Taxonomia
Actinopterygii, Cypriniformes, Cyprinidae.
Actinopterygii, Cypriniformes, Cyprinidae.
Tipo de ocorrência
Residente. Endémica da Península Ibérica.
Residente. Endémica da Península Ibérica.
Classificação
EM PERIGO EN (B1b(ii,iii)c(iv)+2b(ii,iii)c(iv))
Fundamentação: Espécie com extensão de ocorrência e área de ocupação muito reduzidas, com cerca de 350 km2 e 150 km2, respectivamente. Admite-se um declínio continuado na área de ocupação e na área, extensão e qualidade do habitat e ainda a existência de flutuações acentuadas no número de indivíduos maduros.
EM PERIGO EN (B1b(ii,iii)c(iv)+2b(ii,iii)c(iv))
Fundamentação: Espécie com extensão de ocorrência e área de ocupação muito reduzidas, com cerca de 350 km2 e 150 km2, respectivamente. Admite-se um declínio continuado na área de ocupação e na área, extensão e qualidade do habitat e ainda a existência de flutuações acentuadas no número de indivíduos maduros.
Distribuição
Em Espanha a espécie encontra-se nas bacias hidrográficas dos rios Tejo, Guadiana, Guadalquivir e Odiel, e nos rios da zona sudoeste da bacia hidrográfica do Douro (Doadrio 2001a).
Em Espanha a espécie encontra-se nas bacias hidrográficas dos rios Tejo, Guadiana, Guadalquivir e Odiel, e nos rios da zona sudoeste da bacia hidrográfica do Douro (Doadrio 2001a).
Em Portugal encontra-se em alguns dos afluentes orientais da margem direita da bacia hidrográfica do Tejo (Collares-Pereira 1983a, Marques 2002, Fluviatilis 2003), na maioria das principais sub-bacias do Guadiana (Collares-Pereira et al. 2000a, Tiago et al. 2001, Collares-Pereira et al. 2002a) e nas pequenas bacias hidrográficas de Quarteira, Gilão e Almargem, situadas na região do leste algarvio (Mesquita & Coelho 2002).
População
Calcula-se que o número de indivíduos maduros seja superior a 10.000. Admite-se que a redução da população nos últimos 10 anos tenha sido entre 30% a 50% e prevê-se que possa continuar a verificar-se nos próximos 10 anos ou em qualquer período da mesma amplitude que abarque o passado e o futuro. As causas da redução embora geralmente compreendidas, não são reversíveis, nem cessaram.
Calcula-se que o número de indivíduos maduros seja superior a 10.000. Admite-se que a redução da população nos últimos 10 anos tenha sido entre 30% a 50% e prevê-se que possa continuar a verificar-se nos próximos 10 anos ou em qualquer período da mesma amplitude que abarque o passado e o futuro. As causas da redução embora geralmente compreendidas, não são reversíveis, nem cessaram.
A avaliação da redução é baseada no declínio da qualidade do habitat e também na expansão de espécies não-indígenas. Os efectivos desta espécie recolhidos na bacia hidrográfica do Guadiana (Collares-Pereira et al. 2000a, Tiago et al. 2001, Collares-Pereira et al. 2002a) indicam uma flutuação de magnitude superior a cinco vezes, pelo que, devido às características desta bacia hidrográfica, há a possibilidade de ocorrerem flutuações acentuadas no número de indivíduos maduros entre anos hidrológicos extremos.
Habitat
Esta espécie pode ser encontrada preferencialmente em rios e ribeiras permanentes ou intermitentes (Rodriguez-Jiménez 1987, Pires 1999), não havendo registos em albufeiras (Ferreira & Godinho 2002). Na bacia hidrográfica do Guadiana a espécie ocorre nos troços de rio situados mais a montante (Filipe et al. 2002, 2004).
Doadrio (2001a) refere que a espécie também ocorre nos troços médios e baixos dos rios, em locais de corrente moderada e com abundante vegetação aquática.
Devido à implementação do Empreendimento de Fins Múltiplos do Alqueva poderá verificar-se um declínio continuado da área de ocupação e do número de subpopulações ou localizações por não haver registo da ocorrência da espécie em albufeiras (Ferreira & Godinho 2002).
Esta espécie pode ser encontrada preferencialmente em rios e ribeiras permanentes ou intermitentes (Rodriguez-Jiménez 1987, Pires 1999), não havendo registos em albufeiras (Ferreira & Godinho 2002). Na bacia hidrográfica do Guadiana a espécie ocorre nos troços de rio situados mais a montante (Filipe et al. 2002, 2004).
