Se as suas pastas são organizadas sistematicamente, não é difícil localizar fotografias captadas numa certa data ou período. No entanto, é necessário ver todas as imagens para escolher aquelas que lhe interessam. Isso pode ser feito por qualquer programa que mostre as suas imagens em miniatura. A visualização de miniaturas tornou-se uma característica tão importante, que esta já foi integrada em sistemas operativos e quase todas as câmaras e programas de fotografia.
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O Windows XP tem um tipo de visualização de imagens que permite ver as miniaturas, ao mesmo tempo que uma ampliação da miniatura seleccionada. |
Todavia, as miniaturas não são o único recurso oferecido por programas concebidos especificamente para gerir grandes colecções de imagens. Estes programas de gestão de imagem permitem não só visualizar miniaturas e informações sobre as imagens, como também armazená-las permanentemente numa base de dados conhecida como biblioteca. O que é uma base de dados? Resumidamente, é apenas uma colecção de factos. Interagimos diariamente com bases de dados, sem sequer nos apercebermos. Por exemplo, quando usa o Google para fazer uma pesquisa sobre a expressão “câmaras digitais”, está a procurar as páginas da base de dados do Google, onde aparece essa mesma expressão. Outra base de dados familiar é o iTunes, onde são armazenadas músicas e informações a seu respeito. Numa base de dados, os
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O Windows Vista trouxe mais formas de visualização e gestão de imagens. |
dados (factos) são armazenados de uma forma muito estruturada, recorrendo ao uso de linhas e colunas, tais como as de uma tabela. Apesar de a base de dados em si nunca ser vista, ela tem uma linha ou registo para cada imagem da biblioteca. Cada registo contém um determinado número de colunas ou campos que contêm factos específicos sobre a imagem. Alguns dos campos mais comuns são a data, a câmara usada, o tamanho da imagem em píxeis e o nome do ficheiro. Todos os registos, de todas as imagens, contêm os mesmos campos, e é isto que torna a base de dados uma ferramenta tão poderosa. É possível seleccionar as imagens com base no conteúdo de um campo qualquer. Por exemplo, pode seleccioná-las pela data em que foram tiradas, pelo seu tamanho ou formato. Também pode realizar uma pesquisa na base de dados, especificando o campo e o facto a procurar. Por exemplo, podem-se pesquisar as fotografias tiradas ou modificadas numa determinada data. Serão então mostradas todas as imagens cujo registo contenha a mesma data, no mesmo campo. É possível também visualizar informações de uma base de dados, de maneiras diferentes. Podem ser exibidas apenas as miniaturas, ou as miniaturas juntamente com o nome e tamanho do ficheiro. Pode também incluir na visualização a informação Exif, para saber qual o tempo de obturação ou a distância focal da objectiva, usados para tirar as fotografias.
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O Lightroom cria um registo para cada uma das imagens da sua base de dados, chamada Library (bibioteca). Depois, é possível usar o programa para visualizar informações sobre as imagens, tais como miniaturas ou informações Exif. |
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Numa base de dados de imagens, existe um registo para cada ficheiro de imagem (linha vermelha), e um certo número de campos (coluna azul). |
Muitas aplicações de gestão de imagem também classificam e catalogam outro tipo de ficheiros tais como filmes, sons e outros. Por esta razão estes programas são designados, de uma forma mais abrangente, como gestores de bens (assets), que incluem qualquer ficheiro do seu sistema, desde um documento Quark, até uma imagem digital.
Os gestores de imagens, sustentados por bases de dados, são usados na gestão de colecções de imagens de qualquer extensão. A importância das suas características aumenta, na medida em que se acumulam fotografias no seu sistema. Aqui são referidas as características mais importantes:
Bibliotecas
A base de dados onde são guardadas as informações das imagens, é designada como biblioteca ou catálogo. Assim que uma imagem lhe é adicionada, podem lhe ser aplicadas todas as ferramentas de gestão e edição. Algumas aplicações mais antigas, forçavam-no a copiar o ficheiro original para a biblioteca, por isso, esta nunca podia ocupar mais espaço do que aquele que tinha disponível no disco, e, à medida que aumentava de tamanho, a aplicação tornava-se mais lenta.
