado à baixa fertilidade característica dos morcegos, torna-a particularmente frágil. Também o carácter colonial desta espécie, que se concentra num número reduzido de locais, aumenta a sua vulnerabilidade.

As principais ameaças parecem ser a degradação do habitat por acção do Homem, quer através da destruição e perturbação de abrigos quer pela alteração de áreas de alimentação e uso de pesticidas.

Sendo uma espécie de voo baixo, encontra-se particularmente sujeita a mortalidade por atropelamento.

Medidas de Conservação
Recomenda-se  a  elaboração  e  implementação  de  um  Plano  de  Acção  para  a conservação desta espécie, que compreenda a protecção legal dos abrigos e o encerramento das suas entradas nas épocas críticas do ano, bem como a gestão do  habitat nas áreas envolventes aos seus principais abrigos, medidas para a racionalização do uso de pesticidas e a continuação do programa de monitorização das suas populações. Deverão também ser realizadas acções de sensibilização de modo a diminuir a perturbação resultante da presença humana em cavidades subterrâneas.

Sendo uma espécie pouco conhecida no nosso país, a definição de medidas de conservação requer a urgente realização de estudos para um melhor conhecimento da distribuição, do efectivo e das tendências populacionais e identificação das causas de declínio.

in Livro Vermelho dos Vertebrados

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