O Duron é o actual processador de baixo custo da AMD, o substituto dos processadores K6-2 e concorrente directo do Celeron.
O Duron utiliza a mesma arquitectura do Athlon Thunderbird, porém, vem com muito menos cache. Enquanto o Athlon Thunderbird vem com 256 KB de cache L2, o Duron vem com apenas 64 KB de cache L2, também full speed.
Entretanto, apesar da pouca quantidade de cache L2, o Duron traz um enorme cache L1 de 128 KB, totalizando 192 KB de cache, mais cache que o Celeron, que tem 32 KB de cache L1 e 128 KB de cache L2, totalizando 160 KB de cache.
Tratando-se de cache, o Duron traz mais uma vantagem em relação ao Celeron. No Duron, o cache L2 é exclusivo, isto significa que os dados depositados no cache L1 e no cache L2 serão diferentes. Temos então realmente 192 KB de dados depositados em ambos os caches. No Celeron, o cache é inclusivo, isto significa que os 32 KB do cache L1 serão sempre cópias de dados armazenados no cache L2. Isto significa que na prática, temos apenas 128 KB de dados armazenados em ambos os caches.
Todos os Durons utilizam o socket A, pois a AMD começou a produção depois que já havia feito a migração e dominado a tecnologia de incluir cache L2 no próprio núcleo do processador.
O Duron vem surpreendendo em termos de desempenho, ganhando por uma grande margem a um Celeron da mesma frequência, apresentando um desempenho muito semelhando ao de um Athlon de arquitectura antiga (com cache L2 à metade ou 2/5 da frequência do processador). O melhor de tudo é que apesar do desempenho mais do que convincente, o Duron custa menos do que o Celeron com a mesma frequência, e naturalmente, muito menos do que Pentium III ou Athlon.
Para quem está procurando um computador de alto desempenho, mas quer gastar pouco está próximo do ideal.
O Duron de 750 MHz supera em desempenho um Athlon de arquitectura antiga de 700 MHz, ficando muito próximo de um Pentium III também de 700 MHz, ambos os processadores são bem mais caros. Numa comparação directa com o Celeron que seria seu concorrente directo, novamente o Duron leva vantagem, superando facilmente o Celeron de 700 MHz, a versão mais rápida actualmente. Mesmo um Celeron de 566 MHz overclockado para 850 MHz, usando bus de 100 MHz tem dificuldade em acompanhá-lo, ficando atrás na maioria das aplicações.
Claro que se comparado com um Athlon Thunderbird o Duron perde em todos os requisitos (embora por uma pequena margem) pois o Duron nada mais é do que um Athlon Thunderbird com menos cache.
Apesar disso, os dois processadores são fabricados em fábricas separadas e existe uma pequena diferença na técnica de fabricação de cada um.
Tradicionalmente, os processadores utilizam alumínio nos filamentos que interligam os transístores. O alumínio é um material fácil de se trabalhar, que não reage com o silício. Por outro lado, o alumínio não é um condutor tão bom quanto o cobre, ouro, platina ou outros materiais mais “nobres”.
O cobre é um bom sucessor, pois é um material barato e que pode ser aplicado através das reacções químicas usadas para construir um processador, ao contrário do ouro por exemplo. Mas, o problema em utilizar cobre no lugar do alumínio é que ele reage com o silício, tornando o processador imprestável.
A IBM desenvolveu então uma técnica que permite usar uma finíssima camada de alumínio entre o silício e o filamento de cobre, isolando os dois materiais. O uso de cobre permite que o processador seja capaz de operar a frequências mais altas e manter-se estável trabalhando a temperaturas mais altas.
A AMD usa esta técnica de produção em todos os Athlons Thunderbird. Por outro lado, os Durons são fabricados numa fábrica separada, que utiliza a velha técnica de produção de filamentos de alumínio. Por enquanto o uso do cobre é uma exclusividade da AMD, já que a Intel ainda não usa a técnica nem no Pentium III nem nas versões seguintes do Pentium 4.
Esta é mais uma forma de cortar os custos de produção do Duron. Tem sua lógica, pois os Athlons operam a frequências muito mais altas que os Durons
O Duron baseado no core Thunderbird é chamado de Spitfire. Existe uma versão do Duron baseada no core Palomino, que é chamada de Duron Morgan. O Morgan também traz compatibilidade parcial com as instruções SSE, por isso trouxe um pequeno ganho de desempenho por ciclo de clock em relação às versões anteriores. O core Morgan é usado nos Durons de 1.0 Ghz em diante e também nos de 950 MHz de produção mais recente.
in Manual de Hardware Completo
de Carlos E Marimoto
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