- Antes de mais quero deixar claro que no processo fundacional dos Cursilhos tínhamos uma visão - um ponto de vista - sobre a pessoa, o Evangelho e o mundo em que vivemos e sobre os melhores métodos para que pessoa, Evangelho e mundo chegarem a convergir.
- Mas que de nenhuma forma se produziu em nenhum dos fundadores uma "visão" no sentido de revelação ou imaginação mediante a qual nos disseram "desde o alto" o que tínhamos que fazer.
- Para sintetizar aquela visão inicial diríamos que: A pessoa era – é – o eixo da nossa inquietude.
- Entendemos a pessoa como um ser-para-o-amor.
- As pessoas sentem-se afastadas do Evangelho, porque nós cristãos ainda não conseguimos transmitir-lhes, em amizade, que o amor que buscam está ao seu alcance, dentro de si mesmos e nos irmãos, graças a Cristo.
- Os afastados captam geralmente a identidade, entre a sua ânsia de felicidade e a vida de Cristo, se a vêem realizada em outros que os tratam já como amigos.
- Quando os afastados captam a Boa Nova, a sua ausência de prévias orientações histórico-religiosas faz aflorar uma criatividade evangélica assombrosa.
- Gerar um ambiente no qual esta criatividade evangélica não seja coarctada, mas sim fomentada, é a chave para que o encontro com os afastados não fracasse.
- Este ambiente chave tem de estar baseado na amizade nas suas duas dimensões: de intimidade - no grupo -, e de universalidade - na Ultreia -.
- Os ambientes da vida humana normal em que nos movemos podem ir-se impregnando dessa mesma dinâmica de amizade, se as suas pessoas chave assim o impulsionam.
- Os ambientes impregnados de amizade e fé geram um novo sentido da história, baseada até agora nos interesses e nos particularismos.
- A visão inicial tropeçou desde o início com as inércias e os medos dos "filhos fiéis", que ou bem se opõe a este ressurgir ou bem querem instrumentaliza-lo para potenciar as suas actuações de sempre.
- A oposição frontal aos Cursilhos pelos filhos fiéis foi cedendo, mas a sua instrumentalização, pelo contrário, entendemos que foi aumentando.
- Recuperar a visão inicial é de facto, portanto, recuperar a plena liberdade dos cursilhistas e do Movimento dentro da Igreja, para que a instrumentalização desapareça e nos centremos nos nossos ambientes laicos e na pessoa e não em acções intra-eclesiais ou de missão.
- Para consegui-lo:
- tomar consciência
- afirmar-se como pessoas
- acentuar a laicidade
- afirmar-se como movimento
- extremar a caridade
- À medida que o consigamos pode voltar a oposição dos "filhos fiéis".
Eduardo Bonnín
Francisco Forteza
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