Taxonomia
Aves, Pteroclidiformes, Pteroclididae.
Aves, Pteroclidiformes, Pteroclididae.
Tipo de ocorrência
Residente.
Classificação
CRITICAMENTE EM PERIGO - CR (B1ab(iii,iv)+2ab(iii,iv); D)
Fundamentação: Espécie com extensão de ocorrência e área de ocupação extremamente reduzidas (inferior a 100 km2 e 10 km2, respectivamente); população com fragmentação elevada e que apresenta declínio continuado da área, extensão e/ou qualidade do habitat. A espécie tem população extremamente pequena (3-6 casais).
Distribuição
A área de nidificação da ganga estende-se pela Península Ibérica, Sudeste de França e Norte de África, Sudeste da Turquia e Médio Oriente; apresenta áreas de invernada no Turquestão, Arábia, Paquistão e Índia (del Hoyo et al. 1997).
Na Europa, ocorre essencialmente em Espanha e na Turquia, ocorrendo na França e em Portugal populações com efectivos muito reduzidos (BirdLife International/European Bird Census Council 2000).
Em Portugal Continental, actualmente apenas existem registos na zona de Castelo Branco (Pacheco C dados não publicados, Cardoso 2003). Nos finais da década de 70 e até meados da década de 80, ocorria sobretudo em zonas estepárias e planícies cerealíferas de Trás-os-Montes e no Sul do Alentejo (Rufino 1989).
População
Desde 2002, no âmbito dos trabalhos de monitorização da avifauna do Parque Natural do Tejo Internacional, tem sido seguido um núcleo populacional de 14-16 indivíduos, estimando-se que contenha entre 3 e 6 casais; esse núcleo é já observado regularmente desde finais dos anos 80 (Pacheco C dados não publicados). As observações da espécie nesta localização ocorrem apenas durante a época de reprodução, sendo de supor que este núcleo se desloque depois para território espanhol, nas proximidades.
Em Portugal, apenas se conhece uma observação recente de um bando de inverno, afastada da localização de nidificação (S Infante, com. pess.).
Comparando a informação de Rufino (1989), em que as estimativas eram 10-100 casais, com as estimativas actuais, verifica-se uma diminuição extremamente acentuada dos efectivos populacionais desta espécie, associada a uma contracção da área de ocorrência de 10 cartas 1:50.000 para 1 carta, no Novo Atlas de Portugal (ICN dados não publicados).
Em termos de estatuto de ameaça a nível da Europa, a espécie é considerada Em Declínio, embora ainda provisoriamente, apresentando um declínio continuado moderado (BirdLife International 2004).
Habitat
Em Portugal frequenta pousios e pastagens, em áreas com vegetação herbácea e arbustiva pouco desenvolvida e cobertura arbórea pouco densa. Utilizam cevadouros para as rolas como área de alimentação.
Factores de Ameaça
Como principais ameaças à conservação desta espécie em Portugal foram identificados os seguintes factores: intensificação ou abandono das terras agrícolas e florestação. A perturbação humana, resultante nomeadamente da actividade cinegética, e a caça ilegal podem afectar negativamente esta espécie.
Medidas de Conservação
Actualmente a espécie apenas nidificará na Zona de Protecção Especial do Tejo Internacional, Erges e Ponsul.
Actualmente a espécie apenas nidificará na Zona de Protecção Especial do Tejo Internacional, Erges e Ponsul.
A conservação do cortiçol-de-barriga-branca em Portugal depende: da promoção da cerealicultura extensiva com rotação de culturas, mediante aplicação de medidas agro-ambientais e/ou indemnizações compensatórias em áreas estepárias prioritárias); da manutenção do pastoreio extensivo e condicionamento do encabeçamento nas áreas mais importantes de reprodução.
Devem ser definidas as áreas de máxima conservação que incluam as áreas de reprodução e de acesso ao bebedouros, por forma a assegurar a sua protecção.
Devem ser realizados estudos sobre os requisitos ecológicos da espécie, que permita esclarecer as causas de tão acentuada regressão em Portugal.
Deve também ser assegurada a monitorização anual do núcleo de Castelo Branco, por forma a avaliar as tendências da distribuição e do tamanho desta população.
in Livro Vermelho dos Vertebrados
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