As aplicações mais recentes permitem copiar ou mover fotografias para as suas bibliotecas, mas também permitem referenciar fotografias que estão em qualquer parte do seu sistema, ou armazenadas fora dele. Por exemplo, é possível adicionar o conteúdo de um CD/DVD a uma biblioteca e voltar a arquivá-lo.
Depois, pode ver as miniaturas ou até pré-visualizações maiores das imagens, apesar de estas não se encontrarem no sistema (off-line). Isto porque aquilo que está a ver são as miniaturas e pré-vizualizações que foram guardadas na base de dados quando adicionou as imagens à biblioteca.
Todas as miniaturas ou pré-vizualizações de uma biblioteca estão ligadas, ou apontam para a sua imagem correspondente. Se clicar numa miniatura ou prévizualização de uma imagem que esteja guardada no sistema, esta é aberta no seu tamanho real. Se clicar numa miniatura de uma imagem que esteja guardada num CD/DVD ou num disco externo, o programa indica o nome do disco no qual a imagem está guardada.
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No Lightroom, é possível assinalar uma imagem com uma determinada cor, e depois localizar todas as imagens que foram assinaladas com a mesma cor. |
Se a sua biblioteca crescer demasiado ou se tornar demasiado lenta, é possível criar outras bibliotecas – uma para trabalhos profissionais e outra para pessoais,
por exemplo. Todavia, não é possível trabalhar nas duas bibliotecas ao mesmo tempo, pelo que esta abordagem é algo limitada.
Localização
Os fotógrafos têm por hábito mover, renomear e apagar as suas fotografias. Se efectuar estas operações através do gestor de imagens, este vai registar correctamente essas alterações.
Pastas Vigiadas
É possível manter certas pastas sob vigia, para que, quando algum ficheiro lhe for adicionado sem o uso do gestor de imagens, este seja automaticamente acrescentado à biblioteca. Assim, os conteúdos da pasta e da biblioteca mantêm-se sincronizados.
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Menu de selecção de imagens do Adobe Lightroom. |
Selecção
É possível seleccionar as suas imagens de variadas formas, incluindo por datas, nomes ou extensões dos ficheiros. As selecções podem ser ordenadas de forma crescente ou decrescente.
Classificação
Muitas vezes, as fotografias que tiramos são uma desilusão, por isso, focamos a nossa atenção em apenas algumas imagens. Por esta razão, os programas permitem a realização de uma classificação das imagens. Pode atribuir uma classificação de 5 estrelas às melhores fotografias, 4 estrelas às
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No Lightroom é possível atribuir classificações de 1 a 5 estrelas a uma imagem. Quando essa imagem é seleccionada, a sua classificação é exibida. |
imagens de qualidade imediatamente inferior e por aí adiante. Existem outras formas de classificar imagens, tais como adicionar marcadores que indicam as imagens escolhidas e as rejeitadas, ou etiquetas de cor às quais são atribuídos significados. A partir do momento em que são classificadas é possível mostrar, seleccionar ou pesquisar as imagens, usando estes critérios.
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Marcadores de selecção e rejeição de imagens. |
Palavras-chave
É possível atribuir uma palavra-chave a uma ou mais imagens, para facilitar a sua localização. Estas palavras podem referir-se a um lugar, um tópico, uma pessoa, etc. Se usar as palavras-chave de uma forma consistente, conseguirá encontrar facilmente todas as fotografias de “Emily”, tiradas em “Santa Bárbara” ao longo dos anos.
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O cabeçalho (header) é uma área do ficheiro separada dos dados da imagem. |
Filtros
Quando tem um elevado número de imagens na sua biblioteca, é provável que queira trabalhar com um pequeno subconjunto. Para determinar quais as imagens que deseja trabalhar pode usar filtros. Por exemplo, pode dizer ao programa para mostrar apenas as imagens que foram tiradas esta semana, este mês, ou em qualquer outro dia. Também pode escolher apenas as que têm uma classificação de 5 estrelas, ou todas as fotografias que obtiveram uma classificação até 3 estrelas, por exemplo. Os filtros variam de programa para programa, mas todos têm a mesma função – filtrar as fotografias que não têm importância, para poder concentrar-se apenas naquelas que lhe interessam.
