Taxonomia
Aves, Strigiformes, Strigidae.
Aves, Strigiformes, Strigidae.
Tipo de ocorrência
Invernante.
Invernante.
Classificação
EM PERIGO - EN
Fundamentação: Espécie com população muito reduzida (inferior a 250 indivíduos maturos).
EM PERIGO - EN
Fundamentação: Espécie com população muito reduzida (inferior a 250 indivíduos maturos).
Distribuição
Ocorre no Holárctico e na região Neotropical (Cramp 1998). Na Europa nidifica nas regiões da tundra, boreal e temperada e ainda nalgumas zonas montanhosas do norte, tornando-se a sua distribuição para sul progressivamente mais fragmentada e as tentativas de nidificação mais erráticas (Hagemeijer & Blair 1997). Excepcionalmente, aparece também como nidificante mais para sul na Europa, como na Grécia (Hagemeijer & Blair 1997) e na metade norte de Espanha (principalmente na Meseta Norte) (Fajardo & Babiloni 1996). No período inter-reprodutor evidencia nomadismo e pode dispersar-se por vastas zonas do Paleárctico ocidental, conforme os anos, distribuindo-se pela Europa central e meridional, incluindo a Península Ibérica e Malta (Hagemeijer & Blair 1997). Inverna também no Médio Oriente, subcontinente indiano, sudeste da Ásia e norte de África, sendo mais raros os indivíduos que atravessam o Sara e se dirigem para a África tropical (Cramp 1998). Os indivíduos que invernam em Portugal e na Península, provêm da Grã-Bretanha, Alemanha e parte da Escandinávia (Hagemeijer & Blair 1997, Cramp 1998).
Ocorre no Holárctico e na região Neotropical (Cramp 1998). Na Europa nidifica nas regiões da tundra, boreal e temperada e ainda nalgumas zonas montanhosas do norte, tornando-se a sua distribuição para sul progressivamente mais fragmentada e as tentativas de nidificação mais erráticas (Hagemeijer & Blair 1997). Excepcionalmente, aparece também como nidificante mais para sul na Europa, como na Grécia (Hagemeijer & Blair 1997) e na metade norte de Espanha (principalmente na Meseta Norte) (Fajardo & Babiloni 1996). No período inter-reprodutor evidencia nomadismo e pode dispersar-se por vastas zonas do Paleárctico ocidental, conforme os anos, distribuindo-se pela Europa central e meridional, incluindo a Península Ibérica e Malta (Hagemeijer & Blair 1997). Inverna também no Médio Oriente, subcontinente indiano, sudeste da Ásia e norte de África, sendo mais raros os indivíduos que atravessam o Sara e se dirigem para a África tropical (Cramp 1998). Os indivíduos que invernam em Portugal e na Península, provêm da Grã-Bretanha, Alemanha e parte da Escandinávia (Hagemeijer & Blair 1997, Cramp 1998).
Em Portugal, a espécie ocorre sobretudo nas zonas húmidas do litoral (estuários do Sado, Tejo e Mondego, rias de Aveiro, Formosa e Alvor, lagoas de Santo André, Albufeira e Mira, entre outros habitats), mas também aparece em pleno interior do país, como na Serra de Aire, Trás-os-Montes e Alentejo (Alcácer-do-Sal, Grândola, Évora, Moura-Barrancos, Messejana, Castro Verde, Alcoutim/Mértola, etc.) (Tomé et al. 1994, Tomé 1996, Elias et al. 1998, Petronilho 2001, P Pessoa, J Tavares, L Carneiro, CC Moore, J Jara in Elias 1999, A Gonçalves, P Marques e C Pereira in Elias 2000, MC Pais, com. pess.). De acordo com Tomé et al. (1994) o estuário do Sado deve ser um dos principais locais de invernada.
População
Em Portugal é considerada como rara ou pouco comum (Tomé et al. 1994, Tomé 1996), sendo escassa informação sobre o seu efectivo populacional, admitindo-se que esteja entre os 50-250 indivíduos.
Em Portugal é considerada como rara ou pouco comum (Tomé et al. 1994, Tomé 1996), sendo escassa informação sobre o seu efectivo populacional, admitindo-se que esteja entre os 50-250 indivíduos.
No norte da Europa as suas populações oscilam anual ou plurianualmente, muitas vezes marcadamente, acompanhando as flutuações de Microtinae de que depende (Mikkola 1983, Hagemeijer & Blair 1997). O mesmo poderá ocorrer no nosso território, como reflexo dessas oscilações (Cramp 1998).
Em termos de estatuto de ameaça a nível da Europa, a espécie é considerada Depauperada embora ainda provisoriamente, tendo apresentado um declínio histórico acentuado (BirdLife International 2004).
