Taxonomia
Mammalia, Insectivora, Talpidae (Desmaninae).
Mammalia, Insectivora, Talpidae (Desmaninae).
Tipo de ocorrência
Residente.
Residente.
Classificação
VULNERÁVEL - VU (C1+2a(i))
Fundamentação: A espécie tem uma população com menos de 10.000 indivíduos maduros, com declínio continuado que pode ter atingido 10% em 10 anos; admite-se que não exista nenhuma subpopulação com mais de 1.000 indivíduos.
VULNERÁVEL - VU (C1+2a(i))
Fundamentação: A espécie tem uma população com menos de 10.000 indivíduos maduros, com declínio continuado que pode ter atingido 10% em 10 anos; admite-se que não exista nenhuma subpopulação com mais de 1.000 indivíduos.
Distribuição
A toupeira-de-água ocorre no Norte e Centro da Península Ibérica e Pirinéus (Mitchell-Jones et al. 1999). Em Portugal, distribui-se pelas bacias hidrográficas dos rios Minho, Âncora, Lima, Neiva, Cávado, Ave, Leça, Douro, Vouga, Mondego e Tejo (apenas na sub-bacia do rio Zêzere) (Queiroz et al. 1998).
A toupeira-de-água ocorre no Norte e Centro da Península Ibérica e Pirinéus (Mitchell-Jones et al. 1999). Em Portugal, distribui-se pelas bacias hidrográficas dos rios Minho, Âncora, Lima, Neiva, Cávado, Ave, Leça, Douro, Vouga, Mondego e Tejo (apenas na sub-bacia do rio Zêzere) (Queiroz et al. 1998).
Os resultados comparativos do programa de monitorização das ocorrências da espécie (Quaresma 2001) indiciam uma redução da área de ocupação ao longo dos limites Este, Sul e Oeste da sua área de distribuição.
População
Os indivíduos desta espécie apresentam um comportamento de evitamento mútuo e uma capacidade quase nula de se movimentarem através do meio terrestre ou transpor barreiras interpostas no leito dos cursos de água. Deste modo, a dimensão de uma subpopulação está fortemente influenciada pela dimensão dos ambientes aquáticos disponíveis. As condições ecológicas, nomeadamente a disponibilidade em macroinvertebrados de que se alimentam, parece determinar a sua densidade.
Os indivíduos desta espécie apresentam um comportamento de evitamento mútuo e uma capacidade quase nula de se movimentarem através do meio terrestre ou transpor barreiras interpostas no leito dos cursos de água. Deste modo, a dimensão de uma subpopulação está fortemente influenciada pela dimensão dos ambientes aquáticos disponíveis. As condições ecológicas, nomeadamente a disponibilidade em macroinvertebrados de que se alimentam, parece determinar a sua densidade.
Em Portugal, os trabalhos realizados no rio Sabor e rio Paiva, em habitats particularmente favoráveis para a espécie, sugerem densidades populacionais de 5 a 10 ind/km (Quaresma et al. 1998, Chora 2001) mas outros estudos revelam densidades bastante inferiores (e.g. CM Quaresma com. pess., Silva 2001)). Uma estimativa ao nível nacional aponta para a ocorrência de menos de 10.000 indivíduos, repartidos em subpopulações pequenas e isoladas, devido à existência de barreiras físicas e ecológicas. Verificou-se uma regressão nas áreas localizadas no limite da distribuição da espécie (sub-bacias mais interiores da margem esquerda do rio Douro, nas bacias hidrográficas dos rios Tejo (Zêzere) e Mondego (Alva), nas zonas médio-inferiores de várias bacias hidrográficas - Âncora, Cávado, Ave, Douro (sub-bacias do Inha e Arda) e Vouga) e em plena área de distribuição da espécie (bacia do rio Lima (Castro Laboreiro e Tamente) e bacia do Cávado (sub-bacias dos rios Homem e Gerês), que indiciam declínio continuado da população, nomeadamente em situações de fragmentação elevada (Quaresma 2001).
Habitat
A toupeira-de-água utiliza os cursos de água de características lóticas geralmente classificados como pertencentes à zona salmonícola e de transição salmonícola-ciprinícola. Prefere os troços em que as margens propiciem adequadas condições de abrigo natural, pois não escava túneis. Está estritamente dependente do corredor aquático e ripícola, no qual realiza todas as suas actividades vitais.
