terça-feira, 14 de junho de 2011

Anthus spinoletta, Petinha-ribeirinha

Taxonomia
Aves, Passeriformes, Motaciliidae.
 
Tipo de ocorrência
Nidificante, que se desconhece se é residente ou migradora.

Classificação
População  nidificante:  EM  PERIGO  -  EN*  (D)
Fundamentação: Espécie com população muito reduzida (inferior a 50 indivíduos maturos) e com uma distribuição muito circunscrita ao Norte do país, apresentando uma área de ocupação diminuta e um número de localizações muito restrito. Na adaptação à escala regional desceu uma categoria, por se admitir que a população regional poderá ser alvo de imigração significativa e que previsivelmente esta não diminuirá.

Distribuição
Espécie  com  distribuição  holártica  (Cramp  1988)  e  parcialmente  migradora.  Como nidificante, na Europa apresenta uma distribuição fragmentada e na Península Ibérica está confinada aos cumes desflorestados das montanhas do Norte e Centro.

Em Portugal, como nidificante, apresenta uma distribuição muito restrita, a norte. No Gerês foi dado como tendo nidificação possível em apenas duas quadrículas (Pimenta & Santarém 1996), sendo em Montesinho que se localiza a única nidificação confirmada desta espécie (Reino 1994).

População

Apenas é conhecido um casal nidificante em Portugal, pelo que a população nacional foi estimada como sendo inferior a 50 indivíduos maturos. Não há evidências de declínio continuado da sua população.

No Atlas de Montesinho, confirmou-se a nidificação da espécie nos anos de 1992 e 1994 na área da Lama Grande, a uma altitude próxima dos 1.450 m; posteriormente, e já  durante  o  final  da  década  de  noventa  e  início  da  actual,  voltou-se  a  confirmar  a nidificação da espécie no mesmo local, tendo-se inclusive descoberto uma nova área junto à Barragem de Serra Serrada onde a espécie poderá eventualmente nidificar, mas sem que tal se tenha confirmado (L Reino, com. pess.).

Em  termos  de  estatuto  de  ameaça  a  nível  da  Europa,  a  espécie  é  considerada  Não Ameaçada, embora ainda provisoriamente (BirdLife International 2004).

Atendendo a que em Espanha está classificada como Pouco Preocupante (LC) (Madroño et  al.  2004)  e  a  que  não  estão  detectados  declínios  nesse  país  (Vázquez  2003a), admitiu-se um risco de extinção mais reduzido no nosso país e desceu-se uma categoria na adaptação à escala regional.
 
Habitat
No Gerês foi localizado a mais de 1.100 m de altitude, em áreas com lameiros, pastagens de  montanha  ou  extensões  rochosas  intercaladas  com  matos  esparsos  (Pimenta  & Santarém 1996). Na área de Montesinho encontra-se associada a zonas de lameiros de altitude,  com  sebes  arbóreas  de  vidoeiros  Betula  alba  e  pinheiros-silvestres  Pinus sylvestris; normalmente constrói o seu ninho dentro de um curral utilizado pelos pastores para guardarem o gado (L Reino, com. pess.).
 
Factores de Ameaça
Não  se  conhecem  problemas  de  conservação  específicos.  Para  Espanha  não  está identificada nenhuma ameaça grave e generalizada para a conservação da espécie; no entanto,  estão  referidas  colisões  de  exemplares  desta  espécie  com  aerogeradores (Vázquez  2003a).

Afectações pontuais do seu habitat, resultantes do turismo, instalação de parques eólicos, entre outras, podem constituir uma grave ameaça a esta espécie com uma distribuição tão localizada no nosso país. Nomeadamente na área de Montesinho, a perturbação pelo facto da área ser muito utilizada como zona de lazer pode constituir um problema à manutenção da espécie.
 
Medidas de Conservação
A sua área de distribuição está incluída em Áreas Protegidas e em Rede Natura 2000.

A conservação do habitat na sua área de ocorrência deve ser assegurada nos Planos de Ordenamento das Áreas Protegidas.

Notas
Ocorre também no Continente uma população invernante, com população muito numerosa e distribuição alargada, em situação Pouco Preocupante (LC).
in Livro Vermelho dos Vertebrados

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