Habitat
Em Portugal, o habitat de caça da coruja-do-nabal é constituído por biótopos abertos, como lezírias com campos agrícolas e pastagens, salinas, arrozais, as margens de valas de enxugo ou de irrigação, de açudes e de cursos de água revestidas de vegetação ribeirinha, sapais, bem como dunas cobertas por matos e montados abertos (Tomé et al. 1994, Tomé 1996, Elias et al. 1998, Petronilho 2001a). Os dormitórios, que são muitas vezes comunais (Tomé et al. 1994 e Elias et al. 1998), e as áreas de repouso localizam-se em valas de salinas, salinas, matos costeiros, arrozais, pastagens e aparentemente também terrenos lavrados (Tomé et al. 1994).
Factores de Ameaça
A destruição ou degradação do habitat, devido, por um lado, a alteração, decréscimo ou abandono das actividades tradicionais nas zonas húmidas (como a salinicultura, orizicultura, agricultura e pastagens extensivas), e da limpeza da vegetação ribeirinha de valas e cursos de água, e da intensificação agrícola ou da expansão de empreendimentos turísticos e industriais, etc., por outro, condicionam bastante a ocorrência da coruja-do-nabal no território nacional.
A mortalidade directa causada por abate a tiro, envenenamento durante as campanhas de controlo de roedores, morte por colisão com automóveis e por colisão ou electrocussão com linhas de transporte de energia, são factores assinalados para Espanha (Fajardo & Babiloni 1996) e que deverão ser certamente igualmente plausíveis e nocivos à ocorrência desta coruja em Portugal.
Medidas de Conservação
A conservação desta espécie pode ser assegurada através das seguintes medidas:
- impedimento ou imposição de fortes restrições ao enxugo de zonas húmidas, à ocupação urbana e de empreendimentos turísticos e condicionamentos à intensificação agro-pecuária em zonas húmidas;
- condicionamento da limpeza da vegetação em margens de canais de drenagem e irrigação e obrigação ao cumprimento da lei no que se refere à conservação da vegetação ribeirinha de linhas de água e à conservação do seu perfil natural;
- divulgação, dinamização e aumento dos subsídios e apoios, através do recurso a medidas agro-ambientais, de modo a serem recuperadas e/ou mantidas a actividade salineira tradicional e as actividades agro-pecuárias extensivas;
- dinamização de campanhas de sensibilização ambiental, sobre a fauna e em especial sobre a conservação das aves de rapina, dirigidas tanto a caçadores, guardas e gestores de caça, como a exploradores e produtores agrícolas e florestais e ao público em geral, afim de minimizar ou erradicar o abate ilegal;
- reforço da fiscalização e aplicação mais efectiva da lei, relativamente às infracções relativas ao abate ilegal, com aumento das penalizações.
- sensibilização dos agricultores, em particular, para a adopção de boas práticas agrícolas, nomeadamente no que se refere ao controle de roedores. este deve estar sujeito a autorização e ao acompanhamento permanente por parte das entidades competentes, deve implicar a obrigatoriedade da utilização de tóxicos cuja nocividade tenha uma persistência a mais curta possível e a remoção imediata de cadáveres. Adicionalmente, a venda de qualquer tóxico, dos pesticidas em particular, deve passar a ser acompanhada pelo registo do nome e morada do comprador e deverá ser desenvolvida e divulgada a investigação sobre métodos alternativos de controlo ou de protecção das culturas agrícolas e florestais.
Deverá ser monitorizada a mortalidade ocorrida nas linhas de transporte de energia e efectuada a correcção daquelas que se verifiquem como especialmente mortíferas, especialmente nas zonas mais importantes para a espécie aquando da sua estadia no país.
Na medida em que se trata de mais uma espécie sobre a qual se sabe muito pouco sobre a sua população, movimentos e demais bio-ecologia no nosso país, recomenda-se a realização de censos que permitam obter melhores aproximações aos efectivos que visitam o nosso país no Inverno e monitorizar periodicamente os mesmos e o estudo de diferentes aspectos da sua biologia e ecologia, nomeadamente utilização de habitat, dieta, seguimento de movimentos.
Notas
Embora não sejam significativos os movimentos de A. flammeus em Gibraltar, como revela Finlayson (1992), alguns exemplares desta espécie têm sido observados na região de Sagres, em passagem (L Palma, com. pess.), tal como outros ao longo da costa, p. ex. na região de Lisboa (Tomé et al. 1994).
Embora não sejam significativos os movimentos de A. flammeus em Gibraltar, como revela Finlayson (1992), alguns exemplares desta espécie têm sido observados na região de Sagres, em passagem (L Palma, com. pess.), tal como outros ao longo da costa, p. ex. na região de Lisboa (Tomé et al. 1994).
in Livro Vermelho dos Vertebrados
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