Taxonomia
Mammalia, Artiodactila, Bovidae.
Mammalia, Artiodactila, Bovidae.
Tipo de ocorrência
Residente.
Classificação
CRITICAMENTE EM PERIGO CR (D)
Fundamentação: A espécie tem uma população extremamente reduzida (menos de 50 indivíduos maduros) e uma área de ocupação muito restrita.
Distribuição
Durante o Holocénio, esta espécie estava presente em todas as regiões montanhosas da Península Ibérica. Nos últimos séculos, as populações sofreram um forte decréscimo (Mitchell-Jones et al. 1999). Em meados do século XIX, a cabra-montês desapareceu na vertente francesa dos Pirinéus e, nos finais deste mesmo século, extinguiu-se em Portugal a última população que ocupava a Serra do Gerês, onde ocorria, como nalgumas montanhas galegas, a subespécie Capra pyrenaica lusitanica (Granados et al. 2001). Já no início do século XXI, terá também desaparecido nos Pirinéus (Pérez et al. 2002), ficando a área de distribuição reduzida às regiões montanhosas no Centro e Sul de Espanha.
Com o objectivo de uma acção de reintrodução da espécie na Serra do Xurês, em 1997, as entidades espanholas colocaram num cercado de aclimatação, situado junto à fronteira portuguesa, indivíduos da subespécie C. p. victoriae (provenientes de um outro cercado no Parque Nacional do Invernadero). Foi ainda colocado noutro cercado, também junto à fronteira, mais um casal. Em resultado de fugas e libertações de animais destes cercados, em 1999 registou-se a presença da espécie na Serra Amarela e na Serra do Gerês. Apesar desta espécie ter habitado num passado recente a área que agora se encontra a recolonizar, o curto período da reocupação não permite ainda garantir o futuro da presente situação.
População
Os animais observados em Portugal pertencem a uma população transfronteiriça de cabra-montês, que em território nacional não ultrapassa os 50 indivíduos. Identificam-se duas subpopulações: a da Serra do Gerês, constituída por dois núcleos, e a da Serra Amarela. O aumento do número de indivíduos e a presença de crias confirmam a reprodução na Natureza dos exemplares reintroduzidos (Moço et al. in prep.).
Os animais observados em Portugal pertencem a uma população transfronteiriça de cabra-montês, que em território nacional não ultrapassa os 50 indivíduos. Identificam-se duas subpopulações: a da Serra do Gerês, constituída por dois núcleos, e a da Serra Amarela. O aumento do número de indivíduos e a presença de crias confirmam a reprodução na Natureza dos exemplares reintroduzidos (Moço et al. in prep.).
Habitat
A espécie ocorre em zonas montanhosas rochosas, florestas e matos temperados, pastagens naturais e artificiais, terrenos agrícolas e plantações envolventes. A presença humana pode condicionar o uso de áreas preferenciais de alimentação (Pérez et al. 2002).
Factores de Ameaça
As principais ameaças são: a alteração e a fragmentação do habitat, nomeadamente pela acção do fogo, a baixa variabilidade genética, a competição com outras espécies de ungulados (domésticos e silvestres) e o furtivismo.
Há diagnósticos de sarna sarcóptica e brucelose em cabras domésticas na área do Parque Nacional da Peneda-Gerês, o que constitui uma ameaça à nova população de cabra-montês: a primeira pelo efeito reducionista que pode ter no efectivo, num curto espaço de tempo (Fandos 1991 in Pérez et al. 2002) e a segunda pela possibilidade de reduzir a fertilidade dos indivíduos (N Santos, com. pess.). No entanto, Granados et al. (2001) e Pérez et al. (2002) referem que doenças infecto-contagiosas e provocadas por parasitas constituem uma ameaça sobretudo para as populações com densidades elevadas.
O sobrepastoreio também pode representar uma potencial ameaça, por gerar perda de habitat e constituir veículo de transmissão de doenças.
Medidas de Conservação
Está em curso a monitorização da população, recomendando-se o desenvolvimento de estudos ao nível genético e sanitário. Dado que os indivíduos que ocorrem em Portugal integram uma população transfronteiriça, a preservação desta população só será possível através de uma correcta articulação de actuação entre Portugal e Espanha.
Entre as medidas a desenvolver, Moço (2002) propõe, como mais urgentes, a remoção das cabras domésticas em pastoreio livre e dos cães assilvestrados do espaço serrano.
A fiscalização com o objectivo de evitar acções de furtivismo constitui de igual modo uma medida de prevenção importantíssima para a preservação da espécie no nosso país.
in Livro Vermelho dos Vertebrados
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