quinta-feira, 24 de março de 2011

Ajuste de brancos

Para explicar o que é o ajuste de brancos primeiro devemos dizer que cada fonte de luz tem uma “temperatura” distinta. Não se refere à temperatura como o grau de calor que desprende, mas sim o grau de “calidez” da luz que projecta. Assim, uma lâmpada tradicional de tungsténio faz que as fotos fiquem avermelhadas e quentes, as luzes fluorescentes fazem que as fotos fiquem com tons verdes e a luz de flash é esbranquiçada.

O ajuste do balanço de brancos é uma funcionalidade das câmaras digitais que permite corrigir as cores de uma foto em função das condições de luz em que foram tiradas. Não é o mesmo fazer fotos em plena luz do dia, que com iluminação artificial ou com flash.

A correcção se produzirá no momento do disparo para fotos em formato JPG ou poder-se-á modificar posteriormente se a foto está em formato RAW.
 
Na imagem da direita mostra-se o menu de ajuste de brancos numa câmara Canon Eos 400D, que nos permite escolher entre modo automático, dia solarengo, zonas de sombra, dia nublado, luz de tungsténio, luz fluorescente, flash e modo personalizado. Estes são os modos de ajuste de brancos mais habituais em todos os fabricantes.
 
Ajuste automático
 
É o ideal se a luz não tem uma predominância de qualquer dos demais tipos ou quando há mescla de dois tipos de iluminação numa mesma foto, por exemplo lâmpadas normais e fluorescentes.
 
Dia solarengo
Quando o dia é muito solarengo as fotos tendem a ficar pouco saturadas e portanto a perder algo de cor. Com este ajuste se recupera essa cor natural. Recomenda-se utilizar este ajuste unicamente quando o sol é muito forte. Em caso contrário recomenda-se utilizar o modo automático.
Sombra
Tal como em zonas com muito sol as cores são modificadas, em zonas de sombra (zonas de bosque, sombras de edifícios) torna-se difícil distinguir todos os diferentes tons de cor de uma imagem. Este ajuste de brancos permite recuperar as cores naturais. Recomenda-se a utilização em zonas onde haja sombras muito duras ou em zonas onde a luz natural chega com dificuldade (por exemplo em bosques muito cerrados).
Dia nublado
A luz do dia nublado perde muita saturação e cor. Com este modo a recuperaremos. Recomenda-se utilizar este modo em dias claramente nublados, não tanto em momentos onde haja uma pequena nuvem que tapa o sol.
Luz artificial de tungsténio
 
A luz de tungsténio é a luz tradicional de filamento. Esta luz produz uma dominante de cor vermelha nas imagens que desvirtua as cores. Este modo de ajuste de branco elimina a dita dominante e corrige as cores para obter as naturais. Recomenda-se a utilização em fotos de interiores sem flash e em fotos nocturnas de cidades iluminadas com este tipo de luz.
Até ao momento os ajustes de brancos modificam ligeiramente as cores. Se bem, com luzes artificiais a distorção da cor é mais acentuada. Portanto se torna quase obrigatório configurar correctamente o ajuste de brancos.
Luz artificial fluorescente
Este tipo de luz é a emitida pelos tubos fluorescentes, lâmpadas de baixo consumo e luzes de neón. Esta luz produz uma dominante de cor verde nas imagens que desvirtua as cores. Este modo de ajuste de branco elimina a dita dominante e corrige as cores para obter as naturais. Recomenda-se a utilização em fotos de interiores sem flash cuja iluminação seja de fluorescentes e em fotos nocturnas de cidades iluminadas com este tipo de luz.
Flash
 
A luz do flash normalmente “mata” as cores, deixando-as esbranquiçadas, sobretudo quando o flash é frontal. Este efeito é especialmente mau em fotos de pessoas, nas quais se perde por completo o tom natural da pele. Com este ajuste de brancos se minimiza e se recuperam as cores naturais.
Ajuste de brancos personalizado
O ajuste de brancos personalizado não é mais do que configurar a câmara de forma que se entenda o que é a cor branco numas condições concretas de luz. Desta forma tem um padrão de temperatura da cor e é capaz de corrigir as cores de imagens tiradas debaixo das mesmas condições.
 
É o ajuste mais exacto de todos e é especialmente útil em situações muito extremas, tais como uma rua iluminada com luz especialmente alaranjada. Os resultados podem chegar a ser espectaculares, já que a câmara pode chegar a recuperar cores que aparentemente o olho humano não percebe num momento determinado.
 
Em cada câmara o ajuste de brancos personalizado ajusta-se de diferente maneira. Consulte o manual da sua câmara para fazê-lo. Um bom método consiste em tomar uma imagem de algo branco como mostra.
Neste exemplo fotografámos um edifício branco. Segundo o manual da nossa câmara unicamente a zona central da foto será tomada como mostra, por isso não nos preocupámos que houvesse zonas negras em redor. Uma vez tomada a imagem de mostra se indica ao contrário dos menus da câmara que a dita imagem é a que queremos utilizar como referência. Finalmente ajustamos a câmara em modo de ajuste personalizado.
 
Sendo puristas o método mais exacto é tomar como referência uma foto tirada a uma placa cinzenta a 18%. Esta cartolina vende-se em lojas de fotografia. No caso de não a ter pode servir um fólio, a palma da mão ou inclusive dizem que a tapa de plástico das batatas fritas Pringles. Também há uns filtros que se põe diante da objectiva que servem para tomar a mostra.
 
Por fim, recordar que se utilizamos habitualmente qualquer ajuste de brancos devemos rever antes de fazer uma foto como temos ajustado este parâmetro. Já que podemos não dar-nos conta e arruinar as fotos seguintes que tiremos.

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