Taxonomia
Aves, Passeriformes, Laniidae.
Aves, Passeriformes, Laniidae.
Tipo de ocorrência
Estival nidificante.
Classificação
QUASE AMEAÇADO - NT* (A2ac+3c+4ac)
Fundamentação: As observações de campo sugerem que a espécie pode ter sofrido uma redução populacional igual ou superior a 30% nos últimos 10 anos. Admite-se que as causas dessa redução podem não ter cessado e que essa tendência se pode manter no futuro próximo. Na adaptação à escala regional desceu uma categoria, por se admitir que a população nacional poderá ser alvo de imigração significativa e que previsivelmente esta não diminuirá.
Distribuição
Como nidificante apresenta distribuição quase exclusivamente no paleártico ocidental, perimediterrânea; ocorre desde o Norte de África até à Europa central e a Este alcança o Irão; migrador subsariano, inverna na África central (Cramp & Perrins 1993).
Na Península Ibérica apresenta uma distribuição tipicamente mediterrânica, estando ausente da Galiza, franja cantábrica e cotas altas dos Pirinéus e das altitudes superiores a 1.500m. Em Portugal continental apresenta uma distribuição muito alargada, mas encontra-se ausente da faixa ocidental do norte do país.
População
A população nacional foi estimada como sendo superior a 10.000 indivíduos maturos.
No decorrer dos trabalhos do Novo Atlas foi detectado em 575 quadrículas (c. 57% do total) (ICN dados não publicados). É mais comum e abundante no sul do país. Na Serra da Nogueira foi detectado em 21 quadrículas de 2,5 x 2,5 km e estimou-se a sua população entre 15 e 30 casais nidificantes (Patacho 1998). Em Montesinho foi detectado em 12 quadrículas de 5x5 km (Reino 1994). Em montado de azinho no Alentejo foram registadas densidades de 5-6 casais/10 ha (Almeida 1997). Desconhece-se se a sua população se encontra em declínio continuado; no entanto, a situação desfavorável das populações de picanço-barreteiro noutros países europeus leva a considerar essa possibilidade.
Em termos de estatuto de ameaça a nível da Europa, a espécie é considerada Em Declínio, embora ainda provisoriamente, tendo apresentado um declínio histórico acentuado (BirdLife International 2004).
Em Espanha está documentada regressão na área de distribuição e redução da população de pelo menos 20%, durante 1970-1990 (Hernández 2003). Em Espanha, está classificada como Quase-Ameaçada (NT) (Madroño et al. 2004). Atendendo a que não apresenta estatuto de ameaça, admitiu-se um risco de extinção em Portugal mais reduzido, tendo-se descido uma categoria na adaptação à escala regional.
Habitat
Frequenta habitats agro-florestais, como montados abertos, mas também olivais, pomares, sebes e matas ribeirinhas.
Factores de Ameaça
O efeito do uso de biocidas na regressão desta espécie é referenciado para Espanha (Martí & del Moral 2003). O abandono da pastorícia extensiva, a expansão de mato, a instalação de povoamentos florestais, a eliminação de sebes e de bosques ripícolas, constituem também ameaças à conservação desta espécie.
O efeito do uso de biocidas na regressão desta espécie é referenciado para Espanha (Martí & del Moral 2003). O abandono da pastorícia extensiva, a expansão de mato, a instalação de povoamentos florestais, a eliminação de sebes e de bosques ripícolas, constituem também ameaças à conservação desta espécie.
Como ave migradora, está também sujeito a ameaças que operem nas áreas de invernada em África, como a caça, secas prolongadas e alterações nas práticas agrícolas (Tucker & Heath 1994).
Medidas de Conservação
Esta espécie carece de uma monitorização à escala nacional e investigação ecológica que permita conhecer com rigor a sua tendência populacional e avaliar os factores de ameaça.
Devem ser conservadas as manchas extensas de montado bem como os bosquetes associados a áreas abertas e evitada a concentração parcelária.
A sua inclusão no Anexo I da Directiva Aves é também apontada como uma medida importante para assegurar a sua conservação.
in Livro Vermelho dos Vertebrados
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