Taxonomia
Reptilia, Sauria, Lacertidae.
Reptilia, Sauria, Lacertidae.
Tipo de ocorrência
Residente. Endémica da Península Ibérica.
Residente. Endémica da Península Ibérica.
Classificação
VULNERÁVEL VU (B1ab(ii,iii,iv,v)+2ab(ii,iii,iv,v))
Fundamentação: Espécie com extensão de ocorrência e área de ocupação inferiores a 20.000 e 2.000 km2, respectivamente. Admite-se que apresente fragmentação elevada e um declínio continuado da área de ocupação, da qualidade do habitat, do número de localizações e do número de indivíduos maduros.
VULNERÁVEL VU (B1ab(ii,iii,iv,v)+2ab(ii,iii,iv,v))
Fundamentação: Espécie com extensão de ocorrência e área de ocupação inferiores a 20.000 e 2.000 km2, respectivamente. Admite-se que apresente fragmentação elevada e um declínio continuado da área de ocupação, da qualidade do habitat, do número de localizações e do número de indivíduos maduros.
Distribuição
A distribuição actual da lagartixa de Carbonell parece resultar de uma forte redução relativamente a uma distribuição mais extensa, que ocuparia grande parte da área ocidental da Península Ibérica (Sá-Sousa 2001a,b, 2002), causada pelas alterações climáticas ocorridas no Pleistocénico e no Holocénico. Durante o último glaciar parece ter sobrevivido em refúgios de reduzidas dimensões situados sobretudo a sul do rio Douro (Ferrand de Almeida et al. 2001, Sá-Sousa 2001b).
A distribuição actual da lagartixa de Carbonell parece resultar de uma forte redução relativamente a uma distribuição mais extensa, que ocuparia grande parte da área ocidental da Península Ibérica (Sá-Sousa 2001a,b, 2002), causada pelas alterações climáticas ocorridas no Pleistocénico e no Holocénico. Durante o último glaciar parece ter sobrevivido em refúgios de reduzidas dimensões situados sobretudo a sul do rio Douro (Ferrand de Almeida et al. 2001, Sá-Sousa 2001b).
Esta espécie é endémica da parte ocidental da Península Ibérica, ao sul do rio Douro (Sá-Sousa 2000, 2002). Em Espanha, encontra-se apenas em duas áreas distintas e muito afastadas: Sistema Central Ocidental, nas províncias de Salamanca (Castela e Leão) e Cáceres (Estremadura), onde se encontra no conjunto das serras da Gata, Penha de França e Las Hurdes e de forma isolada na província de Huelva, Andaluzia, na área do Coto Doñana (Sá-Sousa et al. 2001, Sá-Sousa 2002).
Em Portugal ocorre em grande parte das províncias do Douro Litoral e Beira Litoral e em algumas áreas montanhosas de fácies atlântica da Beira Alta (Serras de Freita-Arada, Montemuro, Leomil-Lapa e Estrela) e da Beira Baixa (Serra da Malcata) (Sá-Sousa 1999, 2000). A sul do Rio Mondego está presente em enclaves fragmentados, de fácies atlântica, orientados a Noroeste, ao longo das dunas arborizadas da costa ocidental portuguesa, até Sagres (Sá-Sousa et al. 2000, Sá-Sousa 2001a, 2002). Ocorre ainda no Arquipélago das Berlengas.
População
Não existem dados quantitativos precisos sobre efectivos populacionais desta espécie. Em Portugal, só é considerada relativamente abundante nas províncias da Beira Litoral e Douro Litoral, ao contrário da restante área de distribuição, onde aparece muito localizada e pouco abundante (Sá-Sousa 2001b, 2002). Por exemplo, numa zona de Pinhal em Cantanhede (província da Beira Litoral) contabilizaram-se 1.500 a 1.600 indivíduos/ha (Domingues 1993). Na ilha das Berlengas P. c. berlengesis (Vicente 1985) pode atingir 2.000 a 4.000 indivíduos/ha conforme a época do ano (Vicente & Barbault 2001). No Coto Doñana é um dos lacertídeos mais frequentes nas dunas (Díaz-Paniagua & Rivas 1987).
Não existem dados quantitativos precisos sobre efectivos populacionais desta espécie. Em Portugal, só é considerada relativamente abundante nas províncias da Beira Litoral e Douro Litoral, ao contrário da restante área de distribuição, onde aparece muito localizada e pouco abundante (Sá-Sousa 2001b, 2002). Por exemplo, numa zona de Pinhal em Cantanhede (província da Beira Litoral) contabilizaram-se 1.500 a 1.600 indivíduos/ha (Domingues 1993). Na ilha das Berlengas P. c. berlengesis (Vicente 1985) pode atingir 2.000 a 4.000 indivíduos/ha conforme a época do ano (Vicente & Barbault 2001). No Coto Doñana é um dos lacertídeos mais frequentes nas dunas (Díaz-Paniagua & Rivas 1987).
