terça-feira, 13 de novembro de 2012

Pipistrellus maderensis, Morcego da Madeira

Taxonomia
Mammalia, Chiroptera, Vespertilionidae.
 
Tipo de ocorrência
Açores: Residente. Endémica da Macaronésia.
Madeira: Residente. Endémica da Macaronésia.
 
Classificação
Açores: CRITICAMENTE EM PERIGO . CR
Fundamentação: A espécie tem área de ocupação e extensão de ocorrência reduzidas (inferiores a 257 km2, área das ilhas em que foi observada) e fragmentação elevada; admite-se um declínio continuado da qualidade do habitat. A sua população é muito pequena (inferior a 250 indivíduos), tendo as maiores subpopulações poucas centenas ou mesmo apenas algumas dezenas de indivíduos.

Madeira: CRITICAMENTE EM PERIGO . CR
Fundamentação: A espécie tem área de ocupação e extensão de ocorrência reduzidas (inferior aos 796 km2 do arquipélago) e fragmentação elevada; admite-se um declínio continuado da qualidade do habitat. A população é muito pequena (inferior a 1.000 indivíduos maduros), dividida em duas subpopulações, está geograficamente isolada e não se conhece a tendência populacional.
 
Distribuição
Trata-se de uma espécie endémica da Macaronésia e tem uma distribuição muito restrita existindo na Madeira, Porto Santo (Rainho & Palmeirim 2002) e em quatro ilhas das Canárias . Tenerife, La Gomera, La Palma e El Hierro (Fajardo & Benzal 1999).
Nos Açores foram encontrados indivíduos do género Pipistrellus nas ilhas de Santa Maria, S. Jorge, Graciosa, Flores e Corvo (Skiba 1996, Rainho et al. 2002, D Trujillo com. pess.). D Trujillo (com. pess.) identificou os exemplares que capturou em Santa Maria como pertencendo a P. maderensis. No entanto, não se sabe se todas as ilhas são ocupadas pela mesma espécie.
 
População
A população da Madeira desta espécie deverá incluir menos de um milhar de indivíduos, ainda que os dados disponíveis para esta estimativa sejam muito limitados.

São também insuficientes para avaliar quaisquer tendências populacionais no arquipélago.
Nos Açores é pouco abundante, em particular na ilha do Corvo. Tendo em conta a pequena área das ilhas, pode-se afirmar que o número total de indivíduos de Pipistrellus nos Açores é extremamente reduzido, provavelmente inferior a três centenas.
 
Habitat
Abriga-se em fendas nas rochas e em edifícios (Trujillo 1991). Caça em praticamente todos os tipos de habitats, sendo relativamente abundante em biótopos florestais, agrícolas e urbanos. Caça frequentemente em torno da iluminação pública (Trujillo 1991, Rainho & Palmeirim 2002).
 
Factores de Ameaça
O isolamento geográfico a que a espécie está sujeita torna-a particularmente vulnerável a factores de ameaça. No caso dos Açores esta situação é agravada pelas dimensões muito reduzidas das populações das poucas ilhas em que ocorre.
 
No caso de populações tão reduzidas até mesmo catástrofes naturais (e.g. tempestades) podem extinguir a população.
 
Os factores de ameaça incluem a perturbação de colónias, a alteração e destruição de abrigos (e.g. recuperação descuidada de edifícios) e a destruição dos habitats de alimentação.

A iluminação pública com lâmpadas de mercúrio, capazes de atrair os insectos (e assim constituírem locais de alimentação) está a ser substituída com a colocação de lâmpadas de sódio, energeticamente mais eficientes. Esta alteração reduz a concentração do alimento em pontos específicos e pode afectar a espécie.

O uso generalizado de pesticidas poderá ser uma ameaça, dado que pode causar a diminuição da diversidade de presas e a contaminação dos morcegos por ingestão de insectos contaminados.
 
Medidas de Conservação
Sendo uma espécie pouco conhecida no nosso país, a definição de medidas de conservação requer a realização de estudos para um melhor conhecimento da distribuição, do efectivo e das tendências populacionais. Deverá também ser implementado um programa de monitorização destas populações, particularmente nos Açores.
 
A substituição das lâmpadas da iluminação pública por lâmpadas energeticamente eficientes deverá ser ponderada e sujeita a planeamento.
 
Tal como para os restantes morcegos a racionalização do uso de pesticidas e acções de sensibilização poderão beneficiar esta espécie.
 
in Livro Vermelho dos Vertebrados

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