sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Utilizar a Velocidade do Obturador e a Abertura em simultâneo

Quando pressiona o obturador até meio,
muitas câmaras apresentam as definições
de abertura e velocidade do obturador que
está a usar - no ecrã, no visor, ou num
painel LCD separado.
Como viu, as aberturas e as velocidades do obturador estão definidas de forma a que a alteração de um valor (stop) em qualquer uma delas permita a entrada de metade ou do dobro da definição seguinte. Esta correspondência significa que a alteração de uma pode ser compensada com a alteração da outra. Isto é precisamente o que acontece nos modos de Prioridade à Abertura e ao Obturador, em que a alteração de um parâmetro é compensada com a alteração do outro. Se escolher uma velocidade do obturador 1 stop mais lenta (deixando 1 stop de luz em excesso), e a câmara definir automaticamente um número/f abaixo (1 stop de menos luz), a exposição não é alterada. No entanto, a imagem pode ficar diferente. Estas alterações interferem na profundidade de campo e na possibilidade de captar imagens temidas, devido às oscilações da câmara, ou com desfoco por movimento. Vamos fazer duas analogias.

Exposição – Analogia com uma torneira e com um balde
Uma forma de encarar a relação entre as aberturas e as velocidades do obturador consiste em fazer uma analogia entre uma torneira e a abertura e entre um cronómetro e a velocidade do obturador.
  • Quando abre a torneira completamente, a água corre de forma a encher um balde rapidamente. Isto corresponde à utilização de uma abertura grande e de uma velocidade do obturador rápida para que a luz exponha num curto espaço de tempo.
  • Quando abre pouco a torneira, tem apenas um fio de água e por isso demora a encher o balde. Isto corresponde a utilizar uma abertura pequena com uma velocidade lenta, para deixar que a luz exponha durante mais tempo.
Independentemente da combinação que escolher, o balde será enchido na mesma medida. Do mesmo modo, uma imagem pode ser exposta na mesma quantidade variando as combinações da abertura e da velocidade do obturador, utilizando os seus efeitos para controlar o registo do movimento e a profundidade de campo.
1. Vamos assumir que começa com uma abertura de f/16
e uma velocidade de obturação de 1/30 de segundo.
2. Quando aumenta a abertura um número/f, para f/11, a
velocidade do obturador tem de diminuir para 1/60 seg.,
para manter a mesma exposição. Esta alteração diminui
ligeiramente a profundidade de campo e congela melhor
o movimento.
3. Quando aumenta a abertura em mais um stop, para f/8, a
velocidade do obturador tem de diminuir mais um incremento,
para 1/125 seg. Esta alteração diminui ainda mais a
profundidade de campo e permite congelar ainda melhor
o movimento.

Exposição – A analogia do baloiço
Outra das formas de pensar na exposição é compará-la a um baloiço. Enquanto uma criança sobe determinada distância, a outra desce uma distância igual, mas a distância média ao chão de ambas permanece a mesma. Em fotografia, quando o fotógrafo ou a câmara altera a abertura ou a velocidade do obturador para deixar entrar mais ou menos luz, o outro parâmetro terá de ser ajustado na direcção oposta, para manter a exposição constante. A ilustração abaixo mostra de que forma uma alteração da abertura tem de ser compensada com uma alteração da velocidade e vice-versa. Quando estas alterações de compensação são aplicadas a exposição mantém-se, mas a profundidade de campo muda ligeiramente e os assuntos estão mais ou menos expostos ao desfoco por movimento.

1. Aqui a abertura a abertura é de f/4 e a velocidade do
obturador de 1/25 seg.
2. Se reduzir a abertura em um incremento, para f/5.6, a
velocidade do obturador também tem de diminuir em
um incremento, para 1/60 seg., para manter a mesma
exposição.
3. Se reduzir a abertura em mais um incremento, para f/8,
a velocidade do obturador também tem de diminuir em
mais um incremento, para 1/30 seg., para manter a
mesma exposição.


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