Doadrio (2001a) refere que a espécie também ocorre nos troços médios e baixos dos rios, em locais de corrente moderada e com abundante vegetação aquática.
Devido à implementação do Empreendimento de Fins Múltiplos do Alqueva poderá verificar-se um declínio continuado da área de ocupação e do número de subpopulações ou localizações por não haver registo da ocorrência da espécie em albufeiras (Ferreira & Godinho 2002).
Factores de Ameaça
Os principais factores de ameaça são a degradação do habitat, provocada sobretudo pela construção de barragens, alteração do regime natural de caudais, captação de água, extracção de inertes, degradação da qualidade da água, e também a introdução de espécies não-indígenas (Collares-Pereira et al. 2000a,b) a qual poderá ter efeitos a nível da competição, predação ou como via de disseminação de agentes patogénicos. É de realçar a redução e degradação generalizada do habitat na bacia hidrográfica do Guadiana, resultante da construção de diversas barragens (Odeleite, Enxoé, entre outras) e actualmente pela implementação do Empreendimento de Fins Múltiplos do Alqueva.
Os principais factores de ameaça são a degradação do habitat, provocada sobretudo pela construção de barragens, alteração do regime natural de caudais, captação de água, extracção de inertes, degradação da qualidade da água, e também a introdução de espécies não-indígenas (Collares-Pereira et al. 2000a,b) a qual poderá ter efeitos a nível da competição, predação ou como via de disseminação de agentes patogénicos. É de realçar a redução e degradação generalizada do habitat na bacia hidrográfica do Guadiana, resultante da construção de diversas barragens (Odeleite, Enxoé, entre outras) e actualmente pela implementação do Empreendimento de Fins Múltiplos do Alqueva.
Medidas de Conservação
Esta espécie está abrangida pela legislação nacional e internacional de conservação. Vários locais do sul do país foram designados para a lista nacional de sítios ao abrigo da Directiva Habitats devido à sua presença, entre outros valores, mas carecem ainda de medidas de ordenamento e gestão dirigidas à espécie. A boga-de-boca-arqueada foi também abrangida nos estudos sobre a comunidade piscícola da bacia hidrográfica do Guadiana efectuados no projecto LIFE-Natureza dirigido para o saramugo Anaecypris hispanica (Collares-Pereira et al. 2000a) e sobre as medidas de Minimização e Monitorização para o Património Natural da Barragem do Alqueva (Tiago et al. 2001, Collares-Pereira et al. 2002a). Algumas acções de manutenção e conservação do habitat (nomeadamente na melhoria da qualidade da água e algum controlo das extracções de inertes) têm sido efectuadas mas necessitam ser reforçadas.
É necessária a recuperação das zonas mais degradadas e o controlo das espécies não-indígenas, medidas previstas nos Planos de Bacia Hidrográfica Guadiana, Tejo e Ribeiras do Oeste (INAG 1998, 2000a,b), no Plano de Gestão do Saramugo (Collares-Pereira et al. 2000b) e no estudo de Minimização e Monitorização para o Património Natural da Barragem do Alqueva (Tiago et al. 2001, Collares-Pereira et al. 2002a). As medidas preconizadas na Directiva-Quadro da Água deverão atingir a melhoria permanente da qualidade dos habitats aquáticos. Devem ser minimizados os impactos de infra-estruturas hidráulicas implantadas ou a implantar, através do restabelecimento da conectividade entre as populações e da manutenção dos caudais mínimos, especialmente durante o período de estiagem. Em particular, devem ser evitadas ou controladas as captações de água durante esta época, nomeadamente nos pegos. Outras medidas necessárias são o controlo da extracção de inertes, a gestão sustentada da pesca e a melhoria da sua fiscalização e ainda a sensibilização do público para a conservação dos ecossistemas aquáticos. É necessário aumentar os conhecimentos sobre a biologia e ecologia desta espécie, monitorizar os seus efectivos populacionais (em particular nos rios principais) e a eficiência das medidas de conservação a implementar.
Outra bibliografia consultada
Velasco et al. (1990); Carmona et al. (2000); Ferreira & Oliveira (2000).
Velasco et al. (1990); Carmona et al. (2000); Ferreira & Oliveira (2000).
in Livro Vermelho dos Vertebrados
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