terça-feira, 24 de março de 2015

Larus fuscus, Gaivota-de-asa-escura


Taxonomia
Aves, Charadriiformes, Laridae.

Tipo de ocorrência
Nidificante, que se desconhece se é residente ou migrador.

Classificação
População  nidificante: VULNERÁVEL - VU* (D)
Fundamentação: Espécie com população muito reduzida (menos de 250 indivíduos maturos). Na adaptação à escala regional desceu uma categoria por se considerar que a população nacional pode ser alvo de imigração significativa e não ser de esperar que a imigração das regiões vizinhas possa vir a diminuir.

Distribuição
Espécie com ampla distribuição em todo o Paleárctico, que está maioritariamente concentrada no Reino Unido (Cramp 1985, Hagemeijer & Blair 1997).

Em Portugal esta espécie nidifica no Continente, ocorrendo apenas em pequenos núcleos localizados no arquipélago das Berlengas, na ilha do Pessegueiro e Ria Formosa. Não é de excluir a hipótese de situações pontuais de nidificação ao longo da costa a sul do Cabo Sardão, e no estuário do Sado, no seio de núcleos reprodutores de gaivota-de-patas-amarela Larus cachinnans.

População
A estimativa actual em Portugal sugere um valor máximo de 50 casais (JP Granadeiro, L Morais & NM Lecoq, com. pess.), com os principais núcleos localizados no arquipélago das Berlengas e na Ria Formosa.

Em termos de estatuto de ameaça a nível da Europa, a espécie é considerada Não Ameaçada, (BirdLife International 2004).

Em Espanha é classificada como Pouco Preocupante (LC) (Madroño et al. 2004), nem estão documentadas regressões populacionais para esse país (Mouriño & Bermejo 2003), o que leva a admitir um risco de extinção mais reduzido da população nacional, tendo-se descido uma categoria na adaptação regional.

Habitat
Em Portugal, nidifica em ilhas e em zonas estuarinas ou lagunares, geralmente no seio de colónias de gaivota-de-patas-amarelas.

Factores de Ameaça
Embora possua um efectivo reduzido no nosso país, essencialmente por se encontrar no limite sul da sua distribuição, esta espécie não sofre actualmente de ameaças directas, sendo a ave marinha mais comum da nossa costa durante o Inverno. Contudo, à semelhança de outras aves marinhas, esta espécie pode ser gravemente afectada por ameaças globais como derrames de hidrocarbonetos, podendo igualmente sofrer algumas perdas em artes de pesca.

Medidas de Conservação
A maioria das colónias estão incluídas em áreas protegidas, sendo por isso alvo  de alguma vigilância e gestão.

Notas
Existe igualmente uma grande população invernante em Portugal que se encontra em situação pouco preocupante (LC). Na Madeira ocorre como invernante, mas em números reduzidos. Existem registos de hibridação de gaivota-de-asa-escura com gaivota-de-patas-amarelas Larus cachinans, em colónias mistas.

in Livro Vermelho dos Vertebrados


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