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Visualização da informação Exif de uma imagem seleccionada no Lightroom. |
Metadados
Quando fotografa uma determinada cena, a câmara guarda informações sobre a imagem juntamente com o ficheiro. Também é possível acrescentar mais informações usando aplicações de edição ou gestão de imagem. Quanto mais extensa for a informação sobre uma determinada imagem, mais fácil será encontrá-la mais tarde.
• A informação do tipo Exif (Exchangeable Image File Format) refere-se à informação sobre uma imagem JPEG e é guardada no mesmo ficheiro que a imagem em si. Esta informação inclui uma miniatura e apresenta os parâmetros usados pela câmara na captura da fotografia, e até a localização da imagem, se a câmara suportar um sistema GPS (Global Positioning System). As câmaras digitais guardam esta informação como metadados, numa área do ficheiro da imagem designada por cabeçalho (header). Esta informação não se destina apenas à gestão de imagens, pode também ser usada por algumas impressoras para obter melhores resultados. Basicamente, qualquer controlo automático da câmara pode ser manipulado pela impressora, ou outro dispositivo, para melhorar os resultados. Os ajustes manuais são considerados como uma escolha deliberada e não serão manipulados. Ao abrir um ficheiro e guardá-lo noutro formato podem perder-se metadados. No entanto, actualmente, a maioria das aplicações preserva esta informação, apesar dos fabricantes de câmaras por vezes armazenarem secretamente metadados, que se podem eventualmente perder.
• IPTC. É possível acrescentar várias informações a uma imagem, tais como palavras-chave, notas de direitos de autor ou legendas. No entanto, quando a imagem é enviada para outro computador a informação não é enviada juntamente com ela, visto que está armazenada na base de dados e não faz parte do ficheiro da imagem, como a informação Exif. (Como iremos verificar brevemente, a solução para este problema é um ficheiro xmp). Para resolver esta questão, o IPTC (International Press Telecommunications Council), definiu um formato que permite a troca deste tipo de informação. Os programas que reconhecem este formato, permitem-lhe adicionar, editar e visualizar esta informação, que fica incorporada no ficheiro, tal como a informação Exif.
Pré-visualizações
As miniaturas das imagens são geralmente demasiado pequenas quando se pretende ver as imagens em detalhe. Por outro lado, as imagens em tamanho real, demoram demasiado tempo a abrir. Por esta razão, os programas de gestão de imagem normalmente geram pré-visualizações do tamanho do ecrã das imagens que estão guardadas na base de dados. De facto, em algumas aplicações, são as pré-visualizações que são exibidas e editadas. A imagem original só é vista quando se aumenta a pré-visualização para um tamanho superior ao do ecrã. Como a pré- visualização da imagem é muito mais pequena do que a imagem original, trabalhar com ela acelera o tempo de resposta da aplicação.
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Metadados IPTC de uma imagem seleccionada no Lightroom |
Colecções
Uma das regras das bases de dados, é que uma dada imagem só deve ser armazenada uma vez. Quando é necessário que essa imagem apareça em mais do que um projecto não são criados duplicados. Em vez disso, é possível criar colecções, por vezes chamadas de álbuns ou projectos, de imagens com alguma relação entre elas. Uma determinada imagem pode aparecer em inúmeras colecções ao mesmo tempo, apesar de existir apenas uma cópia no sistema. (Se está familiarizado com o iPod, repare como as playlists funcionam exactamente da mesma maneira). Quando atribui uma imagem a uma colecção o programa copia apenas a miniatura e a informação respeitante a essa imagem, e acrescenta uma ligação à imagem original. Por exemplo, se tiver uma imagem que pretende ter num livro e num calendário, deverá criar uma colecção para cada um deles e adicionar a imagem a ambas as colecções.
Pilhas de Imagens
As pilhas de imagens são conjuntos de imagens relacionadas entre si, tais como imagens fotografadas em modo contínuo ou onde foi usado bracketing. Ao agrupar imagens em pilhas pode visualizar apenas a imagem que escolher como representativa das outras, ou expandi-la para ver e comparar todas as suas imagens.
