quarta-feira, 4 de junho de 2008

Sabia que você contribui para as enchentes e a seca? E que pode ajudar a evitar que elas que elas aconteçam? II

A impermeabilização das áreas não construídas dos prédios residenciais e o lançamento das águas pluviais na rua, mesmo que atinjam a rede de águas pluviais, vão acabar nas zonas baixas, onde se acumulam e podem provocar enchentes, gerando vítimas e prejuízos.
Contribuímos para que existam flagelados de enchentes não somente no nosso prédio, na nossa cidade, mas ao longo de toda rede de drenagem ao qual pertence a bacia hidrográfica em que nós vivemos. Para ficar mais claro: se a água de chuva de seu prédio é lançada toda na rua e se ela se juntar com as águas dos vizinhos pode transformar-se num rio “lindo de matar e de destruir”, cinematográfico e que pode arrastar desde sedimentos e lixo, até carros nas descidas. E nas zonas baixas a água vai se acumular, tanto mais intensamente quanto mais lixo você ou seus familiares ou seus amigos também lançarem nas ruas.
As enchentes e a elevação do nível de vazão das águas do ribeiro que serve o seu bairro, levando prejuízo e desgraças pelo caminho, seguem adiante.
Ainda tem mais. Se o seu prédio urbano ou sua propriedade rural for um contribuinte da “ilha de calor” – que é o aquecimento do ar nas cidades, causado pelas construções, pelo revestimento do solo e pela actividade humana -, é também contribuinte das chuvas pesadas, que o solo muitas vezes não tem tempo de absorver e do aumento do drama das enchentes e do aumento do nível da vazão de riachos, de ribeiros e de rios.
 
Enchente provocada por água não retida em terrenos urbanos com solo impermeabilizado, impedida de recarregar o lençol freático e expulsa para a rua.
Esse seu acto ainda tem outros impactos. A água da chuva que você não deixou ser armazenada no lençol freático sob seu prédio, porque impermeabilizou o solo, fará falta na época de poucas chuvas. O lençol freático deveria ser a garantia de água para a época da seca. A natureza criou o lençol freático para estabilizar a oferta de água durante o ano e mandou a chuva para recarregar o lençol freático. Mas os nossos actos impensados geralmente proíbem a natureza de funcionar como deveria; por exemplo, com a impermeabilização do solo e o despejo de toda a água da chuva na rua, para que ela volte logo para o mar. Para que ela não fique aqui, armazenada, pois não foi entendido que a água das chuvas armazenadas no solo iria servir para nos ajudar na época seca do ano. Aquele que impermeabilizou o terreno é contribuinte do agravamento do período seco do ano. As plantas, por não encontrarem água no lençol freático, não podem vaporizar água no ar. As folhas vão murchar e vão cair mais cedo.
Se o cidadão urbano já é contribuinte da ilha de calor, quando não se tem uma área verde, nenhuma árvore no prédio, a pouca água que existe será rapidamente gasta pelas plantas que sobraram na vizinhança, por causa do ar quente. Essa água evaporada pelas plantas ainda vai ser levada embora pelas brisas e pelos ventos que as pequenas ilhas de calor geradas em cada prédio urbano sem verde ajudam a produzir.

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