Taxonomia
Mammalia, Carnivora, Canidae.
Mammalia, Carnivora, Canidae.
Tipo de ocorrência
Residente.
Residente.
Classificação
EM PERIGO EN (D1)
Fundamentação: A espécie tem uma população com menos de 250 indivíduos maduros.
EM PERIGO EN (D1)
Fundamentação: A espécie tem uma população com menos de 250 indivíduos maduros.
Distribuição
A área de distribuição mundial do lobo encontra-se bastante reduzida e fragmentada em relação à original (Mech 1970, Petrucci-Fonseca 1990, Boitani 2000). No entanto, nos últimos 20 anos, em grande parte da sua área de distribuição europeia, a espécie parece estar a recuperar (Promberger & Schröder 1992, Mech 1995, Boitani 2000). Actualmente, ocupa grande parte da Ásia, da América do Norte e da Europa Oriental (Mathias et al. 1999, Boitani 2000). Na Europa Central e Ocidental existem apenas populações relíquia, entre as quais a da Península Ibérica (Boitani 2000).
A área de distribuição mundial do lobo encontra-se bastante reduzida e fragmentada em relação à original (Mech 1970, Petrucci-Fonseca 1990, Boitani 2000). No entanto, nos últimos 20 anos, em grande parte da sua área de distribuição europeia, a espécie parece estar a recuperar (Promberger & Schröder 1992, Mech 1995, Boitani 2000). Actualmente, ocupa grande parte da Ásia, da América do Norte e da Europa Oriental (Mathias et al. 1999, Boitani 2000). Na Europa Central e Ocidental existem apenas populações relíquia, entre as quais a da Península Ibérica (Boitani 2000).
Em Portugal, o lobo ocorre numa área com uma extensão aproximada de 20.000 km2, localizada sobretudo a norte do rio Douro (ICN 1997), o que representa cerca de 20% da área original, que correspondia à quase totalidade do território nacional ainda no início do século XX (Petrucci-Fonseca 1990).
População
A população portuguesa compreende duas subpopulações: uma a norte do rio Douro, que se encontra em continuidade com a população espanhola e outra a sul daquele rio, aparentemente isolada da restante população ibérica e que apresenta um elevado nível de fragmentação.
De acordo com os resultados do Censo Nacional de Lobo 2002/2003 (in prep.), o número de alcateias deverá variar entre as 45 e 55 a norte do rio Douro, não ultrapassando as 10 a sul do mesmo. Com base na biologia da espécie estima-se que o efectivo populacional em Portugal varie entre os 200 e os 400 indivíduos.
A população portuguesa de lobos representa apenas cerca de 15% da ibérica e, ao contrário do referenciado para certas regiões da Península Ibérica (Blanco & Cortés, 2002) e para o resto da Europa (Boitani 2000), não existem evidências de expansão recente da mesma.
Habitat
À excepção das florestas tropicais e dos desertos áridos, todos os habitats existentes no Hemisfério Norte já foram ocupados por este carnívoro (Mech 1970). A ocupação do espaço depende fundamentalmente da disponibilidade e acessibilidade de presas adequadas, tais como ungulados selvagens ou domésticos, e do grau de perturbação humana (Vila et al. 1990 in Blanco et al. 1990, Ciucci et al. 1997, Boitani 2000).
À excepção das florestas tropicais e dos desertos áridos, todos os habitats existentes no Hemisfério Norte já foram ocupados por este carnívoro (Mech 1970). A ocupação do espaço depende fundamentalmente da disponibilidade e acessibilidade de presas adequadas, tais como ungulados selvagens ou domésticos, e do grau de perturbação humana (Vila et al. 1990 in Blanco et al. 1990, Ciucci et al. 1997, Boitani 2000).
A distribuição em Portugal reflecte em grande medida as áreas mais montanhosas, por apresentam menores densidades populacionais e uma utilização agrícola menos intensiva. Ocorre em florestas e matos temperados, pastagens naturais e artificiais, terrenos agrícolas e plantações.
Factores de Ameaça
Os principais factores responsáveis pela regressão desta espécie nos últimos séculos foram a perseguição directa movida pelo Homem, a redução das populações de ungulados selvagens e a destruição e fragmentação do habitat (Petrucci-Fonseca 1990, Okarma 1995).
Os principais factores responsáveis pela regressão desta espécie nos últimos séculos foram a perseguição directa movida pelo Homem, a redução das populações de ungulados selvagens e a destruição e fragmentação do habitat (Petrucci-Fonseca 1990, Okarma 1995).
Em Portugal, as ameaças a que, actualmente, está sujeita a população de lobos são sobretudo a escassez de recursos alimentares (ausência de presas selvagens e/ou regressão da criação de gado em regime extensivo), a escassez de áreas de refúgio, a fragmentação do habitat e a mortalidade causada pelo Homem (e.g. furtivismo, envenenamento, atropelamento).
Na área a sul do Douro, é de salientar o isolamento e a fragmentação da pequena subpopulação que aí ocorre, uma vez que condicionam a sua viabilidade.
Medidas de Conservação
Em Portugal, existe legislação específica que confere ao lobo o estatuto de espécie estritamente protegida Lei nº 90/88, de 13 de Agosto e Decreto-Lei n.º 139/90, de 27 de Abril. Esta legislação regulamenta, entre outros aspectos, o sistema de compensações financeiras aos proprietários alvo de prejuízos causados por este predador sobre os efectivos pecuários.
Em Portugal, existe legislação específica que confere ao lobo o estatuto de espécie estritamente protegida Lei nº 90/88, de 13 de Agosto e Decreto-Lei n.º 139/90, de 27 de Abril. Esta legislação regulamenta, entre outros aspectos, o sistema de compensações financeiras aos proprietários alvo de prejuízos causados por este predador sobre os efectivos pecuários.
Considerando todas as áreas com estatuto de protecção, cerca de 30% da área de distribuição do lobo em Portugal (ICN 1997) está incluída na Rede Nacional de Áreas Protegidas ou é sítio da Rede Natura 2000.
Estão ainda em curso outras acções que visam a conservação do lobo: a revisão do Decreto-Lei que regulamenta a Lei de Protecção do Lobo, a implementação de medidas que fomentem uma protecção mais eficaz dos animais domésticos face a ataques de lobo, a monitorização regular da população, a existência de um Sistema de Monitorização de Lobos Mortos (de forma a conhecer atempadamente as causas de morte e potenciar a realização de diversos estudos), a implementação de medidas de gestão do habitat (nomeadamente o ordenamento cinegético e florestal), a conservação e fomento das presas naturais do lobo (incluindo acções de reintrodução), o desenvolvimento de diversos estudos sobre a espécie(nomeadamente ao nível da genética e da osteologia) e o desenvolvimento de algumas acções de divulgação, sensibilização e formação.
Estas medidas serão integradas no Plano de Acção para a Conservação do Lobo em Portugal.
Notas
Em Portugal ocorre a subespécie Canis lupus signatus Cabrera, 1907, endémica da Península Ibérica.
Em Portugal ocorre a subespécie Canis lupus signatus Cabrera, 1907, endémica da Península Ibérica.
Outra bibliografia consultada
Petrucci-Fonseca et al. (1995); Grilo et al. (2002).
Petrucci-Fonseca et al. (1995); Grilo et al. (2002).
in Livro Vermelho dos Vertebrados
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