A criação de pilhas de imagens ajudam a arrumar a desordem no seu ecrã, porque deixa de ser obrigado a percorrer todas as imagens da pilha, a menos que tencione fazê-lo. A aplicação usará informações (metadados), tais como o quão perto umas das outras as imagens foram tiradas, para criar pilhas automaticamente.
Mesa de Luz
Quando trabalha num projecto (slide show, página Web ou publicação), chega a um ponto em que deseja visualizar as imagens agrupadas mais ou menos da forma em que vão aparecer no trabalho final. Os fotógrafos de filme faziam-no, colocando os slides numa mesa de luz, para experimentar várias combinações de imagens que criassem efeitos visuais diferentes. Num programa de gestão de imagem, o ecrã proporciona o equivalente digital a uma mesa de luz. Uma “tela” em branco onde é possível, colocar, alinhar, redimensionar e agrupar imagens livremente.
Exportar
Tanto nas imagens RAW, como na edição não-destrutiva, o ficheiro original nunca sofre alterações. Estas são aplicadas no momento em que a imagem é exportada para outro formato, para outra pasta, ou para um ficheiro com nome diferente. Ao exportar a imagem é possível também redimensioná-la, atribuir um espaço de cor, especificar o formato e a compressão do ficheiro.
XMP
Os programas de fotografia mais recentes usam aquilo a que chamamos de edição não-destrutiva, para que o ficheiro original nunca seja modificado. Assim, as alterações feitas à imagem são guardadas na base de dados e de aplicadas apenas quando o ficheiro é aberto.
Sempre que uma imagem editada é enviada ou copiada para outro sistema, as alterações permanecem na base de dados. Para poder partilhá-las em conjunto com a imagem, os programas tais como o Aperture e o Lightroom usam a plataforma XMP (Adobe’s Extensible Metadados Platform), de forma a integrar os metadados da edição no próprio ficheiro da imagem, ou num ficheiro anexo, com o mesmo nome da imagem, mas com a extensão xmp. Os metadados podem incluir a lista de alterações feitas à imagem, bem como informações Exif e IPTC. Outras aplicações que suportem a plataforma XMP, são capazes de aceder e usar os metadados para mostrar as alterações em outros sistemas.
Arquivar
Quando a edição da imagem está terminada é necessário arquivar os metadados referentes a essa imagem em conjunto com o seu ficheiro. As imagens podem ser facilmente seleccionadas e gravadas num CD/DVD, ou num disco, permanecendo listadas na base de dados, onde é possível ver as miniaturas, pré-visualizações e metadados. Quando uma imagem que foi armazenada fora do sistema (off-line) é seleccionada, o programa incita-o a inserir o disco no qual foi gravada.
Se pretender ter cópias de segurança fora do seu sistema, para que um mesmo acidente não afecte todas as cópias da mesma imagem (incluindo a original), o armazenamento on-line pode ser a resposta. É possível copiar imagens para páginas Web, tais como a Carbonite e a Mozy.com. Cada uma delas instala um pequeno programa no sistema. Cada vez que alguma imagem é alterada ou adicionada, esta é assinalada, e a cópia de segurança é feita ao mesmo tempo de trabalha noutros projectos. O único problema com este tipo de arquivo é que pode ser muito lento, mesmo com uma ligação à Internet muito rápida. No entanto, após a realização cópias de segurança mais importantes, as cópias das alterações realizar-se-ão muito mais rapidamente.
Usar todas as funcionalidades – o fluxo de trabalho
Quando um fotógrafo termina uma sessão, o seu objectivo é processar as imagens o mais rapidamente possível. Aqui são descritos alguns dos passos do fluxo de trabalho que muitos fotógrafos seguem, num programa como o Lightroom.
1. Adicionar as fotografias à biblioteca.
2. Atribuir uma nota de direitos de autor a todas as imagens
3. Atribuir palavras-chave às imagens
4. Classificar as imagens com estrelas, cores ou marcadores de selecção ou rejeição.
5. Apagar as imagens rejeitadas e editar e exportar as imagens para uso imediato.
6. Partilhar ou publicar as imagens