Foi considerado um declínio nos efectivos populacionais da espécie em áreas onde era frequente particularmente devido à urbanização e fragmentação dos seus habitats, sobretudo no litoral do país.
Habitat
Esta espécie, quando ocorre em áreas de montanha, prefere as zonas de bosques caducifólios (Quercus pyrenaica) e matos baixos (urzais, sargaçais), particularmente as clareiras destas formações vegetais. As populações do litoral ocorrem em zonas dunares com densidade variada de coberto vegetal, preferindo no entanto áreas mais ou menos abertas com vegetação arbustiva dispersa. Podem encontrar-se desde o nível do mar até aos 1.600 m de altitude, na Serra da Estrela.
Esta espécie, quando ocorre em áreas de montanha, prefere as zonas de bosques caducifólios (Quercus pyrenaica) e matos baixos (urzais, sargaçais), particularmente as clareiras destas formações vegetais. As populações do litoral ocorrem em zonas dunares com densidade variada de coberto vegetal, preferindo no entanto áreas mais ou menos abertas com vegetação arbustiva dispersa. Podem encontrar-se desde o nível do mar até aos 1.600 m de altitude, na Serra da Estrela.
Factores de Ameaça
São factores de ameaça muito significativos a perda de habitats e a destruição directa de populações provocadas por incêndios florestais, e pela substituição dos bosques caducifólios por monocultivos florestais intensivos de coníferas. A degradação e destruição das dunas litorais causada pela expansão urbana e pela pressão turística são igualmente factores muito relevantes.
São factores de ameaça muito significativos a perda de habitats e a destruição directa de populações provocadas por incêndios florestais, e pela substituição dos bosques caducifólios por monocultivos florestais intensivos de coníferas. A degradação e destruição das dunas litorais causada pela expansão urbana e pela pressão turística são igualmente factores muito relevantes.
Constitui ainda factor de ameaça, sobretudo na área sul da distribuição, o isolamento de pequenos núcleos que deixam de trocar indivíduos entre si conduzindo à perda de viabilidade populacional.
No Arquipélago das Berlengas, a população de P. c. berlengensis sofreu um significativo decréscimo devido à predação e destruição da vegetação autóctone resultante do aumento dos efectivos populacionais de gaivotas.
Também as alterações climáticas globais podem, a longo termo, levar ao desaparecimento das populações litorais fragmentadas, por aumento do stress ecológico com origem térmica.
Medidas de Conservação
Para a conservação desta espécie considera-se fundamental a conservação dos habitats costeiros no centro e sul de Portugal e o ordenamento urbanístico da orla costeira.
Para a conservação desta espécie considera-se fundamental a conservação dos habitats costeiros no centro e sul de Portugal e o ordenamento urbanístico da orla costeira.
Para além disto, considera-se também da maior relevância o aumento da área florestal de caducifólias nos núcleos de montanha, onde a espécie se distribui, e a conservação, ordenamento e limpeza da floresta em regime extensivo de produção nas áreas mais continentais da distribuição da espécie.
Notas
Esta espécie foi originalmente descrita, em 1981, por Pérez Mellado, como uma subespécie de Podarcis bocagei. Devido principalmente às divergências morfológicas e genéticas entre as duas formas, foi elevada ao estatuto de espécie (Sá-Sousa & Harris 2002).
Esta espécie foi originalmente descrita, em 1981, por Pérez Mellado, como uma subespécie de Podarcis bocagei. Devido principalmente às divergências morfológicas e genéticas entre as duas formas, foi elevada ao estatuto de espécie (Sá-Sousa & Harris 2002).
Até há pouco tempo, com base em caracteres morfológicos, considerava-se que a população da ilha das Berlengas constituía uma subespécie de P. bocagei: P. b. berlengesis (Vicente 1985). Contudo, estudos genéticos demonstraram que os indivíduos desta ilha não são geneticamente diferentes das populações continentais de P. carbonelli, embora possam atingir maiores dimensões corporais, devendo passar a ser designados por P. c. berlengensis (Sá-Sousa et al. 2000, Harris & Sá-Sousa 2001, Sá-Sousa & Harris 2002).
Outra bibliografia consultada
www.vertebradosibericos.org
in Livro Vermelho dos Vertebrados
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