terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Miniopterus schreibersii, Morcego-de-peluche

Taxonomia
Mammalia, Chiroptera, Miniopteridae.
 
Tipo de ocorrência
Residente.
 
Classificação
VULNERÁVEL - VU
Fundamentação: A espécie tem uma área de ocupação muito restrita (inferior a 20 km2), de tal forma que está vulnerável aos efeitos das actividades humanas ou a acontecimentos estocásticos a curto prazo e num futuro incerto; admite-se um declínio continuado da qualidade do habitat e da área de ocupação.

Distribuição
Trata-se de uma das espécies de morcego com maior área de distribuição, ainda que esta possa estar mal definida devido a confusão com outras espécies do mesmo género. Está referida para a maioria das regiões tropicais e subtropicais do Velho Mundo, incluindo o Sul da Eurásia, África, Austrália e ilhas de Salomão (Rodrigues 1999).

Em Portugal, distribui-se por todo o território continental (Palmeirim et al. 1999).

População
A população portuguesa do morcego-de-peluche deverá incluir algumas dezenas de milhar de indivíduos, na sua maioria agrupados, tanto durante a época de criação como de hibernação, em menos de duas dezenas de colónias.

Apesar de ainda existirem algumas colónias numerosas, a espécie tem declinado bastante noutras regiões da Europa, particularmente nas mais setentrionais (Rodrigues 1999).

Os dados disponíveis sugerem que a situação da espécie em Portugal tem permanecido relativamente estável, apesar de se registarem subidas e descidas dos efectivos de alguns abrigos (Rodrigues et al. 2003).

Habitat
A espécie é exclusivamente cavernícola: cria e hiberna em grutas e minas (Palmeirim et al. 1999) e raramente utiliza outros abrigos.

Caça geralmente em zonas abertas, particularmente sobre habitats dulciaquícolas (Russo & Jones 2003), bastante afastadas do seu abrigo (Schober & Grimmberger 1989).

Factores de Ameaça

O reduzido efectivo da espécie, associado à baixa fertilidade característica dos morcegos, torna-a particularmente frágil. Também o carácter colonial desta espécie, que se concentra num número reduzido de locais, aumenta a sua vulnerabilidade.

A destruição dos abrigos e a sua perturbação, em particular durante os períodos de criação e  hibernação, têm-se revelado como as maiores ameaças às populações desta espécie.

A alteração da paisagem e o uso excessivo de pesticidas são também potenciais ameaças para as populações desta espécie.

Medidas de Conservação
Recomenda-se a elaboração e implementação de um Plano de Acção para a conservação desta espécie, que compreenda a protecção legal dos abrigos e o encerramento das suas entradas nas épocas críticas do ano, bem como a gestão do habitat nas áreas envolventes aos seus principais abrigos, medidas para a racionalização do uso de pesticidas e a continuação do programa de monitorização das suas populações.

Deverão ser igualmente realizadas acções de sensibilização de modo a diminuir a perturbação resultante da presença humana em cavidades subterrâneas.

A racionalização do uso de pesticidas e a realização de acções de sensibilização poderão também beneficiá-la.
 in Livro Vermelho dos Vertebrados
 
 

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