A toupeira-de-água utiliza os cursos de água de características lóticas geralmente classificados como pertencentes à zona salmonícola e de transição salmonícola-ciprinícola. Prefere os troços em que as margens propiciem adequadas condições de abrigo natural, pois não escava túneis. Está estritamente dependente do corredor aquático e ripícola, no qual realiza todas as suas actividades vitais.
Factores de Ameaça
As acções directas ou indirectas sobre a morfologia do curso de água, a estrutura do leito e margens, o regime hidrológico e a qualidade da água constituem factores de ameaça aos habitats da toupeira-de-água. Como principais impactos ecológicos negativos assinalam-se a eliminação, redução ou alteração da disponibilidade de alimento (essencialmente os macroinvertebrados aquáticos bentónicos) e de abrigos. Estes poderão resultar da construção de obras hidráulicas e outras infra-estruturas na proximidade dos cursos de água, da poluição da água, da captação ou desvio sazonal da água, da destruição das margens e da vegetação ripícola natural, e da alteração do coberto vegetal natural de encostas.
As acções directas ou indirectas sobre a morfologia do curso de água, a estrutura do leito e margens, o regime hidrológico e a qualidade da água constituem factores de ameaça aos habitats da toupeira-de-água. Como principais impactos ecológicos negativos assinalam-se a eliminação, redução ou alteração da disponibilidade de alimento (essencialmente os macroinvertebrados aquáticos bentónicos) e de abrigos. Estes poderão resultar da construção de obras hidráulicas e outras infra-estruturas na proximidade dos cursos de água, da poluição da água, da captação ou desvio sazonal da água, da destruição das margens e da vegetação ripícola natural, e da alteração do coberto vegetal natural de encostas.
Acrescem a estes factores os que afectam a espécie por incidirem directamente sobre os indivíduos ou populações causando mortalidade, redução das condições sanitárias, restrições à dispersão ou isolamento populacional, tais como: a pesca com redes, a utilização ilegal de venenos e explosivos como métodos de pesca e, potencialmente, a introdução de espécies não indígenas.
Medidas de Conservação
Com base num estudo nacional sobre a distribuição e o habitat da espécie foram definidas áreas preferenciais para a conservação desta espécie, designadas "Sítios Importantes para a Conservação da Toupeira-de-água" (Queiroz et al. 1998), sobre os quais incidirão as principais acções de conservação perspectivadas. Está em elaboração o "Plano de Acção para a Conservação da Toupeira-de-água" (ICN in prep.), o qual visa implementar as medidas necessárias para incorporar os requisitos necessários à conservação da espécie na política de gestão dos cursos de água, implementar medidas de recuperação dos habitats da espécie, conhecer e conservar populações ameaçadas e promover a toupeira-de-água como emblema da conservação da biodiversidade dos cursos de água.
Com base num estudo nacional sobre a distribuição e o habitat da espécie foram definidas áreas preferenciais para a conservação desta espécie, designadas "Sítios Importantes para a Conservação da Toupeira-de-água" (Queiroz et al. 1998), sobre os quais incidirão as principais acções de conservação perspectivadas. Está em elaboração o "Plano de Acção para a Conservação da Toupeira-de-água" (ICN in prep.), o qual visa implementar as medidas necessárias para incorporar os requisitos necessários à conservação da espécie na política de gestão dos cursos de água, implementar medidas de recuperação dos habitats da espécie, conhecer e conservar populações ameaçadas e promover a toupeira-de-água como emblema da conservação da biodiversidade dos cursos de água.
Entre outras acções, prevê-se prosseguir com o plano de monitorização da ocorrência da espécie realizado de 5 em 5 anos e minimizar o efeito da fragmentação dos habitats e das populações da espécie através da introdução de mecanismos de transposição eficazes em barreiras transversais (barragens de pequena e média dimensão e açudes) utilizando os conhecimentos adquiridos (Chora 2001, Silva 2001, Chora 2002).
in Livro Vermelho dos Vertebrados
Sem comentários:
Enviar um comentário